São os votos para todos os nossos confrades e Amigos!
segunda-feira, 31 de dezembro de 2018
PERTURBAÇÕES...
As perturbações e confusões das últimas semanas acabaram por impedir que houvesse "cabeça" para as pontuações e classificações que estavam prometidas para a noite que se avizinha.
Não será por isso, estamos certos, que o Policiário não fará parte da noite de Ano Novo, para quem a ele se dedicou durante todo um ano.
Em breve, nos próximos dias, estaremos aqui a divulgar vencedores e campeões, ao mesmo tempo que ultimamos um texto para reflexão sobre os acontecimentos e sobre as culpas que também nos cabem para chegarmos a este fim de ciclo.
Estaremos por cá, com a frontalidade que sempre procurámos ter...
domingo, 30 de dezembro de 2018
POLICIÁRIO 1430
POLICIÁRIO
INTERROMPE POR DECISÃO DA DIRECÇÃO DO PÚBLICO
Quando
iniciámos esta caminhada, no remoto dia 1 de Julho de 1992, no suplemento
“Férias”, que se iria publicar diariamente até 31 de Agosto, a ideia base era
aumentar a oferta de produtos diferenciadores, que fizessem do PÚBLICO um
jornal único, como aconteceu, capaz de preencher e atrair nichos já existentes
e organizados de diversas actividades. Este critério assentava como uma luva no
Policiário, um passatempo que existia há décadas e que sempre aglutinou uma
imensa legião de seguidores, amantes da literatura policial, uma das mais lidas
em todo o mundo.
Não
causou surpresa, pois, que após o suplemento “Férias” surgisse o convite da
direcção para continuarmos, na edição nobre dos domingos e no corpo do jornal, tal
era o êxito alcançado, numa época em que a correspondência postal era a única
existente. Milhares de cartas e postais davam a medida exacta da aposta
inteiramente ganha. Quando chegávamos à redacção, na rua Amílcar Cabral, para
deixar textos e recolher correspondência, eram os próprios funcionários e
jornalistas que nos perguntavam a solução deste ou daquele problema policial do
Inspector Fidalgo! Era a “fidalgomania”, como muito bem apelidava uma das
secretárias da direcção!
Ao longo destes 26 anos e meio de permanência nas
páginas do PÚBLICO, sempre com audiência em crescendo – neste último ano
batemos o nosso record de participantes nos torneios! – passámos por diversas
vicissitudes: no início tinhamos uma página inteira; mais tarde, uma
partilhada; a seguir fomos reduzidos a duas colunas, ao mesmo tempo que o
jornal o era, também; deixámos de poder contar com os prémios pagos pelo jornal
aos vencedores, etc.
Mas
o Policiário continuou sempre, teimosamente com cada vez mais concorrentes e
mais aguerridos na disputa dos torneios, mesmo sem haver prémios físicos!
O
grande prémio surgiu agora: um telefonema de breves minutos de alguém que se
identificou como editor passou a certidão de óbito a um espaço que foi companhia
dos leitores durante mais de um quarto de século. Em nome de uma remodelação do
P2 - que aceitamos com naturalidade, porque tudo muda e as ideias e conceitos
de quem manda também - disseram-nos que deixou de haver espaço para nós.
O
que deixa um profundo sentimento de mágoa é não termos direito a uma palavra de
respeito pelo trabalho desenvolvido, após tantos anos com a camisola do PÚBLICO
vestida, em todos os acontecimentos Policiários por este país, em colóquios,
conferências, encontros com núcleos de amantes do policial. Uma atenção que
sempre houve no passado, em cada alteração, em cada momento em que foi
necessário modificar a estrutura ou o modo de nos apresentarmos.
São
assim os sinais dos tempos novos, dirão alguns, mas nós, já com muitas décadas
em cima, não culpamos os tempos novos, porque a falta de respeito por quem deu
tudo por uma causa, é coisa de educação e de princípios e não admite meio-termo:
ou há, ou não há!
Fecha-se,
desta forma, um ciclo.
O
Policiário continuará o caminho de muitas décadas, que foi trilhado pelos seus
vultos mais importantes, com o Sete de Espadas à cabeça e sobreviverá, como
sempre aconteceu no passado, porque por aqui há e sempre houve, frontalidade,
mente aberta e muito respeito.
Votos
de um Bom Ano Novo e que 2019 traga a todos os “detectives” e leitores que nos
acompanharam aquilo que mais desejam.
Luís
Pessoa
LOCAIS
POLICIÁRIOS
CORREIO POLICIAL
Secção que semanalmente é publicada no
semanário regional Correio do Ribatejo, que se publica em Santarém.
O espaço é gerido por um dos “monstros
sagrados” do Policiário, o confrade Inspector Aranha (d.cabral@sapo.pt).
Privilegia a publicação de contos policiais e problemas, de antigamente e de
agora, fazendo a divulgação do policial nas suas múltiplas dimensões.
CRIME PÚBLICO
Notícias, classificações, informações,
alguma da nossa história, tudo vai passando pelo blogue.
Atenção à grande noite policiária de 31 de
Dezembro, com todos os resultados deste ano competitivo.
O Crime Público está em http://crimepublico.blogspot.com.
CLUBE DE DETECTIVES
É o sítio de autoria do confrade Daniel
Falcão, confrade de Braga, que disponibiliza imensa informação, quer do
andamento das competições, quer dos problemas publicados e respectivas soluções.
Destaque para a bibliografia disponível e
vasto material do Arquivo Histórico da Problemística Policiária Portuguesa
(AHPPP) recolhido pelo infatigável Jartur. Obrigatório!
Pode ser acedido em http://clubededetectives.pt.
POLICIÁRIO DE BOLSO
Um blogue de grande qualidade, feito a
partir de Santarém pela Detective Jeremias, uma das policiaristas mais
importantes do novo policiário. Apesar de estar pouco activo, actualmente, por
este blogue passou a divulgação de alguma da imensa obra do nosso mestre Manuel
Constantino, que pode ser consultada.
A não perder, em http://policiariodebolso.blogspot.pt.
POLICIARISMO
Um blogue especialmente dirigido à memória
do Policiário que por cá se fez no após 1975, ou seja, na fase do regresso em
força, pela mão do inevitável Sete de Espadas. São memórias de convívios, de
competições, de problemas, de todo um mundo que fervilhou nas décadas de 70 e 80
do século passado.
Para reviver memórias ou tomar
conhecimento dessa realidade, em http://policiarismo.blogspot.pt.
O DESAFIO
DOS ENIGMAS
No jornal
quinzenal “NOVO AUDIÊNCIA”, que se publica em Vila Nova de Gaia, o confrade
Inspector Boavida mantém este espaço, que se assume, cada vez mais, um
divulgador e dinamizador do nosso passatempo.
Os contactos
poderão ser efectuados directamente para o orientador, pelo endereço salvadorpereirasantos@hotmail.com.
LOCAL DO
CRIME
Um blogue
que serve de apoio ao “DESAFIO DOS ENIGMAS” e que pode ser encontrado em http://localdocrime.blogspot.com.
Tem sempre em curso iniciativas importantes, a merecerem máxima atenção, quer
no campo da produção de enigmas, quer da sua decifração.
ARS
EST CELAREM ARTEM
Pela
batuta do confrade Abrótea, a partir de Setúbal, muitos passatempos e histórias
a não perder, em http://ricardoma1.comunidade.net/
TEXTO INTEGRAL DA SECÇÃO 1430
POLICIÁRIO
INTERROMPE POR DECISÃO DA DIRECÇÃO DO PÚBLICO
Quando
iniciámos esta caminhada, no remoto dia 1 de Julho de 1992, no suplemento
“Férias”, que se iria publicar diariamente até 31 de Agosto, a ideia base era
aumentar a oferta de produtos diferenciadores, que fizessem do PÚBLICO um
jornal único, como aconteceu, capaz de preencher e atrair nichos já existentes
e organizados de diversas actividades. Este critério assentava como uma luva no
Policiário, um passatempo que existia há décadas e que sempre aglutinou uma
imensa legião de seguidores, amantes da literatura policial, uma das mais lidas
em todo o mundo.
Não
causou surpresa, pois, que após o suplemento “Férias” surgisse o convite da
direcção para continuarmos, na edição nobre dos domingos e no corpo do jornal, tal
era o êxito alcançado, numa época em que a correspondência postal era a única
existente. Milhares de cartas e postais davam a medida exacta da aposta
inteiramente ganha. Quando chegávamos à redacção, na rua Amílcar Cabral, para
deixar textos e recolher correspondência, eram os próprios funcionários e
jornalistas que nos perguntavam a solução deste ou daquele problema policial do
Inspector Fidalgo! Era a “fidalgomania”, como muito bem apelidava uma das
secretárias da direcção!
Ao longo destes 26 anos e meio de permanência nas
páginas do PÚBLICO, sempre com audiência em crescendo – neste último ano
batemos o nosso record de participantes nos torneios! – passámos por diversas
vicissitudes: no início tinhamos uma página inteira; mais tarde, uma
partilhada; a seguir fomos reduzidos a duas colunas, ao mesmo tempo que o
jornal o era, também; deixámos de poder contar com os prémios pagos pelo jornal
aos vencedores, etc.
Mas
o Policiário continuou sempre, teimosamente com cada vez mais concorrentes e
mais aguerridos na disputa dos torneios, mesmo sem haver prémios físicos!
O
grande prémio surgiu agora: um telefonema de breves minutos de alguém que se
identificou como editor passou a certidão de óbito a um espaço que foi companhia
dos leitores durante mais de um quarto de século. Em nome de uma remodelação do
P2 - que aceitamos com naturalidade, porque tudo muda e as ideias e conceitos
de quem manda também - disseram-nos que deixou de haver espaço para nós.
O
que deixa um profundo sentimento de mágoa é não termos direito a uma palavra de
respeito pelo trabalho desenvolvido, após tantos anos com a camisola do PÚBLICO
vestida, em todos os acontecimentos Policiários por este país, em colóquios,
conferências, encontros com núcleos de amantes do policial. Uma atenção que
sempre houve no passado, em cada alteração, em cada momento em que foi
necessário modificar a estrutura ou o modo de nos apresentarmos.
São
assim os sinais dos tempos novos, dirão alguns, mas nós, já com muitas décadas
em cima, não culpamos os tempos novos, porque a falta de respeito por quem deu
tudo por uma causa, é coisa de educação e de princípios e não admite meio-termo:
ou há, ou não há!
Fecha-se,
desta forma, um ciclo.
O
Policiário continuará o caminho de muitas décadas, que foi trilhado pelos seus
vultos mais importantes, com o Sete de Espadas à cabeça e sobreviverá, como
sempre aconteceu no passado, porque por aqui há e sempre houve, frontalidade,
mente aberta e muito respeito.
Votos
de um Bom Ano Novo e que 2019 traga a todos os “detectives” e leitores que nos
acompanharam aquilo que mais desejam.
Luís
Pessoa
sábado, 29 de dezembro de 2018
TEXTO INTEGRAL DA EDIÇÃO 1430
EXCEPCIONALMENTE SERÁ AQUI PUBLICADO O TEXTO DE ENCERRAMENTO DA SECÇÃO, EXACTAMENTE ÀS 00.00 HORAS DO DIA 30.
A SECÇÃO INTEGRAL SERÁ PUBLICADA À HORA HABITUAL: 12.00.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2018
quinta-feira, 27 de dezembro de 2018
NOVA VIDA, VIDA NOVA!
Terminou este ciclo!
A vida continua, apesar das perturbações...
Foram dias complicados, tarefas que não se cumpriram, atrasos que se acumularam...
As nossas competições estiveram em banho maria e agora há que reanimá-las...
Provavelmente não vamos ter a grande noite de dia 31, mas vamos ter outra grande noite qualquer, que anunciaremos em devido tempo!
Retomada a respiração, vamos definir o futuro, mas apenas após a publicação da derradeira secção, a 1430, no próximo domingo.
Há ideias, vamos tentar torná-las realidades...
Uma certeza: O Policiário vai continuar o seu caminho...
quarta-feira, 26 de dezembro de 2018
O PONTO FINAL DO DIRECTOR
Finalmente uma resposta e o ponto final, já anunciado:
(vamos aguardar pela última secção, no próximo domingo, para as despedidas, esperemos que sem sobressaltos. Diz o Povo que o mais difícil de esfolar...)
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18:09 (há 1 hora)
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Caro Luís Pessoa
Eu percebo o seu desconforto e desagrado e acredite que para nós tomar essa decisão foi muito difícil. Mas não consigo imaginar outra forma de lhe dar conta dessa decisão difícil a não ser por via pessoal – um telefonema é sempre um gesto mais pessoal do que uma carta. Foi duro, mas como refere a nossa decisão resulta de um longo e ponderado processo de reflexão e de decisão.
Obrigado pela atenção
Cumprimentos,
Manuel Carvalho
segunda-feira, 24 de dezembro de 2018
FELIZ NATAL!
PARA TODOS OS NOSSOS LEITORES, CONFRADES E DETECTIVES DEIXAMOS AQUI OS VOTOS DE UM EXCELENTE NATAL, COM TUDO O QUE DE BOM DESEJAREM,
FELIZ NATAL!
domingo, 23 de dezembro de 2018
TEXTO AO DIRECTOR DO PÚBLICO
Boa noite.
Confesso que hesitei em
enviar-lhe estas palavras. Não é meu princípio educacional entrar em contacto
quando não sou chamado ou convocado para tal.
No entanto, como colaborador do
PÚBLICO há 26 anos e 6 meses, resolvi vir ao seu contacto, um tanto em defesa
da honra, mas também para o colocar a par de coisas que certamente
desconhecerá.
Em 1 de Julho de 1992 iniciei o
Policiário, uma secção de enigmas policiais para serem decifrados pelos
leitores, no suplemento FÉRIAS. O êxito foi tal que fui convidado pelo José
Manuel Fernandes para continuar, semanalmente. O que aconteceu durante mais de
26 anos.
O Policiário tem uma legião de
seguidores há muitas décadas e os desafios propostos são resolvidos por quase 3
mil participantes, que competem por títulos e troféus que até certa altura
foram pagos pelo PÚBLICO mas que depois, devido à chamada crise, deixaram de o
ser. No entanto, os quase 3 mil concorrentes estiveram e estão sempre
presentes.
Há dias, cerca das 18 horas,
recebi uma chamada do editor dizendo-me que o P2 ia ser reestruturado e o
Policiário era extinto no final do ano.
Assim, em dois ou três minutos de conversa telefónica, passou a certidão
de óbito a um espaço de tradição no PÚBLICO de mais de um quarto de século.
Não contesto nem nunca contestei
critérios: ao longo destes anos tive uma página inteira, com audiências enormes
e comprováveis. Depois, o espaço foi encolhendo, como o jornal, e fomos
acomodando-nos, sempre com o nosso público muito fiel e aguerrido. Nunca houve
polémica nem problemas. Sempre tive magníficos interlocutores, desde logo JMF,
mas igualmente Jorge Wemens e Nuno Pacheco, com quem tive algumas reuniões para
ajustamentos.
O que nunca me passou pela cabeça
foi que pudesse ser “dispensado” em dois minutos de uma comunicação telefónica,
numa demonstração de total e cabal falta de respeito por mais de um quarto de
século a vestir a camisola do PÚBLICO! Esse acto, que espero não ser uma imagem
de marca da actual direcção, mas apenas uma manifestação de falta de educação de
quem o praticou, é o que me move para a escrita desta carta.
Não creio que seja possível demovê-lo
do erro que é praticado contra o Policiário e os quase 3 milhares de
participantes nas nossas provas, extinguindo a secção, porque penso que uma
decisão dessas já deverá ter sido maduramente ponderada e dificilmente seria
revertida, mas não ficaria de bem com a minha consciência se não viesse perante
si manifestar o meu profundo desagrado pelo modo como fui tratado.
Com os melhores cumprimentos
Luís Pessoa
Enviada na noite de 22/12/2018 para o endereço do director do PÚBLICO, manuel.carvalho@publico.pt e ainda sem qualquer resposta.
Apenas para conhecimento dos confrades.
POLICIÁRIO 1429
CONTO
DE NATAL
Respeitando
uma tradição de alguns anos, publicamos um conto de Natal, que não retracta na
sua totalidade o chamado espírito natalício, em que tudo são rosas sem
espinhos. Nada na vida é apenas a cores bonitas e brilhantes, muitos episódios
são bem contrastados a preto e branco, com violência gratuita e muita
indiferença. Desses episódios também é feito o Natal.
Para
todos os nossos leitores e “detectives” desejamos um Bom Natal, na companhia de
quem mais querem.
UMA
PISTOLA PELO NATAL
Conto
de Luís Pessoa
O
Joãozito entreabriu a porta, espreitando o corredor tenuemente iluminado. Ao
fundo, as luzes tremeluzentes do pinheiro de Natal eram um chamariz para os
seus olhos arregalados. Percorreu os metros que o separavam dos presentes que
pediu ao Pai Natal…
Espreitou,
receoso de que lhe acontecesse o que os pais advertiam: “Se vieres durante a
noite, o Pai Natal não aparece”.
Lá
estava a bicicleta que pediu e a pistola de imitação que tanto desejava e mais
uma montanha de outros embrulhos…
Avançou,
deslumbrado, nem reparando que alguém o fitava na sombra. Ajoelhou junto da
árvore e só então viu que um pouco adiante, estava um velhote sentado no chão, tão
surpreendido quanto ele.
-
Pai Natal?
-
Hem? Não faças barulho, não acordes os adultos…
-
És mesmo o Pai Natal? Não estás de vermelho nem tens as renas…
-
Hum… Não sou!
-
És o meu avô! Já sei, és o meu avô! Nunca o vi, mas pedi muito que viesses… O
meu pai disse-me que andavas por muito longe, em viagem, mas ouvi uma conversa
em que diziam que estavas preso, que tinhas feito coisas feias.
-
Chamas-te João, não é?
-
Tu sabes… És mesmo o meu avô Carlos!
-
Olha, João, não sou o teu avô e estou aqui porque precisava que me emprestasses
um ou dois presentes para poder levar para os meus netos. Sabes, sou pobre e
quando perguntei ao Pai Natal quem era o menino mais bonito, feliz e de bom
coração a quem podia pedir emprestados alguns presentes, ele disse-me para vir
falar contigo, que és muito bem comportado e amigo dos meninos que não têm
brinquedos…
-
Tu viste o Pai Natal, falaste com ele?
-
Sim, é verdade e ele disse-me que só não vinha falar contigo porque não pode
falar aos meninos ou ficam sem prendas…
-
Onde estão os teus netos?
-
Estão em casa, à espera que eu lhes leve os presentes…
-
Mas o Pai Natal não vai lá?
-
Sabes, é muito longe, ele não tem tempo para todos os meninos. Alguns ficam sem
prendas e desta vez são eles. Por isso te venho pedir…
-
Então leva alguns, mas deixa a bicicleta, porque é muito pesada e podes
aleijar-te nas escadas… Olha, leva esta pistola. Gosto muito dela, mas tenho
outras. O teu neto vai gostar…
-
Joãozito, as pistolas fazem mal às pessoas, as pistolas matam e eu não quero
que o meu neto se habitue a elas. Sabes, eu fiz uma grande asneira, como o teu
avô e tive de pagar com muitos anos de cadeia, sabes?
-
Mas é de brincar, não faz mal a ninguém… Toma, leva!
-
Tu gostas muito dela, eu levo outras coisas de que não gostes tanto. Sabes,
tenho de me ir já embora ou não vou conseguir chegar a tempo de pôr os
presentes nos sapatinhos.
-
Fica mais um bocadinho, lá fora faz muito frio e aqui estás quentinho.
-
Não posso, João, tenho de ir.
-
Não te importas que te chame avô? O meu não vai aparecer e gosto muito de ti.
Ficas a ser o meu avô, queres?
-
Claro que sim, João dá-me um abraço! Um dia destes virei visitar-te, está bem?
-
Sim, avô Carlos!
Ficaram
assim, abraçados, durante alguns momentos, no silêncio da noite, até o velhote
começar a erguer-se, com lágrimas nos olhos…
-
Estás a chorar? Estás triste?
-
Não, estou é muito feliz, João!
-
Espera, espera, leva a pistola, também já não a quero. Leva-a e se não quiseres
dá-la aos teus netos, deita-a fora. Toma!
Estendeu-lhe
a pistola, que ele pegou pela coronha, com mão trémula pela emoção do encontro
com esta criança que estava a mudar a sua vida.
Foi
então que a porta da sala se abriu com violência e na noite soaram vários tiros
desferidos contra o velhote, que viu o chão fugir-lhe e rolou pesadamente, já
sem vida, largando a pistola…
-
Avô! Avô! – Ouviu-se no silêncio que se seguiu, perante o espanto dos
atiradores policiais…
POLICIÁRIO NO PÚBLICO CHEGA AO FIM
Por
decisão do jornal, comunicada ao coordenador deste espaço pelo editor do P2,
por via telefónica, num contacto de breves minutos, o Policiário deixa, a
partir do próximo ano, de fazer parte das opções de passatempos que o jornal
oferece há precisamente 26 anos e 6 meses.
Tendo
sido a aposta em produtos inovadores e diferenciadores, um dos aspectos em que o
PÚBLICO mais se destacou da restante imprensa, apostando em nichos dirigidos a
públicos específicos e abertos, constatamos que a aposta mudou, culminando com
o encerramento do Policiário.
Desta
forma, resta-nos apenas mais uma edição, no próximo dia 30 de Dezembro, em que
procederemos ao encerramento deste longo e vitorioso ciclo, iniciado em 1 de
Junho de 1992 com cerca de 3 centenas de participantes e que agora termina no
máximo de audiência, com quase 3 milhares de “detectives” activos, ou seja, que
respondem efectivamente aos desafios, semana a semana e muitos mais milhares de
leitores.
sábado, 22 de dezembro de 2018
domingo, 16 de dezembro de 2018
POLICIÁRIO 1428
SOLUCIONADOS
OS DERRADEIROS
DESAFIOS
DESTE ANO
Ficamos
a saber a solução oficial de cada um dos desafios que integram a prova n.º 10,
a última desta época competitiva.
Após
esta divulgação, os nossos “detectives” iniciarão o “sofrimento” da espera por
boas notícias na frente classificativa.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
SOLUÇÕES
DA PROVA N.º 10
PARTE
I - “MEMÓRIAS DO INSPECTOR AMBRÓSIO”, de NORDI
A
história do Inspector Ambrósio tinha fragilidades que lhe conferiam alguma
ficção. Desde logo a aventura de ir para a Suécia numa viatura sem condições
para atravessar toda a Europa. Mas isso poderia ter acontecido, embora fosse
improvável. O que não podia mesmo ter acontecido foi a descrição do sucedido em
Estocolmo.
A
cena passava-se em Maio de 1962, logo após o Benfica ser campeão europeu em
Amesterdão, no Estádio Olímpico, o que aconteceu no dia 2. Segundo o relato, o
Ambrósio ia em circulação e virou imediatamente à direita para o parque de
estacionamento, onde tentou entrar. Ora, esta manobra não poderia ser efectuada
assim, porque o trânsito na Suécia, nessa altura, fazia-se pela esquerda, à
inglesa. Portanto, a viatura circulava pela esquerda e com o volante também
desse lado, o que o obrigaria, se fosse verdadeira a manobra, a atravessar o
eixo da via. Por outro lado, era lógico que não houvesse um local para o guarda
do parque junto à janela da esquerda, porque deveria estar à direita, onde
supostamente estaria o volante e o lugar do condutor.
Não
seria bem assim, apesar de tudo, uma vez que a maior parte das viaturas que
circulavam na Suécia já tinham volante à esquerda, embora a circulação
continuasse à direita, até ao “Dagen H”, o dia 3 de Setembro de 1967, um
domingo, em que de uma assentada tudo mudou, sem grandes sobressaltos ou
confusões, como relatam as crónicas da época.
PARTE
II – “SÁBADO SANGRENTO”, de TROLL
Hipótese
A – Gaspar.
O
caderno acaba por ser a chave para decifrar o enigma. A referência de que o
senhor Ribeiro apontava tudo no seu famoso caderno, fez com que o inspector o
procurasse e verificasse o que lá era referido.
Assim
ficou a saber que estava programada a visita do seu filho, mas não constavam as
conclusões da mesma, ao contrário do habitual. No entanto, a seguir relatava o
encontro com o contabilista Macário, em que se falava da contratação nesse dia,
de homens para ajudarem na poda das videiras. E é aí que está o erro, uma vez
que a poda das videiras é efectuada imediatamente antes do Inverno e das
geadas, o que é incompatível com a época em que se passa a nossa acção, ou
seja, já com a Primavera instalada.
A
solução passa pela troca de folhas, que como são perfuradas, alguém retirou de
um dia qualquer de Dezembro e colocou no seguimento do dia dos acontecimentos,
parecendo sequencial. Esse alguém, não podia estar muito por dentro das
questões agrícolas, ou não faria tal coisa, até porque não foi especialmente
pressionado, tendo tempo para executar o seu plano. Ajusta-se como uma luva ao
Gaspar, que sabia que o pai ia receber a seguir o contabilista e por isso
resolveu colocar as conclusões desse encontro, que a acontecer o ilibaria
completamente.
Este,
para além de estar por dentro de todos os negócios do senhor Ribeiro, não iria
cometer um erro tão básico, se fosse o responsável pelo assassinato, para além
de não beneficiar nada com a situação.
O
Manel não parece ter intervenção directa, é o responsável por verificar portas
e janelas no final do dia e assim fez, certificando-se que tudo estava em
conformidade. Não retiraria qualquer benefício em termos de herança e como não
houve qualquer registo de roubo de bens, não parece existir motivos para o
crime, pelo contrário, provavelmente ficaria sem emprego.
O
possível suicídio está fora de questão, porque o escritório foi esquadrinhado
ao milímetro e nada foi encontrado digno de relevo, portanto, não havia cápsula
de munição, que teria de ser inevitavelmente ejectada pela pistola. O criminoso
recolheu-a.
CAMPEONATO
NACIONAL DE PRODUÇÃO – 2018
Conhecidos
os problemas e respectivas soluções, os “detectives” que responderam a todos os
problemas, podem enviar as suas classificações, até ao dia 21 do corrente mês
de Dezembro, para o endereço pessoa_luis@hotmail.com,
atribuindo 1 ponto ao problema que considerem menos conseguido e 10 ao que
entenderem melhor, em cada categoria:
Prova
1 – Calor e Morte no Alentejo – Compadre AL
Prova
2 – Smaluco e a Morte de Jorge Maravilhas – Inspector Boavida
Prova
3 – Roubo na Noite Escura – Stage 15
Prova
4 – O Precioso Camafeu Napolitano – Verbatim
Prova
5 – No Melhor Pano Cai a Nódoa – Fernando Search
Prova
6 – Quatro Amigos em 1 de Julho – Zéfrey
Prova
7 – Crime Impossível – Rigor Mortis
Prova
8 – O Anticristo – X. Boavista
Prova
9 – Uma Noite de Natal em Solar Minhoto – Emil
Prova
10 – Memórias do Inspector Ambrósio – Nordi
PROBLEMAS
DE ESCOLHA MÚLTIPLA
Prova
1 – A Morte do Rei dos Queijos – Rui Lopo
Prova
2 – O Caso da Morte de Elisa – Inspector Boavida
Prova
3 – A Saga das Girafas Incómodas – FIPQ
Prova
4 – Código Urgente – Verbatim
Prova
5 – Uma História de Marcolino – Zélima
Prova
6 – Quatro Amigos ao Pôr-do-Sol – Zéfrey
Prova
7 – O Rubi – Rigor Mortis
Prova
8 – A Viagem de Verbatim – Zéfrey
Prova
9 – Cadáver na Praia – Bimba
Prova
10 – Sábado Sangrento – Trol
quinta-feira, 13 de dezembro de 2018
POLICIÁRIO NO PÚBLICO TERMINA NO FINAL DO ANO
FOI UM TELEFONEMA BREVE.
EM POUCOS MINUTOS O EDITOR DO P2 PASSOU A CERTIDÃO DE ÓBITO A MAIS DE 26 ANOS DE POLICIÁRIO NO JORNAL "PÚBLICO"!
ASSIM TRATAM OS ASSUNTOS NESTE SÉCULO XXI, OS DECISORES DITOS ALTAMENTE QUALIFICADOS, SEM OLHAREM AS PESSOAS, SEM AS QUEREREM SEQUER CONHECER!
SERÁ A ERA TECNOLÓGICA, DIRÃO ALGUNS. NÓS, JÁ COM ALGUNS ANOS EM CIMA, CHAMAMOS-LHE OUTRAS COISAS.
NO DIA 30 DE DEZEMBRO, ENCERRA-SE UM CICLO DE 1430 EDIÇÕES DO POLICIÁRIO!
terça-feira, 11 de dezembro de 2018
PRAZO PARA A PROVA N.º 10
PRAZO LIMITE:
15 DE DEZEMBRO ÀS 24 HORAS
E NEM MAIS UM SEGUNDO!
A PARTIR DAS 24 HORAS NÃO SERÁ ACEITE QUALQUER SOLUÇÃO!!
domingo, 9 de dezembro de 2018
POLICIÁRIO 1427
MISTER
H E DANIEL FALCÃO NA FINAL DA TAÇA
A
Taça de Portugal tem, desde agora, os seus finalistas encontrados. Depois de
uma competição muito dura em que, prova após prova, foram resistindo os
“detectives” com melhores prestações, chegamos a um dos pontos altos de cada
época competitiva: A Final da taça.
A Taça é uma prova a
eliminar, pelo que encerra uma enorme dose de imprevisibilidade. Um “detective”
que possa estar com desvantagem evidente no campeonato, tem sempre uma competição
em que apenas terá de superar os respectivos adversários directos, para aspirar
ao título!
A regra geral é a de que há um sorteio entre os confrades que estão em
prova, de forma que cada um deles defronte outro e apenas esse. Assim, um
confrade passará à eliminatória seguinte desde que obtenha uma pontuação
superior ou, em caso de igualdade, uma solução mais conseguida, sob a óptica do
orientador.
E isso, que aparenta ser uma coisa fácil e acessível, não o é, de todo.
Suplantar um confrade que também vai lutar pelo apuramento, obriga a um
exercício de concentração e busca, que vai sempre muito além da mera obtenção
dos 10 pontos em disputa.
A Taça de Portugal é uma prova diferente, em que não é propriamente a
regularidade que dita as leis, mas sim uma especial acuidade para estar, no
momento certo, melhor que cada um dos seus oponentes. No fundo é isso que
conta, em cada eliminatória fazer melhor que o seu adversário!
Talvez haja um espírito próprio para os candidatos à taça, ao ponto de
sabermos quem tem melhores argumentos para ir vencendo os confrontos, um a um,
mesmo quando em termos de classificação geral do campeonato as coisas não
correm tão bem.
Este ano, os semi-finalistas davam garantia de muita luta, muito equilíbrio
e a certeza de que a final ia contar com pesos pesados do Policiário. Um
pormenor, uma ideia, um rasgo de génio, poderia levar um confrade à decisão
final e assim aconteceu.
MISTER H e DANIEL FALCÃO vão disputar o título, deixando pelo caminho os
seus valorosos opositores, PAULO e ZÉ, a quem deixamos uma palavra de
agradecimento pela seriedade que puseram nesta eliminatória, valorizando
sobremaneira os finalistas.
A prova n.º 10, cujo prazo para envio de soluções termina amanhã, dia 10,
vai decidir quem conquista a Taça de Portugal – 2018.
RESULTADOS “AO VIVO” NA PASSAGEM DE
ANO
Repetindo
a experiência do ano transacto, em que os resultados finais das competições
foram sendo divulgados ao longo da noite de passagem de ano, havendo registo de
muitas centenas de acessos ao blogue Crime Público, sempre na ânsia natural de
cada confrade ficar a saber o mais antecipadamente possível qual o seu
comportamento competitivo.
Este
ano, o atraso na publicação dos problemas da prova n.º 10, que teve como
consequência o adiamento dos prazos, faz com que apenas a partir do dia 16,
data de publicação das soluções oficiais, possamos pôr à votação as produções
deste ano. No entanto, já hoje vamos inserir as listagens das produções, para
que os “detectives” possam, desde já, preparar as suas votações. No blogue
Crime Público, em http://blogs.publico.pt/policiario,
iremos dando informações sobre prazos e meios de votação, para que possamos ter
tudo em devida ordem para a nossa grande noite policiária.
O
programa é relativamente simples: Desde o início da noite, iremos publicando os
resultados da prova n.º 10, as pontuações obtidas pelos “detectives”, a que se
seguirão, pouco a pouco, os vencedores de cada classificação, culminando com os
campeões nacionais de produção e decifração, vencedor da Taça de Portugal,
Policiarista do Ano e n.º 1 do Ranking.
A
noite terminará com a consagração de todos os confrades, preparando a nova
época de 2019, rumo à edição 1500 do Policiário, um objectivo que vamos perseguir
e alcançar em 2020, se tudo correr como planeado.
CAMPEONATO
NACIONAL DE PRODUÇÃO – 2018
Os
problemas a votação para encontrarmos o campeão nacional de produção desta
época, são os seguintes:
Prova
1 – Calor e Morte no Alentejo – Compadre AL
Prova
2 – Smaluco e a Morte de Jorge Maravilhas – Inspector Boavida
Prova
3 – Roubo na Noite Escura – Stage 15
Prova
4 – O Precioso Camafeu Napolitano – Verbatim
Prova
5 – No Melhor Pano Cai a Nódoa – Fernando Search
Prova
6 – Quatro Amigos em 1 de Julho – Zéfrey
Prova
7 – Crime Impossível – Rigor Mortis
Prova
8 – O Anticristo – X. Boavista
Prova
9 – Uma Noite de Natal em Solar Minhoto – Emil
Prova
10 – Memórias do Inspector Ambrósio – Nordi
PROBLEMAS
DE ESCOLHA MÚLTIPLA
Prestemos
atenção, igualmente, aos problemas “rápidos”, de escolha múltipla, publicados
este ano e que ficarão sujeitos à votação dos nossos “detectives”:
Prova
1 – A Morte do Rei dos Queijos – Rui Lopo
Prova
2 – O Caso da Morte de Elisa – Inspector Boavida
Prova
3 – A Saga das Girafas Incómodas – FIPQ
Prova
4 – Código Urgente – Verbatim
Prova
5 – Uma História de Marcolino – Zélima
Prova
6 – Quatro Amigos ao Pôr-do-Sol – Zéfrey
Prova
7 – O Rubi – Rigor Mortis
Prova
8 – A Viagem de Verbatim – Zéfrey
Prova
9 – Cadáver na Praia – Bimba
Prova
10 – Sábado Sangrento – Troll
Em
breve serão fornecidas as indicações e prazos para envio das propostas de
votação dos “detectives” que reúnam as condições regulamentares para exercer
esse voto, ou seja, que tenham respondido a todos os desafios propostos, independentemente
das pontuações obtidas.
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