Continuamos hoje
a publicação da resposta a mais um desafio das nossas competições desta época,
desta feita de autoria de Branca de Neve e que nos introduzia num mundo pouco
explorado neste nosso passatempo: A linguagem gestual.
Neste problema,
o autor explora as divergências entre os códigos usados em geografias diversas
e com isso constrói um problema que, a par de criar um bom desafio, contribui
para um melhor entendimento de situações que nos vão escapando no nosso dia a
dia.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL
SOLUÇÃO
DA PROVA N.º 9 – PARTE I
“CINCO
CASAS CINCO NEGÓCIOS”, de BRANCA DE NEVE
No quadro
seguinte pode-se ver o alinhamento das cinco casas e quem eram os moradores bem como a actividade a que se
dedicavam.
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Casas
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Casa
N.º1
Casa Amarela
Fernando
Professor
e criação de cavalos
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Casa
Nº 2
Casa Azul
Acácio
Apicultor
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Casa N. 3
Vermelha
Aparecido
Brasileiro
Floricultor
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Casa Nº 4
Casa Verde
Gilberto Suinocultor
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Casa N. 5
Casa Branca
Felizberto
Piscicultor
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O verdadeiro
criminoso foi o Fernando. Ele é professor de linguagem gestual e pretendeu
fazer a culpa recair no brasileiro Aparecido, para isso escreveu a mensagem
usando o alfabeto de Libras só não se lembrou que esse alfabeto no Brasil é
diferente do português e ele escreveu a mensagem usando os símbolos
portugueses.
O quadro de cima
representa o alfabeto de libras português. O de baixo é o brasileiro. Por eles
poderão ver as respectivas diferenças.
PRODUÇÕES
Apesar das
atribulações desta época, em que a parte competitiva acabou por ser grandemente
prejudicada por questões anómalas, o Policiário não pode parar, como é óbvio e
por isso numa nova época se adivinha.
Não temos,
ainda, uma visão geral sobre o que vai ser o próximo ano, mas uma coisa é
certa: Os problemas policiários têm de fazer parte dela!
Assegurada, como
sempre, a disponibilidade dos produtores mais activos da nossa secção, uma
disponibilidade que não nos cansamos de agradecer, a verdade é que necessitamos
de “sangue novo”, novos métodos e processos de escrita, novidades, em suma, que
evitem uma certa estagnação. É que, após alguns anos de Policiário, com o
conhecimento dos autores e dos seus processos, começamos a perceber e antecipar
as suas conclusões, quase resolvemos os problemas pelo conhecimento que temos
dos seus autores. Claro que é um exagero, mas quer dizer algo.
A nossa
actividade baseia-se, em primeira instância, na qualidade dos desafios que
temos para propor aos “detectives”. É frustrante chegarmos à conclusão de que
um determinado problema não tem a resposta adequada, depois de imenso tempo
perdido na sua análise, ou que é anulado após tanto esforço.
Por isso vamos
lançando o nosso apelo para que os nossos “detectives” elaborem um desafio, de
qualquer dos tipos e o façam com o espírito de propor aos restantes confrades
aquilo com que gostariam de ser confrontados. Aquilo que lhes daria prazer
resolver.
Um problema
passa sempre pelo contar de uma história, por retratar uma cena verosímil,
capaz de ter ocorrido em qualquer lugar, que envolva um enigma e a sua
resolução. Terminada a exposição dos factos, no exacto momento em que o
investigador vai passar à fase de apresentação das conclusões e exibir as
provas em que se baseia para apontar o responsável, o produtor interrompe o seu
conto e lança os seus desafios. Alguns produtores escolhem o método de fazer
algumas perguntas, que querem ver respondidas, outros optam por simplesmente
interromperem o texto e aguardarem pelos relatórios. No caso dos de escolha
múltipla, o texto termina com as quatro hipóteses de solução, de entre as quais
o decifrador terá que escolher uma.
Caríssimos
“detectives”, o ano de 2013 tem de correr muito melhor do que este, também no
que se refere à produção de enigmas. Não é aceitável que tenhamos hoje um
universo de participantes nos nossos desafios de mais de dois milhares de
confrades, que os lêem e estudam, se dão ao trabalho de escreverem as soluções,
mas não tenham a curiosidade de testarem os seus dotes de escrita de desafios!
Fazendo o
paralelismo com o que foi a nossa actividade nos anos 70 e 80 do século
passado, a produção fica a perder, já que nesses tempos o universo de
decifradores rondaria as cinco ou seis centenas, para um número de produtores
que rondaria a centena!
Tal disparidade
não é aceitável! As pessoas não deixaram de utilizar a Língua Portuguesa, desde
logo porque o nosso passatempo, como já referimos, exige que se escrevam as
soluções, no mínimo. Portanto, será por preguiça?
Vamos todos dar
uma resposta, produzindo um desafio?
O Policiário
agradece!
9 comentários:
Caro Luis
Pelo seu comentário concluí que a prova 10 não vai sair.
Também por esse mesmo comentário se torna óbvio que em 2013 vamos continuar a ter policiário.
Ainda pelas suas palavras ficamos a perceber que o amigo já está farto dos produtores actuais.
Se eu fosse religioso poderia dizer-lhe que deveria dar Graças a Deus por ter os que tem.
Quanto aos produtores que existem talves muitos deles gostassem de ter outros espaços para escarrapacharem as suas produções, boas ou más que fossem para não ficarem com elas metidas na gaveta meses ou até anos.
Eu mandei para este torneio de 2012 um problema que não foi publicado, era fraco? muito longo? ou tinha a solução muito óbvia? Neste último caso a falta de espaço não permitiu esconder melhor a solução.
Diga algo não se feche em copas
Um abraço do
Rip Kirby
Meu caro Rip, as conclusões são difíceis de "concluír"! Depois da desgraça que foi a secção neste ano, peço que compreenda que ainda ando com a cola na mão a tentar colar os bocados, para que o puzzle não fique esburacado.
Quando faltam garantias para uma época mínimamente aceitável (em 2013) à luz dos acontecimentos de 2012, o nosso desejo será parar, entregar os pontos e partir para outra(s).
Só que o policiário representa uma grande parte da nossa vida e por isso vamos fazendo das tripas, coração, como o Povo diz. Mas isso não pode ser a qualquer preço. Por vezes o remédio é mesmo parar e não ir tentando, tentando...
Não sei se a explicação colhe, mas é a que tenho, neste momento.
Quanto aos produtores, não sei o que lhe diga. Se entendeu dessa forma, fico preocupado porque penso que agradeci e agradeço a disponibilidade de todos os produtores, que praticamente acabam por ser "escravos" da produção, porque não existem alternativas. O que eu pretendi foi chamar novas alternativas, para não "massacrar" os actuais baluartes da nossa produção. Ver nisso um afastamento dos antigos, quando não há mais ninguém...
A sua produção... Não sei a qual se refere. Penso que não disponho de nenhuma em carteira! Se estou enganado, por favor envie-ma ou diga-me quando a enviou para eu ir procurar... Com franqueza não me recordo, mas com a confusão que por aqui vai...
Finalmente, 2013. Meu caro, não sei o que vai ser. O Policiário vai continuar, só que não sei como.
O 2012 vai ser encerrado, provavelmente sem honra nem glória, por erros de que assumo inteiramente as responsabilidades. Tentarei remendar os erros que cometi.
Receba um abraço
O Luís Pessoa não deve assumir culpas que não teve. O policiário sempre teve altos e baixos e longas ausências que não queremos agora. Há que continuar, abem ou amal e esperarmos por melhores dias. Vamos a outro torneio, mesmo sem este acabado. Temos de guardar o espaço do Público custe o que custar e
Deco
Antes demais nada um esclarecimento. No meu comentário não pretendi censurar o LP nem culpá-lo pelo actual estado de coisas no policiário.
Já ando cá há anos suficientes para saber que no policiário sempre aconteceram altos e baixos. Sei também que essa montanha russa nunca, ou quase nunca foi por culpa dos orientadores das diversas secções mas sim porque o seu suport tradicional desaparecia ou criava dificuldades.
Creio também que o Luis não precisa de escudos que o defendam das minhas palavras. Ele já me conhece há bastante tempo e sabe que eu tenho muitas vezes o corração na ponta da língua. Pode ser uum defeito, pode ser uma virtude, uma coisaa ou outra o Luis também possui está, portanto em condições de me entender.
Quando coloco aqui um comentário nunca é para atacar ou defender ninguém, é sempre em prol do policiário.
Também eu quero que o policiário continui mas não sou tão radicaal que o queira a bem ou a mal. Temos que nos lembrar que por tráz da secção está um homem, que como tal está sujeito ao desânimo, à descrença ao cansaço físico etc... etc. Este cansaço, normalmente aparece quando as dificuldades surgem e parecem intranspon niveis,
Rip Kirby
Caro Luis
Antes demais nada quero dizer, que ainda tentei suster o meu comentário que deu origem ao seu mas já não foi possivel. Ele ficou aqui muito tempo suspenso e entretanto eu pensei que ele poderia originar interpretações que nada tinham a ver com o que eu queria dizer.
Afinal, porém, creio que não foi inútil de todo uma vez que deu orrigem a uma explicação que, creio, quase todos os policiaristas estavam esperando.
As conclusões a que eu cheguei plo visto, tereremos que esperar por Janeiro para vermos se estavam certas ou não.
Não pretendo exigir-lhe que continui com a secção a qualquer preço. Como qualquer outro "POLICIARISTA", estou certo disso, gostaria que a secção continuassse, que continui, mas para isso penso que o amigo tem que se sentir motivado. Sem essa condição 2013 irá ser igual a 2012.
Como o amigo muito bem diz são já muitos anos de policiário e não é fácil matar o bichinho.
Quanto a produtores, quase que não é preciso clamar pelo aparecimento de novos. Bastava que muitos dos que colaboraram no ínício da secção voltassem a dar a sua mãozinha nessa área e voce teria estilos de escrita a que os actuais decifradores não estão acostumados.
Quanto à produção de que lhe falei foi enviada para si pouco depois do início do Campeonato 2012. Se houver torneio em 2013 eu irei procurar por ela e enviar-lha-ei. Sem saber se á campeonato não vale a pena andar por aqui às voltas sem saber ao certo onde procurar. Depois se se justificar tentarei um de respostas mútiplas.
Não leve muito à letra as minhas palavras
Um abraço do
Rip Kirby
A solução oficial da Prova n.º 9 (Parte I) aponta um criminoso muito pouco provável.
Confesso ter ficado admirado de não ter ainda aparecido qualquer comentário a esta solução, considerando a sua evidente fraqueza. As razões dessa fraqueza são as seguintes:
- No texto, nada nos é dito sobre o tipo de linguagem gestual que Aparecido usaria. Contudo, é provável que, tendo comprado uma propriedade em Portugal, na qual vivia, usasse o alfabeto manual da Linguagem Gestual Portuguesa;
- Fernando, o professor de linguagem gestual, não poderia ignorar a existência de uma linguagem gestual brasileira diferente da portuguesa;
- Fernando conheceria, também, o tipo de linguagem gestual usada pelo seu vizinho Aparecido, com quem se encontrara para a compra do terreno;
- Fernando sabia, ainda, que quem se exprime por um alfabeto gestual, sabe ler e escrever de acordo com esse alfabeto, pelo que não escreverá mensagens com o desenho dos gestos em vez dos caracteres normais a que esses gestos correspondem. Por isso, se quisesse acusar Aparecido, não cometeria a asneira de deixar um papel com bonecos em vez de letras.
Nestas circunstâncias, os mais improváveis dos criminosos seriam Aparecido e Fernando, porque deixariam um rasto daquilo que conheciam bem. Apesar disso, o autor resolveu apontar Fernando como criminoso, pretextando uma confusão de alfabetos, que, a existir, Fernando não cometeria. O interessante da questão é que tal confusão seria muito mais provável em qualquer dos outros dois eventuais suspeitos. Mas de isso não se lembrou o autor.
O texto do problema, como todos pudemos verificar, não nos permite descobrir prova ou indício forte que permita apontar um criminoso. Quando muito, ficamos bastante desconfiados de Felisberto, mais nada.
Verbatim, 26-12-2012
Uma achega ao comentário do confrade Verbantim.
De facto os deficientes auditivos também sabem escrever e ler, embora com algumas deficiências, compreensivas pela forma como são ensinados no uso de expressões que normalmente fazem a ligação entre as palavras de uma frase.
Também não é normal que eles escrevam uma frase usando símbolo símbolo uma vez que existem síbolos que só por si já representam palavras.
Quando vemos na televisão um tradutor para deficientes auditivos vemmos bem quem eles se exprimem não por letras mas por sinais que representam palavras.
Quanto ao Professor penso que são muito poucos aqueles com formação adquada para ensinar a liguagem de sinais. muitos não passam de curiosos com alguns conhecimentos precários que voluntáriamente se propoem dar uma ajuda. Por isso não admira nada que ele desconhecesse a exist~encia de diferenças entre as linguas gestuais portuguesa e brasileira.
Tive ocasião de confirmar isso quando na feitura da minha solução. Uma Professora formada na matéria desconhecia essas diferenças.
Em todo o caso não pense que estou contestando o seu ponto de vista. Apenas estou dando uma achega
Rip Kirby
Com licença, quero fazer uns esclarecimentos.
A produção em causa é de autoria de uma mulher pelo que agradeço que quando se referirem à autoria refiram autora e não autor.
Segundo esclarecimento. Também a mim esta produção não satistez plenamente, achei a ideia boa mas o resultado final não foi o que eu desejava.
Terceiro esclarecimento, não voltarei a fazer outra tentativa semelhante pelo que, se o policiário continuar eu estarei fora.
Saudações Policiárias
Branca de Neve
Se a Branca de Neve
é uma senhora então
eu sou o Pai Natal
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