domingo, 24 de junho de 2018

POLICIÁRIO 1403




DECIFRAÇÃO DE CÓDIGO URGENTE 
EM DIA DE SORTEIO DA TAÇA

Uma nova etapa das nossas competições é cumprida esta semana com a publicação da solução oficial da parte II da prova n.º 4, que devido à sua extensão não teve cabimento na edição do passado domingo.
O problema em causa, de autoria do confrade Verbatim provocou alguma contestação no seio do nosso mundo policiário por ser essencialmente matemático, mas como já por diversas vezes referimos, um “detective” tem que estar preparado para todas as eventualidades a que uma investigação o possa conduzir e quando não dispõe dos conhecimentos ou meios próprios para resolver os enigmas, tem de procurá-los à sua volta. Este tipo de contestação é habitual no nosso meio e traduz quase sempre uma reacção a algo que os confrades não gostam de decifrar. Todos temos os nossos gostos particulares e raramente aceitamos pacificamente e sem colocar defeitos, qualquer desafio quando é de um género que não nos desperta “aquele” gozo especial!
Assim acontece quando o assunto é técnica policial, criptografia, desafio matemático, etc., que têm as suas legiões de apreciadores incondicionais e por elas são saudados, mas igualmente de opositores que se sentem contrariados na tarefa de decifração. De qualquer forma, um “detective” tem que estar preparado para qualquer tipo de desafio e só assim sendo poderá aspirar a ostentar qualquer título.
Entretanto, ficamos a conhecer os confrontos para a 5.ª eliminatória da taça, resultado do sorteio efectuado entre os confrades que superaram os seus opositores.
A D. Sorte, como muito bem a designava o nosso mestre Sete de Espadas, não juntou nenhum par de potenciais favoritos, chamemos-lhe assim, se bem que em questões de taça a eliminar, não possamos falar de favoritismos!
Eis o resultado do sorteio:

CONFRONTOS DA TAÇA DE PORTUGAL – 5.ª ELIMINATÓRIA

Corto Maltese – Joca Porreta; Dr. Famoso – Zeca Poirot; Deco – Detective Alfacinha; Major Alvega – Zé Ferry; Barba Azul – Testa Rossa; Miss Marple – Detective Lisboa; Luna Bala – Cabo Branco; Fulas – Sam Spade; Indygo – Abreu; Ego – Zurc; Mister H – Somaro; Bernie Leceiro – Erme Linda; Lira Corrupta – A Raposo & Lena; Detective Jeremias – Badmix; SK – Daniel Falcão; Detective Olga – Xispeteó; Rigor Mortis – Família Holmes; Agente Guima – Gonden Ret; Karl Marques – Riba Mar; Búfalos Associados – Gasos Pancali; Airam Semog – Quinto Portal; Filósofo – Ribeiro de Carvalho; Inspector Aranha – Época; X Boavista – Rao Kito; Sargento Kirk – Inspector Moscardo; A A Nogueira – Dr. Pereira; Paulo – Cisco Kid; Belcato – Zé; Abrótea – Vampirina; Inspector Boavida – Inspector Xunga; Articrime – Inspector Sonntag; Inspector Alegria – Fantasma.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
SOLUÇÃO DA PROVA N.º 4
PARTE II – “CÓDIGO URGENTE” – de VERBATIM

A resposta certa era b) 3961.
A informação cifrada do marido da Sra. D. Adélia Baptista tinha como chave a indicação do primeiro e do segundo par de algarismos de cada código através de números escritos numa base numérica diferente de 10, sendo a base numérica de cada par indicada como um prefixo.
Assim em 8-47/6-141, o primeiro par de algarismos do código está cifrado na base 8 e o segundo par na base 6. Então 47, na base 8, corresponde a 4 x 8 + 7 = 39 na base 10. Por outro lado, 141 na base 6 corresponde a 1 x 6 x 6 + 4 x 6 + 1 = 61 na base 10. Juntando os dois pares de números de base 10, obtém-se o código de quatro algarismos pretendido: 3961.
A Sra. D. Adélia descobriu a chave de decifração a partir do código do cartão de crédito A 9-43/2-111001. Ela notou que, em todo o conjunto da informação cifrada, os números a seguir aos prefixos eram sempre constituídos por algarismos inferiores ao prefixo e que o prefixo do número com mais algarismos era o mais pequeno de todos os prefixos. Ora, como em qualquer base numérica, os algarismos utilizados são sempre inferiores ao valor da base e como o número de algarismos necessários para denotar determinada quantidade numérica é tanto maior quanto menor for a respectiva base numérica, ela assumiu 2 como base numérica de 111001 e verificou que 111001, na base 2, correspondia exactamente a 57 na base 10, pois 111001 na base 2 traduz-se, na base 10, por 1 x 2 x 2 x 2 x 2 x 2 + 1 x 2 x 2 x 2 x 2 + 1 x 2 x 2 x 2 + 0 x 2 x 2 + 0 x 2 + 1 = 32 + 16 + 8 + 0 + 0 + 1 = 57. Ora, estes dois algarismos eram exactamente os do segundo par de algarismos do código que já conhecia para o cartão de crédito A. Depois, seguindo o mesmo princípio de decifração, confirmou a correspondência das outras informações cifradas com os códigos que já conhecia. A partir daí, descobriu, num instante, a senha que lhe faltava: 3961.
A base 2, ou base binária, é a mais usada em computação e os números na base 2 só utilizam os algarismos 0 e 1.
Na net ou em manuais escolares de aritmética racional pode ser colhida muita informação sobre bases numéricas e respectivas formas de conversão.

26 ANOS DE POLICIÁRIO

Completam-se no próximo domingo, dia 1 de Julho, 26 anos de Policiário no PÚBLICO. Longe vão já os tempos em que no suplemento “Férias” apareceu, pela primeira vez, um desafio policiário, iniciando uma longa e ainda inacabada caminhada que nos trouxe até aqui.
No próximo domingo vamos cantar os parabéns a todos os nossos confrades e “detectives” que aqui deixaram a sua marca ao longo destes anos.




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