domingo, 18 de novembro de 2018

POLICIÁRIO 1424




AS AVENTURAS DO INSPECTOR AMBRÓSIO

Embora com atraso, encerramos hoje a competição de 2018, com a publicação do derradeiro desafio. Não é o que estava destinado, porque não foi possível confirmar certos elementos que eram fundamentais para a solução, mas nem por isso deixa de ser um bom teste para os “detectives” e decisor de todas as classificações.
A carência de produções origina casos como o que vivemos esta época e faz repensar muito bem o futuro que queremos para o Policiário. Digamos, para já, que vamos meditar sobre tudo o que vivemos e tentar encontrar novos caminhos para o nosso passatempo, com a ajuda de todos os confrades.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2018
PROVA N.º 10 – PARTE I
“MEMÓRIAS DO INSPECTOR AMBRÓSIO” - Original de NORDI

Uma das figuras mais emblemáticas da polícia, em todas as eras, que ainda hoje municia as grandes histórias da corporação, chamava-se Ambrósio e nada tinha a ver com o célebre motorista que adoçava a boca à madame. Este era ridiculamente minúsculo, enfadonho, sem qualquer rasgo de sabedoria ou de fanfarronice. Era um verdadeiro “cromo”, que certamente passaria despercebido, não fosse a intervenção, em contraponto, do agente Lima, um tipo engraçado, sempre com uma boa tirada a cortar os momentos mais tensos.
O Ambrósio, apesar de tudo, foi um grande “malandro” na sua juventude, nada parecido com o que se tornou. Contava as suas aventuras, provavelmente com algumas “inovações” e uma das mais paradigmáticas foi quando terminou a sua formação na polícia e resolveu ir dar uma volta até Estocolmo, ao volante do seu carro, Europa acima!
O carro era um velhinho Taunus, pesadão, com mudanças no volante e ainda havia a gasolina normal e super. Como não havia informação, foi metendo a que estava mais à mão e daí não veio mal ao mundo, porque acabou por chegar ao seu destino, depois de passar por Amesterdão e assistir à final dos campeões europeus que o Benfica, o seu Benfica conquistou e cujo bilhete exibia com um orgulho do tamanho do mundo.
Contou que ao chegar a Estocolmo, com o passaporte bem carimbado, estranhou quase tudo, desde o clima até ao feitio das pessoas. Como o trânsito era infernal em ambos os sentidos da rua em que tinha alojamento e o estacionamento extremamente complicado, resolveu ir para um parque público assinalado, que ficava nas traseiras dos prédios e, sempre de forma cautelosa, percorreu os 50 metros que o separavam de um portão onde apenas passava uma viatura de cada vez, virando então à direita até aproximar a frente à barreira amovível. Baixou o vidro, rodando a manivela, mas em vez de ficar frente a frente com o porteiro – cobrador, apenas viu uma parede compacta, branca.
- Raios, pensou, já fiz asneira e da grossa! Este portão é para saída!
Furiosamente, meteu a marcha atrás e começou a recuar, porque os suecos eram uns cumpridores militantes das regras e quase de certeza que ia saltar uma multa bem durinha e dolorosa. Tudo o que conseguiu foi ficar com a traseira do carro a escassos centímetros de uma viatura da polícia que estava a circular e ficou-lhe na retina a cara carrancuda do agente ao sair do carro, como que a antecipar o banquete de multas que se avizinhava.
Por gestos, sinais e alguns sons aparentados com a língua inglesa, procurava explicar que era português, se tinha equivocado e não tivera qualquer intenção de causar problemas. Logo reparou que o guarda do parque se aproximava, também ele com ar de poucos amigos, a exigir que desobstruísse o portão.
- De certeza que te multaram por entrares ao contrário! E foi muito bem feito! – gozavam os colegas, fartos de ouvirem a história.
- Não, para alguma coisa serviu o crachá! Assim que o agente viu que eu era polícia em Portugal, mudou logo a carranca e mandou o guarda do parque lá para dentro!
- Não acreditem! – “picava” o Lima. Um polícia sueco jamais deixaria de multar! Eles nem perdoam à família, quanto mais a um colega! Houve multa, claro! Houve, ou não houve?
O Ambrósio assentiu com a cabeça:
- É verdade, houve multa por manobra perigosa, mas ficou suspensa de bom comportamento até abandonar o país. Acabei por ganhar um amigo, ele arranjou-me um lugar para estacionar no parque da polícia, mostrou-me a cidade e foi um camarada. Nunca mais o vi, mas às vezes mando-lhe uma mensagem e vamos comunicando.
- Que história mais estapafúrdia! – comentou o Lima. Se eu não conhecesse bem o Ambrósio, diria que era um mentiroso, mas como conheço e já ouvi esta história milhares de vezes…
E você, caro leitor, acredita? Ou há mais coisas que o Inspector Ambrósio não contou? Justifique as suas conclusões.

E pronto.
Começa agora o trabalho dos “detectives”, no sentido de elaborarem um relatório que responda às dúvidas constantes do problema. O prazo para o fazer decorre impreterivelmente até ao próximo dia 15 de Dezembro. Chamamos a atenção e fazemos o alerta para que não haja atrasos, uma vez que cada dia vai contar para a apoteose final da divulgação dos resultados, “ao vivo” e em directo no nosso blogue Crime Público (http://blogs.publico.pt/policiario) na noite da passagem de ano. Após o dia 15, as propostas de solução poderão não ser consideradas.
O envio dos relatórios, como sempre, deve ser efectuado:
  - Pelo Correio para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em mão ao coordenador da secção, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!

  

1 comentário:

Anónimo disse...

. "O prazo para o fazer decorre impreterivelmente até ao próximo dia 15 de Dezembro."
Estarei errado? Vi no nosso Blog.
Solicito um esclarecimento sobre o prazo do problema 10
Um abraço