[Transcrição da secção n.º 1217 publicada
hoje no jornal PÚBLICO]
DANIEL FALCÃO E PAULO,
FINALISTAS DA
TAÇA!
Estão encontrados os finalistas da Taça de Portugal deste ano:
DANIEL FALCÃO (BRAGA) – PAULO (VISEU)
Depois de muita luta, eliminatória a eliminatória, o momento em que
chegamos aos finalistas é sempre de assinalar, porque corresponde ao culminar
de todo um processo muito mais complicado do que parece à primeira vista.
Há uns tempos, confidenciava-nos um dos nossos confrades, que uma
vitória na Taça de Portugal valia, para ele, muito mais que um título de
campeão. Explicava que era muito mais difícil defrontar confrades no “um contra
um” do que elaborar soluções para obter o máximo de pontuação, sendo certo para
ele que a obtenção do máximo de pontos em todos os desafios o conduziria ao
título – o que nem sempre ocorre! – enquanto para superar um confrade diferente
em cada um dos desafios era muito mais exigente.
Não tendo tantas certezas como o nosso confrade, não podemos deixar de
exprimir um certo carinho por uma competição de “momentos”, de rasgos e
surpresas que sempre podem acontecer. Mais ainda, porque se trata de uma
competição onde um erro pode ser compensado, desde que o adversário não faça
melhor, ao contrário do que normalmente acontece no campeonato.
Seja como for, estamos perante os finalistas de uma competição a
eliminar e certamente que os confrades de Braga e Viseu vão proporcionar uma
boa final.
Para o sucesso de ambos nas meias-finais, foi a questão da imparidade
entre Viseu e Santarém de um lado e Belém do outro, que fez a principal
diferença em relação aos seus opositores, agora eliminados. Viseu, Santarém e
Belém, assim tratados em plano semelhante, indiciavam com clareza que a acção
decorria no Brasil e não em Portugal.
Ainda com alguns dias disponíveis para o envio das propostas de solução
dos enigmas que o confrade M. Constantino nos apresentou para a derradeira
prova e que irão terminar com todas as dúvidas existentes, em todas as
classificações, queremos deixar aqui uma saudação muito especial a todos os
“detectives” que participaram na Taça, com destaque para os agora eliminados,
Detective Jeremias e Mister H. Chegarem às meias-finais não deixa de ser um
belo feito.
M. LIMA – NOSSO HERÓI POLICIÁRIO
Desapareceu um dos grandes “andarilhos” do Policiário, um autêntico
“papa-léguas” que durante décadas, principalmente nas de 70 e 80, percorreu o
país para se encontrar com os “seus amigos”: M. Lima, do Porto.
Uma das imagens de marca do Policiário dessa época, sob a batuta do
nosso saudoso Sete de Espadas, era a organização dos convívios, que pelo menos
uma vez por mês, juntavam todos os confrades nos mais diversos pontos do país,
em alegres jornadas de camaradagem.
Havia encontros do Minho ao Algarve, alguns já com data marcada de ano
para ano. A orgânica era simples: os confrades de cada zona preparavam a
logística do convívio, desde alojamentos e restauração, até aos locais de
visita obrigatória e turística; depois divulgavam o evento e aguardavam pela
presença dos confrades que se quisessem associar e conviver.
Em cada um dos eventos, a presença principal era dos confrades da
própria zona geográfica, que aproveitavam para se conhecerem entre si e
lançarem as sementes para as Tertúlias Policiarias. A estes juntavam-se os
confrades oriundos de todo o país, com mais possibilidades de mobilidade, até
porque os meios de transporte e as estradas não eram nada famosas, naqueles
tempos.
Uma das presenças praticamente certas, em qualquer local do país, era a
do M. Lima.
Umas vezes aproveitava a “boleia” do confrade Jartur, outras,
completamente sozinho, tomava o comboio ou autocarro e viajava horas e horas,
muitas vezes durante toda a noite, após saída do trabalho, para estar no
domingo pela madrugada no local da concentração, “para rever os Amigos”, como
sempre dizia.
M. Lima nunca andava completamente só, transportava a sua inseparável
máquina fotográfica e assim documentava efusivamente cada convívio, mandando
depois fazer cópias das fotos em que constavam os convivas. No encontro
seguinte, era certo e sabido que cada participante era brindado com as suas
fotos do convívio anterior!
M. Lima é, sem qualquer dúvida, um dos símbolos maiores do nosso
passatempo. Não propriamente pela sua vertente competitiva, em que alcançou
resultados positivos, mas nunca chegou aos mais altos patamares, até pela suas
dificuldades em termos de conciliação de tempo e disposição com a sua
actividade profissional, mas principalmente na vertente de convívio e
camaradagem, em que foi sempre um modelo a seguir pela nossa “tribo policiária”.
M. Lima foi, é e será sempre um modelo para todos nós, pelo seu
desprendimento quanto a pontuações ou títulos; pela sua camaradagem e
militância policiárias; pela sua postura de sempre, calma e descontraída.
Há um lugar comum que é referir a perda irreparável sempre que um
confrade desaparece do nosso convívio. É manifestamente o que se passa com M.
Lima. Habituámo-nos a vê-lo por todo o lado, máquina fotográfica ao pescoço,
“apanhando” os momentos, que não guardava para si…
O M. Lima estará sempre “presente” nos nossos convívios!
RESULTADOS DA PROVA N.º 9
Como sempre acontece, as pontuações completas da prova n.º 9 estarão
disponíveis no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario
e os resultados mais pormenorizados, de todas as classificações, no CLUBE DE
DETECTIVES, sítio do confrade Daniel Falcão, disponível em
clubededetectives.net