domingo, 19 de outubro de 2014

POLICIÁRIO 1211


[Transcrição da secção n.º 1211 publicada 
hoje no jornal PÚBLICO]

A HISTÓRIA (SECRETA) DE UM TOTÓ…


A história de hoje é uma espécie de homenagem a um jogo que encheu de boas expectativas muitos portugueses nos anos 60, 70 e mesmo 80 do século passado, antes da perda de influência mercê do aparecimento de novos jogos, com prémios bem mais aliciantes.
Na memória dos mais “velhotes” ou, melhor dizendo, dos menos jovens, foi o futebol e a paixão que ele desperta que despoletou uma grande corrida ao jogo. Por essa época, qualquer noticiário domingueiro acabava com a “chave do totobola”, com toda a gente a conferir as suas apostas com os resultados desportivos!
O “1X2” era o mote para grandes discussões, antes dos jogos, com cada qual a medir as possibilidades do clube A ou B para ganhar em casa (1), empatar (X) ou ganhar em casa do adversário (2).
Outros tempos…

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2014

PROVA N.º 9 – PARTE II

“CHAMAVA-SE TOTÓ…” – Original de JOGADOR SANTOS

Olá.
Chamo-me Totó. Não se riam porque esse nome é mesmo o meu, foi-me posto pelo meu pai e ele teve as suas razões, certamente muito válidas.
Nasci em Lisboa e o meu pai era e ainda é um apaixonado por tudo o que seja jogo, tem tabelas e lógicas para apostar aqui e ali e nunca falha um bom desafio. Para tudo ser perfeito para ele, vi a luz do dia, exactamente no mesmo dia em que o jogo baseado nos resultados de futebol, viram essa mesma luz. Daí ao nome, foi um pequeno passo!
Mas houve mais, para mal dos meus pecados, os primeiros anos da minha existência foram marcados por apresentar um aspecto bem rotundo, assemelhando-me a uma bolinha, que só ajudava ao ambiente trocista em que fui obrigado a viver.
Mas voltando à minha primeira aparição nesta terra, o meu pai como bom apostador, como já referi, não deixou passar a oportunidade de tentar a sua sorte, como depois foi sempre fazendo, com este e com todos os outros jogos que se seguiram e sempre se gaba, quando o assunto é jogo, que em todas as primeiras edições de qualquer dos jogos legais que em Portugal apareceram, sempre ganhou prémios! E isso era a demonstração da sua enorme qualidade como apostador!
Na verdade, ninguém se recordava se tal sorte era mesmo verdadeira, mas se fosse realmente assim, também era certo que nunca ganhara grande coisa, grandes prémios, bem pelo contrário, que a nossa vida jamais foi desafogada e a minha mãe muitas vezes amaldiçoava o jogo como responsável por muitas das dificuldades sentidas.
O meu pai era, naqueles anos em que o recordo na fase da minha infância, uma pessoa com quem se podia brincar, a minha mãe chamava-lhe irresponsável, mas para mim era um camarada brincalhão, sempre com uma piada, uma paródia, uma anedota…
Benfiquista até ao tutano, cedo me tentou aliciar para o clube da águia, mas nós, miúdos, não conseguimos seguir a lógica dos adultos e… acabei dragão!
Mas dele nunca recebi qualquer crítica ou remoque sobre a minha opção juvenil, que se arrastou até hoje e certamente continuará até ao fim. Dizia ele que era normal que os miúdos se apaixonassem pelos perdedores, que nessa época lá para os lados do Douro não se festejavam títulos. Mas para mim a explicação era outra, um dragão era muito mais apelativo do imaginário que uma simples águia…
Dizia ele, com o seu melhor sorriso malandro:
- Sabes, quando nasceste, naquele dia mesmo, tive um prémio razoável no jogo e por isso te dei o nome que tens. Não foi um grande prémio mas como acertei todos os outros jogos, podia ser muito maior se não fosse o meu benfiquismo…
- Puseste o Benfica a ganhar e ele não ganhou, foi?
- Não, claro que o pus a ganhar e ele ganhou mesmo.
- Então foi o Sporting ou o Porto que não puseste a ganhar?
- Foi, pus os dois a perderem, como bom benfiquista que sempre fui! Mas como nasceste tu, fui amplamente recompensado! Já tinha esgotado a minha dose de sorte desse dia e claro que não te trocava pelo prémio maior, pelo 13, nem que ganhasse sozinho…
Sorriu com o seu melhor sorriso malandro e nesse momento, quase acreditei plenamente nele!


A-    O prémio do jogo terá sido razoável, como ele diz;
B-    O prémio do jogo terá sido bem maior do que ele diz;
C-    O prémio terá sido mais pequeno do que ele diz;
D-    Não terá havido prémio do jogo para ele;

E pronto.
Depois das leituras que cada “detective” entender necessárias para apreender o sentido do problema, resta a opção pela alínea correcta e enviar a sua proposta, impreterivelmente até ao próximo dia 10 de Novembro, para o que poderá utilizar um dos seguintes meios:
 
- Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um dos endereços:
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
Recordamos que para estes desafios de escolha múltipla, é imperioso que seja assinalada a letra correspondente à hipótese pretendida.
Alguns confrades desenvolvem argumentações em defesa de uma ou outra alternativa, situação que sempre aceitámos e continuaremos a aceitar, porque aqui, no Policiário, não há respostas fechadas, há sempre a possibilidade de um confrade demonstrar que num problema há mais do que uma solução válida e nesse caso todas serão consideradas. No entanto, se em lugar algum da solução indicam com clareza a sua opção, a partir de agora, serão sempre consideradas opções erradas, mesmo que as conclusões até sejam correctas.
Pedimos a compreensão dos leitores e “detectives” para a impossibilidade de ser o orientador a procurar nos textos enviados (sem necessidade porque o regulamento indica claramente que apenas deverá ser assinalada a alínea de opção), com perdas de tempo e, muitas vezes, com dificuldade em entender o que o concorrente pretende.





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