Não resistimos a publicar uma missiva de um dos "gloriosos malucos" do Policiário, como carinhosamente chamamos àqueles que souberam legar-nos este passatempo, que tanto amamos.
Pelas palavras que encerra e por traduzir a máxima que o SETE DE ESPADAS tantas vezes referia, que "o bichinho do policiário fica lá dentro e qualquer dia reaparece!", aqui deixamos o depoimento deste "velho" confrade:
Caro Luís Pessoa,
Está fazer 8 anos - pois foi em Setembro de 2002 - que enviei para a Tertúlia Policiária de Coimbra umas considerações a respeito da literatura policiaria, com a justificação da minha não comparência a mais um convívio que aí se efectuaria. E isto foi a respeito do concurso de contos do "Público Policiário", no qual obtive o honroso primeiro prémio, com a atribuição da taça que orgulhosamente ostento no mês escritório.Tenho estado, francamente, bastante alheado destas actividades, pois outros interesses e outras preocupações têm sido mais prementes. Apenas mantenho o simpático contacto com o "Jartur", a quem, na medida do possível dos meus fracos préstimos, vou ajudando na pesquisa histórica que ele com tanto interesse e valor efectua.O "Publico" foi o meu jornal obrigatório desde a sua fundação. Depois, desde há pouco, cansei-me dele e deixei de o adquirir por sistema. Mas, aos domingos, é "sagrado"! Nunca perdi um "Policiário", e só tenho pena de não ter conservado - eu, que sou quase um coleccionador compulsivo... - todos os n.os saídos.Vem isto tudo a propósito da sua página no jornal de hoje. Não posso deixar de o felicitar vivamente pelas suas palavras a respeito do "Sete", tão merecidas. Para mim, ele começou a existir por 1950/51, quando o conheci por intermédio das decifrações na secção do "Camarada". Sou, pois, um dos sobreviventes da velhíssima geração de policiaristas. Então, era o "C.A.C.D.", que, depois de um longo hiato, voltou como "Félix da Picota" no "Mundo de Aventuras", de também saudosa memória.Bem haja pela sua persistente luta. Pela minha parte, ainda mantenho a esperança de um dia poder alinhavar uma série de considerações e ideias, no seguimento das que deixei esboçadas naquela carta para a Tertúlia de Coimbra. É que não posso esquecer-me do renascimento desta boa literatura, operado sobretudo pela "Vampiro" desde 1947, mas sem ignorar algumas outras importantes contribuições, mas todas mais dispersas e efémeras. Recordo que, durante décadas e desde o seu 1º número, a "Vampiro" custava a insignificante quantia (para um livro) de 12$50. E que, ainda há cerca de duas décadas, eu encontrava - quando encontrava - os livros da Agatha Christie publicados por aquela colecção, ao preço de 2 000 ou 2 500$00. Agora, creio que só serão pagos valores equivalentes, se procurados por fanáticos de primeiras edições.Um abraço, os meus renovados parabéns, e só lhe peço que não desista.
Carlos Carvalho Dias,que foi o "Félix da Picota" (nasci no dia de S. Félix, na rua da Picota da minha da minha Viana do Castelo natal).
1 comentário:
Caro Confrade
Sérgio da Picota, faço minhas as suas últimas palavras da mensagem que escreveu ao LP.
Caro Luis não desista. Nãoo faço igualmente as outras, pelo menos publicamente para não ser acusado de plagiador mas estou de acordo consigo em tudo o que diz na sua mensagem
Um abraço do
Rip Kirby
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