A
MORTE VIOLENTA DA DONA CIDÁLIA
Cumprimos
mais uma etapa das nossas competições, com a publicação de mais um desafio de
escolha múltipla, que nos vai colocar na decifração de um crime de sangue
cometido numa casa de bairro e que nos é trazida pela “detective” Selma:
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA
N.º 2 – PARTE II
“A
MORTE DA DONA CIDÁLIA” – Original de SELMA
Quando
os agentes arrombaram a porta já estavam mais ou menos a contar com o que iam
encontrar e por isso não deixaram ninguém aproximar-se, mantendo a vizinhança
no piso de baixo.
Tudo
começou quando uma vizinha estranhou que a D. Cidália, uma velha inquilina de
várias décadas, não desse sinal de vida, apesar de ela bater insistentemente à
porta:
-
Pensei que lhe tinha dado alguma coisa, nós ouvimos tantas histórias de pessoas
que morrem sozinhas em casa com ataques do coração e outras coisas, que até
ficamos logo a pensar…
Afinal,
como a polícia verificou, não foi um ataque cardíaco, mas sim um ataque
violento que vitimou a idosa, trespassada por golpe certeiro desferido com uma
faca de lâmina bem afiada, cravada nas costas. Confirmaram que nada havia a
fazer pela pobre senhora e aguardaram serenamente pela chegada do inspector da
Judiciária e dos membros da equipa técnica que ia efectuar a recolha de provas.
Uma
busca ao local revelou desde logo que a casa não tinha grandes condições de
habitabilidade, as paredes estavam degradadas pela humidade e as duas únicas
janelas, uma que dava para um pátio interior e outra que dava para a rua,
estavam ambas trancadas por dentro, o que tornava a casa bastante bafienta,
pela falta de circulação de ar.
Não
havia sinais de luta. A senhora fora certamente apanhada de surpresa e
trespassada com um único golpe, caindo de bruços. Não havia sinais de ter sido
arrastada ou movida da posição em que caiu. A porta foi arrombada pelos
polícias, já que estava fechada, não apenas no trinco, mas com duas voltas. A
chave não estava metida na fechadura, mas sim depositada em cima de um aparador,
perto da mala da vítima, onde estavam diversos objectos pessoais e uma carteira
com algum dinheiro, já que recebera na véspera a sua pensão.
Rapidamente
o inspector chegou a três pessoas que poderiam ter motivos ou que estiveram com
a vítima nas horas anteriores ao desfecho, que foi ouvir, em separado, na casa
da vizinha do rés-do-chão, a D. Eleutéria, que foi quem deu o alarme à polícia
e que afirmou no seu depoimento:
-
Senhor inspector, eu era amiga da Cidália e costumávamos ir as duas ao mercado,
à mercearia, à missa, eramos amigas e como não temos mais ninguém,
apoiávamo-nos uma à outra, sabe como é… Ontem à noite estivemos na casa dela a
ver televisão, bebemos chá e comemos uns bolitos, mas quando vim embora já o
senhor Castro, que mora aqui em cima estava a reclamar à porta que estávamos
afazer muito barulho! Veja lá, o homem estava sempre a reclamar do barulho que
a Cidália fazia, uma mulher que vivia sozinha que barulho podia fazer, diga-me
cá? Barulho faz ele, que eu apanho cá em baixo, só a ressonar parece uma
trovoada! A Cidália só fechava a porta à chave à noite e deixava a chave na
fechadura, para poder abrir a porta e fugir se houvesse alguma coisa, um
incêndio ou coisa assim. Na noite passada, ela ficou nas escadas à espera que eu
chegasse à minha casa, como fazia sempre e quando eu cheguei disse-lhe que
estava tudo bem e ouvi-a a fechar a porta. Só hoje de manhã estranhei não
aparecer e foi então que chamei a polícia. Não entrei em casa, não me deixaram,
só me disseram que estava morta, coitada. Deu-lhe alguma coisa… já não somos
novos…
O
vizinho Castro, não foi nada meigo no depoimento que fez:
-
Coitada dela, mas era muito impossível no trato. Não se conseguia aturar e a
mania de fazer barulho a qualquer hora deixava-me desesperado. Às vezes dava-me
uma gana de ir lá acima e dizer-lhe das boas, mas enfim, já lá está, não é? A
última vez que a vi foi ontem à tarde, mas ainda a ouvi à noite, quando veio
despedir-se da amiga às escadas. Ouvi-as a trocarem despedidas e cada uma delas
fechou a sua porta, isso, eu ouvi porque fizeram um barulhão dos diabos. O
senhor inspector desculpe, mas não tenho pena nenhuma e pode ser que agora eu
tenha descanso… Nunca entrei em casa dela, era só o que faltava, queixava-me do
barulho quando ela passava à minha porta. Já não a podia aturar… Ela fechava
sempre a porta à chave, eu ouvia-a a rodar na fechadura, disso tenho a certeza…
O
senhorio, que morava no prédio ao lado, mostrou-se abalado com a notícia…
-
Não esperava isto… Já muitas vezes tinha dito à D. Cidália que não devia ter
aquelas facas na cozinha, mas pensava sempre que pudesse acontecer algum
acidente e ela cortar-se ou coisa assim, porque já era uma pessoa de idade e a
usar aquilo… Nunca pensei que pudesse acontecer uma coisa destas, nesta casa e
neste bairro que é tão pacato. Agora é que vão ser elas para conseguir arrendar
a casa outra vez, vão todos começar com a conversa do assassínio da D. Cidália…
Não vai ser nada fácil… Sim, tenho uma chave de todas as casas, mas não sei se
os inquilinos mudam as fechaduras ou os canhões. A D. Cidália ainda tinha a
mesma, foi pena terem arrombado a porta, agora vou ter mais uma despesa…
O
Inspector releu os seus apontamentos e já tinha a ideia de quem estava
envolvido na morte da senhora…
1- D. Eleutéria;
2- Sr. Castro;
3- Senhorio;
4- Alguém vindo de fora.
E
pronto.
Depois
de lançados os dados, chegou o momento dos nossos “detectives” se pronunciarem,
indicando qual é a hipótese que acham ser correcta, impreterivelmente até ao
próximo dia 31 de Março, para o que poderá usar um dos seguintes meios:
-
Pelo Correio: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
-
Por e-mail: lumagopessoa@gmail.com;
pessoa_luis@hotmail.com
e luispessoa@sapo.pt;
-
Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Relembramos
que é obrigatório indicar com clareza qual o número correspondente à opção, sem
o que será considerada errada a resposta dada. Se pretenderem, no entanto, dar
mais explicações, podem fazê-lo, mas será sempre considerada a pontuação
referente á hipótese escolhida.
Boas
deduções!
Sem comentários:
Enviar um comentário