segunda-feira, 27 de outubro de 2014

SOLUÇÃO DA PROVA N.º 8 - PARTE II

Como prometido, aqui fica a solução oficial da parte II, também de autoria do confrade VERBATIM:

Solução
de
Magia com camelos

            A alínea que se ajusta ao que aconteceu é a 2 - O que Omar recebeu como comissão resultou de algo de que os três filhos não podiam dispor.
            Primeiro do que tudo temos de nos interrogar sobre o aspecto mágico da divisão dos camelos entre os três irmãos. Como é que cada um deles pôde vir a receber um pouco mais do que lhe competia? O mais velho tinha direito a metade dos 11 camelos (11:2 = 5,5), o do meio a um quarto (11:4 = 2,75) e o mais novo a um sexto (11:6 = 1,83) e, no entanto, receberam, respectivamente, 6+3+2 = 11 camelos.
Pois é, o gato está no facto de Hassan não ter distribuído toda a sua herança pelos três filhos. Deixou uma pequena fracção por atribuir. Basta ver que a soma de um meio com um quarto e um sexto não chega a um, dando 11/12 = 0,92. Havia, portanto, uma parte da herança (1/12 dos 11 camelos = 0,92 de um camelo) que tinha de ser entregue à tribo, conforme o que por ali estava estipulado. Essa pequena fracção foi habilmente dividida por Omar entre os irmãos, para lhes dar a ilusão de que podiam dispor dela para a entregarem, sob a forma de dinheiro, como comissão do serviço que ele lhes prestara e que previamente com eles acordara.
Vê-se, portanto, que os três irmãos entregaram a Omar algo de que não podiam dispor, devido ao facto de os chamados excedentes sobre aquilo que esperavam (0.5+0,25+ 0,17 = 0,92 de um camelo) pertencer à tribo e não a eles.
A alínea 4 não pode ser considerada correcta porque Omar não arranjou maneira de ficar com uma parte da herança que Hassan destinara aos filhos. Ele arranjou maneira, isso sim, de ficar com a parte da herança que era devida à tribo, obtendo para o efeito a concordância dos três filhos que julgaram ter-lhe entregue algo que só a eles pertencia.
Consta que Omar, alguns anos depois, veio a ser banqueiro em Córdova, mas não é de crer que uma pessoa como ele possa alguma vez ter sido banqueiro.



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