DECIFRAÇÃO DE
CÓDIGO URGENTE
EM DIA DE SORTEIO DA TAÇA
Uma nova etapa das nossas competições é
cumprida esta semana com a publicação da solução oficial da parte II da prova
n.º 4, que devido à sua extensão não teve cabimento na edição do passado
domingo.
O problema em causa, de autoria do
confrade Verbatim provocou alguma contestação no seio do nosso mundo policiário
por ser essencialmente matemático, mas como já por diversas vezes referimos, um
“detective” tem que estar preparado para todas as eventualidades a que uma
investigação o possa conduzir e quando não dispõe dos conhecimentos ou meios
próprios para resolver os enigmas, tem de procurá-los à sua volta. Este tipo de
contestação é habitual no nosso meio e traduz quase sempre uma reacção a algo
que os confrades não gostam de decifrar. Todos temos os nossos gostos
particulares e raramente aceitamos pacificamente e sem colocar defeitos,
qualquer desafio quando é de um género que não nos desperta “aquele” gozo
especial!
Assim acontece quando o assunto é técnica
policial, criptografia, desafio matemático, etc., que têm as suas legiões de
apreciadores incondicionais e por elas são saudados, mas igualmente de
opositores que se sentem contrariados na tarefa de decifração. De qualquer
forma, um “detective” tem que estar preparado para qualquer tipo de desafio e
só assim sendo poderá aspirar a ostentar qualquer título.
Entretanto, ficamos a conhecer os
confrontos para a 5.ª eliminatória da taça, resultado do sorteio efectuado
entre os confrades que superaram os seus opositores.
A D. Sorte, como muito bem a designava o
nosso mestre Sete de Espadas, não juntou nenhum par de potenciais favoritos,
chamemos-lhe assim, se bem que em questões de taça a eliminar, não possamos
falar de favoritismos!
Eis o resultado do sorteio:
CONFRONTOS DA TAÇA
DE PORTUGAL – 5.ª ELIMINATÓRIA
Corto Maltese – Joca Porreta; Dr. Famoso –
Zeca Poirot; Deco – Detective Alfacinha; Major Alvega – Zé Ferry; Barba Azul –
Testa Rossa; Miss Marple – Detective Lisboa; Luna Bala – Cabo Branco; Fulas –
Sam Spade; Indygo – Abreu; Ego – Zurc; Mister H – Somaro; Bernie Leceiro – Erme
Linda; Lira Corrupta – A Raposo & Lena; Detective Jeremias – Badmix; SK –
Daniel Falcão; Detective Olga – Xispeteó; Rigor Mortis – Família Holmes; Agente
Guima – Gonden Ret; Karl Marques – Riba Mar; Búfalos Associados – Gasos
Pancali; Airam Semog – Quinto Portal; Filósofo – Ribeiro de Carvalho; Inspector
Aranha – Época; X Boavista – Rao Kito; Sargento Kirk – Inspector Moscardo; A A
Nogueira – Dr. Pereira; Paulo – Cisco Kid; Belcato – Zé; Abrótea – Vampirina;
Inspector Boavida – Inspector Xunga; Articrime – Inspector Sonntag; Inspector
Alegria – Fantasma.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
SOLUÇÃO DA PROVA
N.º 4
PARTE II – “CÓDIGO
URGENTE” – de VERBATIM
A resposta certa
era b) 3961.
A informação
cifrada do marido da Sra. D. Adélia Baptista tinha como chave a indicação do
primeiro e do segundo par de algarismos de cada código através de números
escritos numa base numérica diferente de 10, sendo a base numérica de cada par
indicada como um prefixo.
Assim em 8-47/6-141,
o primeiro par de algarismos do código está cifrado na base 8 e o segundo par
na base 6. Então 47, na base 8, corresponde a 4 x 8 + 7 = 39 na base 10. Por
outro lado, 141 na base 6 corresponde a 1 x 6 x 6 + 4 x 6 + 1 = 61 na base 10.
Juntando os dois pares de números de base 10, obtém-se o código de quatro
algarismos pretendido: 3961.
A Sra. D. Adélia
descobriu a chave de decifração a partir do código do cartão de crédito A 9-43/2-111001.
Ela notou que, em todo o conjunto da informação cifrada, os números a seguir
aos prefixos eram sempre constituídos por algarismos inferiores ao prefixo e
que o prefixo do número com mais algarismos era o mais pequeno de todos os
prefixos. Ora, como em qualquer base numérica, os algarismos utilizados são
sempre inferiores ao valor da base e como o número de algarismos necessários
para denotar determinada quantidade numérica é tanto maior quanto menor for a
respectiva base numérica, ela assumiu 2 como base numérica de 111001 e
verificou que 111001, na base 2, correspondia exactamente a 57 na base 10, pois
111001 na base 2 traduz-se, na base 10, por 1 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 + 1 x 2 x 2 x
2 x 2 + 1 x 2 x 2 x 2 + 0 x 2 x 2 + 0 x 2 + 1 = 32 + 16 + 8 + 0 + 0 + 1 = 57.
Ora, estes dois algarismos eram exactamente os do segundo par de algarismos do
código que já conhecia para o cartão de crédito A. Depois, seguindo o mesmo
princípio de decifração, confirmou a correspondência das outras informações
cifradas com os códigos que já conhecia. A partir daí, descobriu, num instante,
a senha que lhe faltava: 3961.
A base 2, ou base
binária, é a mais usada em computação e os números na base 2 só utilizam os
algarismos 0 e 1.
Na net ou em
manuais escolares de aritmética racional pode ser colhida muita informação
sobre bases numéricas e respectivas formas de conversão.
26
ANOS DE POLICIÁRIO
Completam-se
no próximo domingo, dia 1 de Julho, 26 anos de Policiário no PÚBLICO. Longe vão
já os tempos em que no suplemento “Férias” apareceu, pela primeira vez, um
desafio policiário, iniciando uma longa e ainda inacabada caminhada que nos
trouxe até aqui.
No
próximo domingo vamos cantar os parabéns a todos os nossos confrades e
“detectives” que aqui deixaram a sua marca ao longo destes anos.
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