domingo, 18 de setembro de 2016

POLICIÁRIO 1311



DECIFRADO CRIME DE MOURISCAS DO CARREGOSO E DESVENDADA BRUXARIA

Com as classificações já em velocidade de cruzeiro, depois de alguns problemas que originaram atrasos indesejáveis, as soluções oficiais dos enigmas assumem um momento importante na competição, permitindo aos “detectives” irem fazendo as suas contas e alimentando as melhores ou piores expectativas, conforme o caso.
Os dois desafios que hoje se solucionam, têm tudo para clarificar as contas e seleccionar de forma decisiva os “detectives” que vão disputar os títulos. Na verdade, quer o desafio do confrade Paulo, quer o do confrade Tuga Indomável são de alguma complexidade, se bem que entendamos que o segundo seria mais exigente se não fosse de escolha múltipla.
Pensamos, com sinceridade, que vai ocorrer uma triagem muito completa, que vai obrigar os resistentes com pontuação máxima a assumirem-se como candidatos aos títulos deste ano, apesar do muito que ainda fica para andar.
Uma vez mais, pensamos, vai haver competição dura e cerrada, mesmo até ao fim, coisa que já ninguém estranha, porque faz parte da nossa matriz há quase um quarto de século - que se completa no próximo dia 1 de Julho - com múltiplos títulos decididos no derradeiro momento!

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
SOLUÇÕES DA PROVA N.º 7
PARTE I – “A MORTE DE BERNARDO DO SOUTINHO” – de PAULO

A análise terá de ser feita apenas com os elementos do texto do problema.
1 – Com base no diálogo não se pode concluir de qualquer cumplicidade entre os intervenientes, assim como se terá de concluir que o vigário descobriu o criminoso, ou seja, é o detetive do caso, estando por isso fora da lista dos suspeitos.
2 – O crime ocorreu no dia 1 de março de 1900, um ano antes do diálogo narrado no texto. O ano de 1900 não foi bissexto, por não ser um ano centenário divisível por 400, e, por isso, se no ano do diálogo, 1901, a seguir ao dia 28 de fevereiro vem o dia 1 de março, o mesmo terá ocorrido em 1900.
3 – Joaquim Baldaia diz ter estado todo o dia na vila, na Fazenda, equivalente atual da Repartição de Finanças, e nada há que o desminta. Ter sido a 1 de março e este ser o dia posterior a 28 de fevereiro, já se verificou que está correto.
4 – O vigário Castanho só viu a pedra depois de ficar sozinho, logo o rapaz desconhecia a sua existência.
5 – Porfírio Clemente e o regedor mostram ter conhecimento da existência da pedra antes de falarem com o clérigo. A informação não podia ter sido dada pelo padre quando eles chegaram, visto este só ter voltado a falar quando se aproximou dos dois.
6 – Como essa informação não podia ser prestada pelo rapaz, só conseguiam saber se conhecessem como foi cometido o crime. Um deles ou os dois teriam perpetrado o crime.
7 – Nada indicia que pudessem ser cúmplices, pelo que esta possibilidade pode ser abandonada.
8 – O Regedor fala da pedra mas não mostra saber onde ela se encontra, parecendo pela frase pronunciada, que esperava encontrá-la junto do cadáver, ou seja, terá sido informado que o crime foi cometido com uma pedra, mas não sabia mais nada sobre o assunto. Aliás, se fosse cúmplice no crime, saberia onde estava a pedra, sendo este um ponto a negar a cumplicidade de Porfírio e do regedor.
9 – Porfírio Clemente viu onde se encontrava o padre, chamou-o e disse-lhe para trazer consigo a pedra, ou seja, ele sabia onde esta se encontrava, apesar dela não se visível.
10 – Só podia ter essa informação se tivesse cometido o crime. Só o assassino saberia o local exato onde deixara a arma do crime.
11 – Porfírio Clemente é o assassino e foi ele quem informou o regedor que o crime fora cometido com uma pedra. Só o assassino e o padre, que ficou no local, sabiam qual fora a arma.
12 – Percebe-se que o padre não tenha à época percebido a falha cometida por Clemente, uma vez que estava muito perturbado e só o reavivar dos factos o fez vislumbrar a verdade.
13– O motivo do criem? Provavelmente um dos referidos: mulheres ou terrenos.

PARTE II – “BRUXARIA EM FASE DA LUA” – de TUGA INDOMÁVEL

A resposta certa é B – MOÇAMBIQUE.
A primeira abordagem que fazemos, por opção, é a posição da viatura e do condutor na estrada. Com o estrangulamento da via, todos os automobilistas se chegaram àquela faixa de rodagem, quando o condutor imobilizou a viatura, pôs em ponto morto, abriu a porta e saíu correndo. Como todos os restantes automobilistas atrás dele, portanto no mesmo sentido, viraram o pescoço para a direita, para seguir a sua correria, a conclusão é que o automobilista saiu para esse lado, correndo. A viatura tinha, pois, volante à direita, pelo que o nosso emigrante estaria num país onde a circulação se faz pela esquerda. Nas nossas opções, poderia ser A – Inglaterra ou B- Moçambique, já que no Brasil e em Angola se circula pela direita e os volantes são do lado esquerdo.

Chegamos à outra abordagem do problema, que poderia ser a primeira: A fase da lua em forma de “C”, poderia ser de quarto minguante se estivéssemos no hemisfério norte ou quarto crescente no hemisfério sul, fazendo jus ao ditame popular de ser mentirosa no norte (C sinal de minguante em vez de representar crescimento; D sinal de crescente em vez de representar decréscimo). Como o texto refere que passados poucos dias, a lua brilhava em todo o seu esplendor, logo, em fase de lua cheia, então alguns dias antes estaria em crescimento e em fase de quarto crescente. O “C” não era de lua mentirosa e estávamos no hemisfério sul, portanto, em Moçambique, onde poderia haver espaço para todos os bruxedos, se estes não estivessem em todo o lado, na cabeça de certas pessoas!

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