domingo, 30 de novembro de 2014

POLICIÁRIO 1217

[Transcrição da secção n.º 1217 publicada 
hoje no jornal PÚBLICO]

DANIEL FALCÃO E PAULO, 
FINALISTAS DA TAÇA!

Estão encontrados os finalistas da Taça de Portugal deste ano:

DANIEL FALCÃO (BRAGA) – PAULO (VISEU)

Depois de muita luta, eliminatória a eliminatória, o momento em que chegamos aos finalistas é sempre de assinalar, porque corresponde ao culminar de todo um processo muito mais complicado do que parece à primeira vista.
Há uns tempos, confidenciava-nos um dos nossos confrades, que uma vitória na Taça de Portugal valia, para ele, muito mais que um título de campeão. Explicava que era muito mais difícil defrontar confrades no “um contra um” do que elaborar soluções para obter o máximo de pontuação, sendo certo para ele que a obtenção do máximo de pontos em todos os desafios o conduziria ao título – o que nem sempre ocorre! – enquanto para superar um confrade diferente em cada um dos desafios era muito mais exigente.
Não tendo tantas certezas como o nosso confrade, não podemos deixar de exprimir um certo carinho por uma competição de “momentos”, de rasgos e surpresas que sempre podem acontecer. Mais ainda, porque se trata de uma competição onde um erro pode ser compensado, desde que o adversário não faça melhor, ao contrário do que normalmente acontece no campeonato.

Seja como for, estamos perante os finalistas de uma competição a eliminar e certamente que os confrades de Braga e Viseu vão proporcionar uma boa final.
Para o sucesso de ambos nas meias-finais, foi a questão da imparidade entre Viseu e Santarém de um lado e Belém do outro, que fez a principal diferença em relação aos seus opositores, agora eliminados. Viseu, Santarém e Belém, assim tratados em plano semelhante, indiciavam com clareza que a acção decorria no Brasil e não em Portugal.

Ainda com alguns dias disponíveis para o envio das propostas de solução dos enigmas que o confrade M. Constantino nos apresentou para a derradeira prova e que irão terminar com todas as dúvidas existentes, em todas as classificações, queremos deixar aqui uma saudação muito especial a todos os “detectives” que participaram na Taça, com destaque para os agora eliminados, Detective Jeremias e Mister H. Chegarem às meias-finais não deixa de ser um belo feito.




M. LIMA – NOSSO HERÓI POLICIÁRIO



Desapareceu um dos grandes “andarilhos” do Policiário, um autêntico “papa-léguas” que durante décadas, principalmente nas de 70 e 80, percorreu o país para se encontrar com os “seus amigos”: M. Lima, do Porto.

Uma das imagens de marca do Policiário dessa época, sob a batuta do nosso saudoso Sete de Espadas, era a organização dos convívios, que pelo menos uma vez por mês, juntavam todos os confrades nos mais diversos pontos do país, em alegres jornadas de camaradagem.
Havia encontros do Minho ao Algarve, alguns já com data marcada de ano para ano. A orgânica era simples: os confrades de cada zona preparavam a logística do convívio, desde alojamentos e restauração, até aos locais de visita obrigatória e turística; depois divulgavam o evento e aguardavam pela presença dos confrades que se quisessem associar e conviver.

Em cada um dos eventos, a presença principal era dos confrades da própria zona geográfica, que aproveitavam para se conhecerem entre si e lançarem as sementes para as Tertúlias Policiarias. A estes juntavam-se os confrades oriundos de todo o país, com mais possibilidades de mobilidade, até porque os meios de transporte e as estradas não eram nada famosas, naqueles tempos.

Uma das presenças praticamente certas, em qualquer local do país, era a do M. Lima.
Umas vezes aproveitava a “boleia” do confrade Jartur, outras, completamente sozinho, tomava o comboio ou autocarro e viajava horas e horas, muitas vezes durante toda a noite, após saída do trabalho, para estar no domingo pela madrugada no local da concentração, “para rever os Amigos”, como sempre dizia.

M. Lima nunca andava completamente só, transportava a sua inseparável máquina fotográfica e assim documentava efusivamente cada convívio, mandando depois fazer cópias das fotos em que constavam os convivas. No encontro seguinte, era certo e sabido que cada participante era brindado com as suas fotos do convívio anterior!

M. Lima é, sem qualquer dúvida, um dos símbolos maiores do nosso passatempo. Não propriamente pela sua vertente competitiva, em que alcançou resultados positivos, mas nunca chegou aos mais altos patamares, até pela suas dificuldades em termos de conciliação de tempo e disposição com a sua actividade profissional, mas principalmente na vertente de convívio e camaradagem, em que foi sempre um modelo a seguir pela nossa “tribo policiária”.

M. Lima foi, é e será sempre um modelo para todos nós, pelo seu desprendimento quanto a pontuações ou títulos; pela sua camaradagem e militância policiárias; pela sua postura de sempre, calma e descontraída.

Há um lugar comum que é referir a perda irreparável sempre que um confrade desaparece do nosso convívio. É manifestamente o que se passa com M. Lima. Habituámo-nos a vê-lo por todo o lado, máquina fotográfica ao pescoço, “apanhando” os momentos, que não guardava para si…

O M. Lima estará sempre “presente” nos nossos convívios!


RESULTADOS DA PROVA N.º 9

Como sempre acontece, as pontuações completas da prova n.º 9 estarão disponíveis no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario e os resultados mais pormenorizados, de todas as classificações, no CLUBE DE DETECTIVES, sítio do confrade Daniel Falcão, disponível em clubededetectives.net


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