PROBLEMAS
POLICIÁRIOS
Começaram
as nossas competições e com elas, os desafios policiários que assumem
importância vital no nosso passatempo. Logo no primeiro desafio, houve vozes
que se levantaram contra a solução oficial, defendendo que qualquer das
hipóteses era válida.
Naturalmente,
as discussões sobre policiário são recorrentes, sobretudo quando o que está em
causa são primeiros problemas, de novos produtores, muitas vezes sem o “calo”
que permita evitar os conflitos.
Mas,
hoje não nos vamos debruçar sobre o problema publicado, mas sim apontar alguns
aspectos que poderão ser úteis para os candidatos a produtores, que nunca devem
desistir, mas antes aperfeiçoarem os seus métodos.
Como
é óbvio e natural, todas as capacidades dedutivas dos confrades têm que ser
postas em actividade máxima para responderem aos problemas que são propostos.
Estes, produzidos também no seio da nossa “tribo policiária”, encerrarão
elementos que são obrigatórios, nomeadamente retractarem situações verosímeis e
haver uma componente de mistério para decifrar.
Quando
um autor apresenta um problema, sabe de antemão que vai ser escrutinado e alvo
de críticas, que poderão ter fundamento ou nem por isso.
No
processo de feitura, o autor deve ter bem presente a chave que pretende para o
problema, ou seja, a solução que quer que os solucionistas lhe venham a dar.
Assim, deve conferir, desde logo, se essa solução é absolutamente correcta ou
não. Em muitos casos, acontece que os factos são empíricos e não verificáveis e
depois aparecem várias opiniões e conclusões para o mesmo acto. Por exemplo, se
a solução se vai basear no facto de um cão ladrar a estranhos e não aos donos,
isso terá se ser concretamente vertido no texto, sob pena de não ser uma
conclusão óbvia e certa. Há cães que ladram a todos, outros que não ladram a
ninguém, outros ainda que ladram de modo diferente conforme o seu humor e o
destinatário! O autor teria, pois, que nos fornecer todos os dados sobre o
animal, disfarçadamente, ao longo do texto, para que pudesse ser retirada a
conclusão que pretende.
Uma
vez certificada a solução pretendida, o autor deve enroupar a acção, ou seja,
descrever com o pormenor necessário, toda a cena, personagens e ambientes,
tendo sempre presente as conclusões de chegada.
Uma
vez elaborado todo o problema, o autor deve testar a solução, aplicando-a e
fazendo a leitura “ao contrário”, ou seja, da conclusão para os pressupostos e
verificar se a mesma confere na íntegra e se ao longo de todo o processo não
aparecem “portas” alternativas que possam conduzir a conclusões diversas. Se em
qualquer momento se abrirem alternativas, há que seguir cada uma delas para
verificar se mais à frente elas ficam inviabilizadas. Neste caso, o problema
ficará perfeito, uma vez que apenas terá aquela solução, mas diversos caminhos
que vão podendo ser seguidos pelos decifradores, para serem todos eliminados
mais à frente.
Em
resumo, um produtor de problemas policiários deverá construir o seu caso para
concluir na solução escolhida e única e testar o desafio para que não aceite
mais nenhuma alternativa válida.
Um
dos maiores obstáculos que hoje se apresenta aos candidatos a produtores, é a
questão do espaço disponível. Em tempos não muito distantes, a questão do
espaço não era um problema candente e todos os que já temos uns anitos disto
nos lembramos dos desafios publicados no Mundo de Aventuras, pela mão do Sete
de Espadas, ou na revista Passatempo, a cargo do Inspector Aranha, com várias
páginas, muita descrição de cenas e personagens, muito texto para dissimular os
pormenores que faziam a solução. A simples leitura do problema já era um
exercício bem complicado e a sua interpretação era obtida em leituras “à linha”
ou “ao parágrafo”, para poderem ser absorvidos todos os indícios. Hoje, o
espaço disponível é reduzido e os problemas têm um número máximo de caracteres
que obrigam os produtores a um exercício suplementar de síntese, causando uma
concentração de pormenores e indícios que acabam facilitando a tarefa dos
decifradores, para além de dificultarem a parte literária do próprio texto.
Alguns
confrades entendem que deveríamos explorar outros caminhos, desde a publicação
de desafios mais extensos em duas partes, em semanas consecutivas, até à
publicação no blogue Crime Público, onde as limitações de espaço não existem.
Se
a primeira sugestão não reúne as preferências dos confrades, que já em diversas
ocasiões fizeram saber que a perda da unidade do problema pela publicação “em
prestações” não era boa solução, no caso do blogue ainda mais vozes se
levantam, por conduzir à exclusão de muitos leitores que seguem fielmente o
PÚBLICO, mas ignoram completamente a informática e as novas tecnologias.
Enfim,
temos de usar aquilo que é posto à nossa disposição, mesmo com as limitações
existentes e continuarmos a levar aos “detectives” os casos criminais e
policiais que todos gostamos de ler e decifrar, independentemente das
restrições existentes.
CLASSIFICAÇÕES
DA PROVA N.º 1
Como
é do conhecimento generalizado e de acordo com os regulamentos, nos sorteios da
Taça de Portugal cada confrade deve saber quem é o seu opositor, antes de
terminar o prazo para resolução dos enigmas.
Recorrentemente,
aquando da primeira prova, a tarefa é de dificuldade máxima, sobretudo porque o
que está em causa não é a competição do “um contra um” que depois a Taça de
Portugal passa a ser, mas sim a escolha das melhores 512 propostas de solução
para definir quem são os 512 confrades que irão prosseguir em competição.
Esse
trabalho, sempre muito moroso e difícil, está a ser feito e será divulgado no
blogue Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario,
a tempo de cada concorrente apurado saber quem é o seu opositor directo. Lá
encontrarão, pois, os 256 confrontos para a segunda eliminatória que terá como
pano de fundo os problemas da prova n.º 2, cujo prazo limite para resposta é o
dia 31 do corrente mês de Março.
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