A nossa secção também é motivo de estudo de português, para alunos com nome português, mas de origem chinesa, presumivelmente de Macau... será?
O SOS foi assim;
SOS
08:10
Para: pessoa_luis@hotmail.com
Olá, Senhor Luis pessoa
Sou da China e é estudante da lingua portuguesa. Na semana passada,
estudarmos um texto Quem matou a cabeleireira? que foi escolhido
no Jornal Público(edição de 11.08.2013)pela nossa prefessora professora. Mas
todos nós não sabemos o alínea correcta. E a o nossa professora tentou muitas
vezes para enontrar o alínea correta na Internete, mas também não conceque
encontrar. Não sei se o senhor poderia dar-me a resposta, e conta-me quem matou
a cabeleireira. Eu e os meus colegas estamos tão ansiosos para saber a
resposta. E vamos ficar muito agradecido por sua resposta.
Atentamente
Tiago
E a nossa resposta foi esta:
Olá, Tiago.
Ainda bem que enviaste o teu SOS, pois só assim pude saber que vocês estudaram um texto do Policiário do jornal PÚBLICO.
Vou mandar-te a solução do problema, que é do nosso "detective" Paulo, que mora na cidade de Viseu.
Já agora, se me quiseres dizer mais alguma coisa sobre a vossa escola, onde fica, quem é a professora, se têm interesse pelo Policiário, só tenho a agradecer e se puder ajudar em alguma coisa, estou sempre pronto. Tenho dezenas de problemas policiais para resolverem, se precisarem.
Um abraço para ti e para os teus colegas e cumprimentos à professora
Luís Pessoa/Inspector Fidalgo
Solução de
A morte da cabeleireira
A hipótese certa é a B- Arnaldo matou a namorada
1- Para chegar a esta conclusão contribuem três pormenores que mostram que Arnaldo mentiu.
a)-Se ele conhecia bem os hábitos da vítima, sabia que esta saía de casa um pouco antes das oito e meia. Não se compreende que fosse a essa hora que ele lá chegasse para falar com ela, correndo até o risco de já não a encontrar.
b) - É incompreensível que ele saísse de casa para chamar a polícia quando tinha um telefone à mão. Seria mais fácil telefonar. Arnaldo ía a fugir após ter cometido o crime, e ao ser apanhado por Manuela improvisou uma história.
c)- Finalmente, temos que localizar a história no tempo. Vinte anos depois do 25 de Abril, remete para o ano de 1994, e o dia a seguir à noite de S. João é o próprio dia de S. João, 24 de Junho. Nesse dia houve o bloqueio da ponte sobre o rio Tejo, a partir das 6 horas e 55 minutos, como se pode ler na imprensa da época, e à hora a que Arnaldo diz que apanhou o autocarro já este não poderia passar na ponte. Logo Arnaldo, não dormiu em casa nessa noite.
2- Arnaldo terá ficado em casa de Luísa e de manhã, por motivo de qualquer discussão, provavelmente dinheiro, matou-a. Ao tentar fugir, encontrou Manuela e o resto já é conhecido.
3- Quanto a Manuela, o tempo que demorou de sua casa até à casa da amiga, pode ser explicado pela avaria no carro. Não havendo nada que prove o contrário podemos acreditar na sua história.
4- No que se refere a Luís Almeida nada indica que ele possa estar a mentir.
3 comentários:
As sementes vão germinando com o tempo. O Policiário tem muito mais leitores do que respondem.
Deco
Tão excelente como inesperado, não é?
Estamos todos contentes...
Zé
Só passado todo este tempo, encontrei este texto do Tiago online! A professora era eu. O Tiago era um dos meus estudantes de Português da Universidade de Línguas Estrangeiras no Norte da China, em Dalian. Na altura, ele mostrou-nos a resposta que tinha obtido e agradeceu a gentileza. Não sei se, depois disso, ele lhe terá respondido. De qualquer maneira, aqui fica a minha resposta, com grande atraso, é certo. O texto do Policiário foi um sucesso e os estudantes aprenderam e trabalharam em português para resolver o caso. Obrigada!
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