AS
AVENTURAS DO INSPECTOR AMBRÓSIO
Embora
com atraso, encerramos hoje a competição de 2018, com a publicação do
derradeiro desafio. Não é o que estava destinado, porque não foi possível
confirmar certos elementos que eram fundamentais para a solução, mas nem por
isso deixa de ser um bom teste para os “detectives” e decisor de todas as
classificações.
A
carência de produções origina casos como o que vivemos esta época e faz
repensar muito bem o futuro que queremos para o Policiário. Digamos, para já,
que vamos meditar sobre tudo o que vivemos e tentar encontrar novos caminhos
para o nosso passatempo, com a ajuda de todos os confrades.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
PROVA
N.º 10 – PARTE I
“MEMÓRIAS
DO INSPECTOR AMBRÓSIO” - Original de NORDI
Uma
das figuras mais emblemáticas da polícia, em todas as eras, que ainda hoje
municia as grandes histórias da corporação, chamava-se Ambrósio e nada tinha a
ver com o célebre motorista que adoçava a boca à madame. Este era ridiculamente
minúsculo, enfadonho, sem qualquer rasgo de sabedoria ou de fanfarronice. Era
um verdadeiro “cromo”, que certamente passaria despercebido, não fosse a
intervenção, em contraponto, do agente Lima, um tipo engraçado, sempre com uma
boa tirada a cortar os momentos mais tensos.
O
Ambrósio, apesar de tudo, foi um grande “malandro” na sua juventude, nada
parecido com o que se tornou. Contava as suas aventuras, provavelmente com
algumas “inovações” e uma das mais paradigmáticas foi quando terminou a sua
formação na polícia e resolveu ir dar uma volta até Estocolmo, ao volante do
seu carro, Europa acima!
O
carro era um velhinho Taunus, pesadão, com mudanças no volante e ainda havia a
gasolina normal e super. Como não havia informação, foi metendo a que estava
mais à mão e daí não veio mal ao mundo, porque acabou por chegar ao seu
destino, depois de passar por Amesterdão e assistir à final dos campeões
europeus que o Benfica, o seu Benfica conquistou e cujo bilhete exibia com um
orgulho do tamanho do mundo.
Contou
que ao chegar a Estocolmo, com o passaporte bem carimbado, estranhou quase
tudo, desde o clima até ao feitio das pessoas. Como o trânsito era infernal em
ambos os sentidos da rua em que tinha alojamento e o estacionamento
extremamente complicado, resolveu ir para um parque público assinalado, que
ficava nas traseiras dos prédios e, sempre de forma cautelosa, percorreu os 50
metros que o separavam de um portão onde apenas passava uma viatura de cada
vez, virando então à direita até aproximar a frente à barreira amovível. Baixou
o vidro, rodando a manivela, mas em vez de ficar frente a frente com o porteiro
– cobrador, apenas viu uma parede compacta, branca.
-
Raios, pensou, já fiz asneira e da grossa! Este portão é para saída!
Furiosamente,
meteu a marcha atrás e começou a recuar, porque os suecos eram uns cumpridores
militantes das regras e quase de certeza que ia saltar uma multa bem durinha e
dolorosa. Tudo o que conseguiu foi ficar com a traseira do carro a escassos
centímetros de uma viatura da polícia que estava a circular e ficou-lhe na
retina a cara carrancuda do agente ao sair do carro, como que a antecipar o
banquete de multas que se avizinhava.
Por
gestos, sinais e alguns sons aparentados com a língua inglesa, procurava
explicar que era português, se tinha equivocado e não tivera qualquer intenção
de causar problemas. Logo reparou que o guarda do parque se aproximava, também
ele com ar de poucos amigos, a exigir que desobstruísse o portão.
-
De certeza que te multaram por entrares ao contrário! E foi muito bem feito! –
gozavam os colegas, fartos de ouvirem a história.
-
Não, para alguma coisa serviu o crachá! Assim que o agente viu que eu era
polícia em Portugal, mudou logo a carranca e mandou o guarda do parque lá para
dentro!
-
Não acreditem! – “picava” o Lima. Um polícia sueco jamais deixaria de multar!
Eles nem perdoam à família, quanto mais a um colega! Houve multa, claro! Houve,
ou não houve?
O
Ambrósio assentiu com a cabeça:
-
É verdade, houve multa por manobra perigosa, mas ficou suspensa de bom
comportamento até abandonar o país. Acabei por ganhar um amigo, ele arranjou-me
um lugar para estacionar no parque da polícia, mostrou-me a cidade e foi um
camarada. Nunca mais o vi, mas às vezes mando-lhe uma mensagem e vamos
comunicando.
-
Que história mais estapafúrdia! – comentou o Lima. Se eu não conhecesse bem o
Ambrósio, diria que era um mentiroso, mas como conheço e já ouvi esta história
milhares de vezes…
E
você, caro leitor, acredita? Ou há mais coisas que o Inspector Ambrósio não
contou? Justifique as suas conclusões.
E
pronto.
Começa
agora o trabalho dos “detectives”, no sentido de elaborarem um relatório que
responda às dúvidas constantes do problema. O prazo para o fazer decorre
impreterivelmente até ao próximo dia 15 de Dezembro. Chamamos a atenção e
fazemos o alerta para que não haja atrasos, uma vez que cada dia vai contar
para a apoteose final da divulgação dos resultados, “ao vivo” e em directo no
nosso blogue Crime Público (http://blogs.publico.pt/policiario)
na noite da passagem de ano. Após o dia 15, as propostas de solução poderão não
ser consideradas.
O
envio dos relatórios, como sempre, deve ser efectuado:
- Pelo Correio para Luís Pessoa, Estrada
Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para pessoa_luis@hotmail.com;
lumagopessoa@gmail.com;
luispessoa@sapo.pt.
- Por entrega em mão ao
coordenador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
1 comentário:
. "O prazo para o fazer decorre impreterivelmente até ao próximo dia 15 de Dezembro."
Estarei errado? Vi no nosso Blog.
Solicito um esclarecimento sobre o prazo do problema 10
Um abraço
Zé
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