segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

MUNDO DOS PASSATEMPOS

SECÇÃO MUNDO DOS PASSATEMPOS

TORNEIO A. RAPOSO E TROFÉU CLUBE DE DETECTIVES

ENIGMA POLICIÁRIO:

Problema nº 4: O QUINTETO ERA DA CORDA, de BÚFALOS ASSOCIADOS . Solução dos autores:

01. Tal como os “Três Mosqueteiros” eram, afinal, quatro, assim os componentes deste Quinteto da Corda eram, afinal, seis: além dos cinco instrumentistas, havia ainda o técnico de som, elemento essencial para as boas prestações artísticas do conjunto.
02. As notas recolhidas pelo Sargento Pais permitiram ao Inspector Garrett fazer um rápido esboço das plantas dos três pisos, localizando as habitações dos intervenientes no caso. (Ver figura no problema)
03. Garrett sabia que não podia ainda contar com provas concretas; no entanto, alguns indícios apontavam já numa direcção. Por isso, dissera: Já calculo quem matou o pianista.
04. Para começar, tudo indicava que o assassino estaria entre os cinco sobreviventes do grupo, uma vez que ninguém mais tinha entrado no Hotel antes da hora provável do crime e os turistas alemães não tinham qualquer razão para ser culpados. A própria recepcionista não poderia ser o homem que correu do quarto 205 para as escadas ao fundo do corredor.
05. Os palpites de Garrett começaram exactamente pela pequena folha de bloco algo amachucada encontrada no local do crime. Nela constava o nome de cada um dos componentes, seguido de um número que certamente seria o do respectivo quarto. Só que nessa relação faltava um nome: o de Damião, o técnico de som.
06. David, o contrabaixista, declarou que tinha o telemóvel desligado, como de costume. Muita gente o faz durante a noite, para não ser incomodado no decorrer do sono. Mas, na manhã seguinte, todos teriam de acordar cedo por causa da longa viagem que iriam fazer. O baterista Cornélio disse que havia sempre um elemento do grupo encarregado de acordar os outros, e desta vez não era ele. Sabendo que há pelo menos um (o David) que dorme com o telemóvel desligado, o mais seguro seria que o acordar de todos fosse feito através dos telefones fixos existentes nos quartos, o que até sairia mais barato para o contemplado com o serviço de alvorada.
Portanto, a lista de nomes e números em que falta o Damião serviria certamente como “aide-mémoire” para acordar todos os restantes. Sabendo ainda que apenas o quarto 309 (o que não consta na lista) pedira para ser despertado às 07.30h, podemos concluir que é esse o quarto do Damião e que o papel lhe pertencia. Teremos encontrado o criminoso?
07. Junto a esse papel de bloco apareceram dois recibos também amachucados: um de portagem de auto-estrada com data do dia anterior e outro de gasóleo. Como sabemos que era o Damião quem conduzia a carrinha (para os artistas não se cansarem...) é mais um indício que pode incriminar o Damião, que poderia ter perdido os papéis na precipitação da fuga após o crime.
08. Mas há mais. A recepcionista recebeu ordens para ligar para os quartos dos componentes do grupo, dizendo apenas que esperassem nos seus quartos. Nenhuma informação sobre o crime, como é de boa regra. O próprio David confirmou que o telefonema recebido dizia apenas que não saísse do quarto, embora tivesse perguntado o que se passava. Muito suspeito é, pois, que o Damião já andasse no corredor, agitado, aos gritos de: Parece que esfaquearam o Quim! O Damião, no seu 3º.andar, só podia saber do crime se o tivesse cometido.
09. O ciúme deve ter sido o móbil do crime. O ambiente tenso no grupo tinha razão de ser nos rumores de que o Quim, fazendo jus à sua fama de conquistador, andaria metido com a mulher de outro colega. Essa seria, provavelmente, a mulher do Damião.
10. Como se terão passado as coisas?
O Damião andaria já com a pedra no sapato. O ciúme por sentir-se enganado e atraiçoado pelo chefe do grupo, de mistura com algum álcool a mais durante a lauta ceia, tê-lo-iam cegado, desencadeando os acontecimentos. Sorrateiro, escondeu num bolso a faca dos bifes embrulhada num guardanapo de pano e voltou ao Hotel decidido ao crime, pouco passaria das 02.30h. O Quim já estava no quarto, que ele sabia qual era, pois tinha no bolso a lista dos quartos ocupados. Era o 205, no 2º. andar. Os efeitos da bebida não lhe permitiram aperceber-se de que um dos músicos ainda não estava no quarto: o Cornélio estava no piso 0, a ver televisão. Talvez invocando as suas funções de motorista, terá ido bater à porta do Quim, dizendo que lhe convinha receber o dinheiro da portagem e do gasóleo, já que era o pianista quem também se encarregava das contas do grupo. Com esse pretexto, ou qualquer outro, entrou no quarto e, após uma violenta discussão, empunhou a faca que escondera no bolso, utilizando o guardanapo para evitar deixar impressões digitais, e apunhalou violentamente o Quim directamente no coração, provocando-lhe morte quase imediata. Seriam 03.00h da manhã e terá ouvido o elevador parar naquele andar. Era o Cornélio que chegava. Precipitado, correu em direcção às escadas do fundo do corredor, subindo ao seu andar, o 3º. Pelo chão do quarto ficaram o guardanapo ensanguentado e os três papéis amachucados que o viriam a denunciar. Note-se que Telo, o trompetista, no quarto 305, por cima do do Quim, ouviu a violenta discussão em baixo e pouco depois, quando foi à casa de banho, alguém correndo no corredor e fechar uma porta. Era o Damião, fugindo para o seu quarto, 309, onde terá ficado até ao telefonema da recepção.

11. “Muito bem, Inspector Garrett! Parece não haver de facto outra explicação para os acontecimentos. Mas quanto ao nome do conjunto creio que descobri. Trata-se de um aproveitamento do título português de um filme inglês que fez grande sucesso nos anos 50 e que se chamava “O Quinteto era de cordas”. Acertei?” – “ Só em parte” retorquiu Garrett. “Esse filme, que se chamava no original “The Lady Killers”, realizado pelo Alexander Mackendrick e com Alec Guinness e Peter Sellers entre os seus intérpretes, foi, de facto, um grande êxito da comédia inglesa. Mas há ainda outra explicação. Não reparaste que o nome do grupo aproveita a primeira sílaba do nome de cada um dos componentes: QUIM, o pianista, TE de Telo, TO de Tomás, DA de Damião, COR de Cornélio e DA de David? Aí tens! Elementar, meu caro Paes...”

Resultados:
Torneio A. Raposo:
Com 10 pontos: Agente Guima; Alce Branco; Avlis e Snitram; Búfalos Associados; Cloriano Monteiro de Carvalho; Daniel Falcão; Danielux; Detective Jeremias; Inspector Boavida; Karl Marques; Mister H; Rip Kirby.
Com 9 pontos: Dr. Gismondo; MedVet.
Com 8 pontos: Bernie Leceiro; Insp. PI.
"As Melhores": com 3 pontos: Rip Kirby; com 2 pontos: Cloriano Monteiro de Carvalho; com 1 ponto: Daniel Falcão.
Comentários: Apenas quatro concorrentes penalizaram nesta prova, por omissão dos pormenores 5 (uns) e 11 (outros) da solução dos autores. Para além das três melhores, distinguidas na respectiva classificação, refiram-se ainda os bons trabalhos de Insp. Boavida, Detective Jeremias, Avlis e Snitram, que se destacaram um pouco dos restantes.
E, chegados à última jornada, perfilam-se para a vitória final especialmente três concorrentes: Rip Kirby, Daniel Falcão e Detective Jeremias (com 5, 4 e 4 nas Melhores). Mas, atenção: há mais três concorrentes com 2 pontos nesta classificação que serve de desempate final. E com um problema do "senador " Constantino a decidir as coisas, nunca se sabe... Todas as reviravoltas na classificação são possíveis. Quem nos garante que o vencedor final será um dos actuais totalistas?

Troféu Clube de Detectives: Avlis e Snitram venceu MedVet; Cloriano Monteiro de Carvalho venceu Danielux. Último confronto (problema nº 5 - Final): Avlis e Snitram – Cloriano Monteiro de Carvalho.

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