domingo, 11 de setembro de 2016

POLICIÁRIO 1310



PERCORRENDO “A ROTA DO VINHO”

A caminho da conclusão do campeonato nacional deste ano, numa altura em que todas as decisões têm de ser tomadas e não há lugar para falhas, publicamos um desafio de autoria de um dos produtores que vai alimentando o nosso Policiário, com qualidade: Verbatim.
Tratando-se de um confrade com experiência na produção de enigmas e bastante meticuloso na forma como expõe os seus casos policiários, a exigência da máxima atenção dos nossos “detectives” é, mais que nunca, essencial. É sabido que nesta nossa actividade, um ponto perdido é quase sempre um sinal de que fica comprometida a luta pelo lugar mais cimeiro, tal é a competitividade reinante, mas o que também já faz parte da “tradição” é que uma parte significativa dos pontos é perdida em problemas aparentemente fáceis e que à partida não seriam susceptíveis de produzir grandes mossas nas classificações.
No caso de Verbatim e de outros bons produtores, sabendo que a realidade continua muito carregada no que se refere à produção de enigmas e em todos os momentos nos confrontamos com a falta de “matéria-prima” que nos adiciona ainda muito mais pressão no momento de planeamento das competições, é reconfortante sabermos que vamos contando com o espírito solidário dos produtores e com isso vamos cumprindo o calendário competitivo.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA N.º 8 – PARTE II
“NA ROTA DO VINHO” – Original de VERBATIM

            Era um grupo de cinco foliões que se reunia mensalmente para almoçar e comemorar qualquer coisa, não importa o quê. Sobretudo queriam conversar uns com os outros, alegre e descontraidamente. As mulheres, não raro, também participavam na festa.
            Tudo bem até à primeira quinta-feira de Setembro de 2016 em que, no fim do repasto, desapareceu a boquilha de charutos de Simão Mata. Não estava em cima da mesa nem debaixo dela. Alguém a surripiara, admitiu-se.
            Quem foi que deu sumiço à boquilha?… E nisto se gastou um bom bocado sem resultados práticos.             Encontravam-se, então, num restaurante onde ainda não se tinham reunido.
            Acontece que um conhecido dos cinco, João José Pinto, ou JJ para os amigos, cliente habitual daquela casa, a almoçar noutra mesa, que se metera entre o grupo no final de uma conversa sobre vinhos, ocorrida já muito depois de bebidos os cafés, se ofereceu para desvendar o mistério. Começou por inquirir o criado que servira os cinco convivas. Este desconfiava de uma pessoa, mas não se arriscava a identifica-la visualmente, lembrando-se apenas de que ela fizera uma estranha referência a propósito dos vinhos que preferia, no exacto momento em que sub-repticiamente deitava mão à boquilha.
- Não era o senhor que acabara de fumar o charuto, tenho a certeza! Era um que disse ter bebido um vinho de galego branco que via pela pata. E que era uma boa pinga, da sua zona preferida. Coisa esquisita, mas foi o que percebi, juro! Eu estava preocupado em arrumar a mesa, onde ele batia com as mãos para sublinhar o que dizia. Era uma brincadeira, penso eu. Creio que eles depois descobriram o que aquilo significava… – assim se explicou o empregado.
JJ achou por bem não tentar saber, logo à partida, quem teria posto a charada vínica, temendo que o ladrão da boquilha iniciasse um jogo de defesa que baralhasse tudo. Optou por colher opiniões mais genéricas. Assim, verificou que M. Cávado só bebia verde e que se recusava a engolir qualquer outro vinho, deliciando-se com os alvarinhos e, também, com os “albariños” do outro lado do rio Minho. Neste almoço até viera uma garrafa de verdinho branco só para ele. O mais velho do grupo, Câncio Simões, afirmou que não era esquisito, mas preferia os tintos do Douro no inverno e os brancos da Vidigueira no verão. António Serralves afirmou estar encantado com os brancos de Cima-Corgo. Simão Mata escolhia, em regra, tintos alentejanos, assim como Carlos Travassos que gostava também muito dos brancos do Dão, em especial dos que incluíam uvas da casta Encruzado. JJ já havia declarado a todos que andava agora a explorar muito bons vinhos da denominada região de Lisboa, brancos e tintos, sem esquecer, para depois do café, um Moscatel de Setúbal.
Quem seria a pessoa que o empregado julgou ver a surripiar a boquilha?

A – M. Cávado?
B - Câncio Simões?
C - António Serralves?
D - Carlos Travassos?
           
E pronto.
Lançados os dados, resta aos nossos “detectives” darem a resposta, impreterivelmente até ao próximo dia 10 de Outubro, podendo usar um dos seguintes meios:
- Pelo Correio para: Luís Pessoa, Estrada Militar, n.º 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.

Recordamos que nestes problemas de escolha múltipla é obrigatório que seja indicada a alínea por que se opta, sob pena de ser considerada errada. De qualquer forma, se o confrade quiser pormenorizar ou dar uma explicação mais completa, pode fazê-lo, sem qualquer penalização, mas sempre ciente de que a pontuação atribuída é relativa à hipótese escolhida.
Há algum tempo, um confrade assinalou uma hipótese, mas a explicação produzida apontava em absoluto em outra direcção. Em tudo parecia que tinha havido equivoco do “detective”, já que o raciocínio era claro e fluido. Foi penalizado, porque um investigador tem responsabilidades nas opções e nos actos que pratica. Na vida real, que tentamos reproduzir nos nossos desafios, não pode haver lugar para lapsos quando estão em jogo valores tão importantes como o direito à justiça, e à prova de inocência. Uma acusação incorrecta, ainda que por engano e com pedidos de desculpas posteriores, não deixa de ser uma acusação inaceitável. Daí a penalização.  
Boas deduções!



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