DECIFRADO
CRIME DE MOURISCAS DO CARREGOSO E DESVENDADA BRUXARIA
Com
as classificações já em velocidade de cruzeiro, depois de alguns problemas que
originaram atrasos indesejáveis, as soluções oficiais dos enigmas assumem um momento
importante na competição, permitindo aos “detectives” irem fazendo as suas
contas e alimentando as melhores ou piores expectativas, conforme o caso.
Os
dois desafios que hoje se solucionam, têm tudo para clarificar as contas e
seleccionar de forma decisiva os “detectives” que vão disputar os títulos. Na
verdade, quer o desafio do confrade Paulo, quer o do confrade Tuga Indomável
são de alguma complexidade, se bem que entendamos que o segundo seria mais
exigente se não fosse de escolha múltipla.
Pensamos,
com sinceridade, que vai ocorrer uma triagem muito completa, que vai obrigar os
resistentes com pontuação máxima a assumirem-se como candidatos aos títulos
deste ano, apesar do muito que ainda fica para andar.
Uma
vez mais, pensamos, vai haver competição dura e cerrada, mesmo até ao fim,
coisa que já ninguém estranha, porque faz parte da nossa matriz há quase um
quarto de século - que se completa no próximo dia 1 de Julho - com múltiplos
títulos decididos no derradeiro momento!
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
SOLUÇÕES
DA PROVA N.º 7
PARTE
I – “A MORTE DE BERNARDO DO SOUTINHO” – de PAULO
A
análise terá de ser feita apenas com os elementos do texto do problema.
1
– Com base no diálogo não se pode concluir de qualquer cumplicidade entre os intervenientes,
assim como se terá de concluir que o vigário descobriu o criminoso, ou seja, é
o detetive do caso, estando por isso fora da lista dos suspeitos.
2
– O crime ocorreu no dia 1 de março de 1900, um ano antes do diálogo narrado no
texto. O ano de 1900 não foi bissexto, por não ser um ano centenário divisível
por 400, e, por isso, se no ano do diálogo, 1901, a seguir ao dia 28 de
fevereiro vem o dia 1 de março, o mesmo terá ocorrido em 1900.
3
– Joaquim Baldaia diz ter estado todo o dia na vila, na Fazenda, equivalente
atual da Repartição de Finanças, e nada há que o desminta. Ter sido a 1 de
março e este ser o dia posterior a 28 de fevereiro, já se verificou que está
correto.
4
– O vigário Castanho só viu a pedra depois de ficar sozinho, logo o rapaz
desconhecia a sua existência.
5
– Porfírio Clemente e o regedor mostram ter conhecimento da existência da pedra
antes de falarem com o clérigo. A informação não podia ter sido dada pelo padre
quando eles chegaram, visto este só ter voltado a falar quando se aproximou dos
dois.
6
– Como essa informação não podia ser prestada pelo rapaz, só conseguiam saber
se conhecessem como foi cometido o crime. Um deles ou os dois teriam perpetrado
o crime.
7
– Nada indicia que pudessem ser cúmplices, pelo que esta possibilidade pode ser
abandonada.
8
– O Regedor fala da pedra mas não mostra saber onde ela se encontra, parecendo
pela frase pronunciada, que esperava encontrá-la junto do cadáver, ou seja,
terá sido informado que o crime foi cometido com uma pedra, mas não sabia mais
nada sobre o assunto. Aliás, se fosse cúmplice no crime, saberia onde estava a
pedra, sendo este um ponto a negar a cumplicidade de Porfírio e do regedor.
9
– Porfírio Clemente viu onde se encontrava o padre, chamou-o e disse-lhe para
trazer consigo a pedra, ou seja, ele sabia onde esta se encontrava, apesar dela
não se visível.
10
– Só podia ter essa informação se tivesse cometido o crime. Só o assassino
saberia o local exato onde deixara a arma do crime.
11
– Porfírio Clemente é o assassino e foi ele quem informou o regedor que o crime
fora cometido com uma pedra. Só o assassino e o padre, que ficou no local,
sabiam qual fora a arma.
12
– Percebe-se que o padre não tenha à época percebido a falha cometida por
Clemente, uma vez que estava muito perturbado e só o reavivar dos factos o fez
vislumbrar a verdade.
13–
O motivo do criem? Provavelmente um dos referidos: mulheres ou terrenos.
PARTE
II – “BRUXARIA EM FASE DA LUA” – de TUGA INDOMÁVEL
A
resposta certa é B – MOÇAMBIQUE.
A
primeira abordagem que fazemos, por opção, é a posição da viatura e do condutor
na estrada. Com o estrangulamento da via, todos os automobilistas se chegaram
àquela faixa de rodagem, quando o condutor imobilizou a viatura, pôs em ponto
morto, abriu a porta e saíu correndo. Como todos os restantes automobilistas
atrás dele, portanto no mesmo sentido, viraram o pescoço para a direita, para
seguir a sua correria, a conclusão é que o automobilista saiu para esse lado,
correndo. A viatura tinha, pois, volante à direita, pelo que o nosso emigrante
estaria num país onde a circulação se faz pela esquerda. Nas nossas opções, poderia
ser A – Inglaterra ou B- Moçambique, já que no Brasil e em Angola se circula
pela direita e os volantes são do lado esquerdo.
Chegamos
à outra abordagem do problema, que poderia ser a primeira: A fase da lua em
forma de “C”, poderia ser de quarto minguante se estivéssemos no hemisfério
norte ou quarto crescente no hemisfério sul, fazendo jus ao ditame popular de
ser mentirosa no norte (C sinal de minguante em vez de representar crescimento;
D sinal de crescente em vez de representar decréscimo). Como o texto refere que
passados poucos dias, a lua brilhava em todo o seu esplendor, logo, em fase de
lua cheia, então alguns dias antes estaria em crescimento e em fase de quarto
crescente. O “C” não era de lua mentirosa e estávamos no hemisfério sul,
portanto, em Moçambique, onde poderia haver espaço para todos os bruxedos, se
estes não estivessem em todo o lado, na cabeça de certas pessoas!
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