domingo, 10 de abril de 2016

POLICIÁRIO 1288


INVESTIGAÇÃO PERFEITA

Regressa ao nosso convívio, enquanto produtora de desafios policiários, a famosa dupla que tantos e tão bons momentos nos tem proporcionado: A. Raposo & Lena.
O desafio de hoje é mais um caso do famoso detective Olho Vivo e Pé Ligeiro que, apesar de reformado, continua a fazer jus ao nome.
Chamamos igualmente a atenção para as classificações e outras informações relevantes, tais como os confrontos para cada eliminatória da taça de Portugal, que vão sendo publicadas no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario. O blogue funciona como uma extensão deste nosso espaço, onde é publicado tudo aquilo que, por razões de espaço, não é possível termos aqui.

CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA N.º 3 – PARTE II
UMA INVESTIGAÇÃO DO OLHO VIVO E PÉ LIGEIRO
 Original de A. RAPOSO & LENA


Caía uma chuvinha teimosa na calçada e os candeeiros da rua mal conseguiam romper o breu da noite que descia sobre a cidade.
Um vulto elegante de mulher seguia apressada.
“Olho vivo e pé ligeiro” na sua gabardina e chapéu mole seguia a passo estugado, para fugir ao vento e ao mau tempo anunciado.
De repente. É sempre de repente que as coisas mais estranhas acontecem.
Do fundo da noite alguém surgiu com um objeto brilhante e quiçá cortante meio escondido do interior do casaco.
Um grito. Um corpo, no chão, ferido. Uma correria de um homem que levava na mão a mala da senhora ferida.
“Olho vivo e pé ligeiro”, um antigo inspetor da PJ reformado tentou a corrida atrás do fugitivo mas logo refreou. A sua idade, o reumático, não davam chance.
Ligou ao 112 a pedir um médico e foi inspecionar a senhora caída. Uma ferida na omoplata esquerda, eventualmente profunda pois o sangue corria abundante.
A senhora balbuciou em tom queixoso:” O malvado atacou-me por detrás, nem dei pela aproximação. Deu-ma a facada e levou-me a mala. Eu tinha vindo do multibanco e lá se foram os duzentos euros, mais outro tanto que lá tinha para pagar a renda de casa. Nem lhe vi a cara, nem nada.

Passadas umas horas a senhora ferida e já tratada e recuperada do susto, estava na esquadra a tentar observar quatro potenciais assaltantes.

Eis a descrição, completa dos mesmos que constava do álbum de suspeitos que a vítima observou atentamente antes de os ver alinhados na parede de uma cela.

Zé fininho – Homem do interior norte, rude e especialista no furto por esticão. Costumava usar uma motoreta e um pendura e percorria a estrada junto ao passeio até encontrar uma vítima. Ultimamente atuava a solo. O seu parceiro fora “dentro”.
Era canhoto e gostava de vestir bem.

Arturzinho portuense – Conhecido no meio pelo “ bota alta”. Falava-se de problemas sexuais que tinham-se cruzado com ele e a instituição que o criara, visto que fora abandonado à nascença. Praticava o esticão e até em situações de aperto andava a “fazer” os transportes públicos. Carteiras e assim. Era ambidextro. Exímio a trabalhar com as mãos.

Xico “dois dedos” – Um acidente levara-lhe os três últimos dedos da mão esquerda. Porém, no meio da desgraça sabia valorizar o “handicap” e era um ás a introduzir os dois dedinhos restantes nos bolsos dos parolos roubados. Especialidade principal: carteirista.

Tó Liru – Fadista amador, em jovem a “pólio” atacara-lhe as pernas e ficou coxo.
No fado vadio era o Tó Coxelas. No gamanço era o “sexta e sábado” pelo movimento que dava às pernas. Tivera uma infância terrível e passara a juventude na Casa Pia.
Só roubava quando a fominha apertava e os rendimentos não caíam do céu.
Atacava nos autocarros. Na hora dos apertões. Mas não em exclusivo.
  
Na esquadra de Campolide lá estavam todos alinhados à parede. A vítima estava com muita dificuldade em chegar a qualquer conclusão pois o que vira fora um vulto e nada mais, a correr, levando a sua mala.

Os suspeitos alinhados aos olhos da vítima não davam a entender qual deles seria o autor do delito.
Da esquerda para a direita o Arturzinho portuense, nas suas botas altas, parecia um cavaleiro que perdera o cavalo.
O Xico dois dedos coçava-se com a mão boa e parecia que andava por ali pulguinha a viajar de borla.
O Zé fininho olhava embevecido as suas sapatilhas Nike. Não dispensava a marca nem que tivesse que trabalhar fora de horas.
O Tó Liru cantarolava o “ Ó tempo volta p´ra trás”.

A vítima sem saber o que responder voltou-se para o polícia reformado “Olho vivo e pé ligeiro” e limitou-se a um encolher de ombros.

E estava assim a coisa sem grande saída quando alguém se lembrou, lá na esquadra, creio que foi o cabo Jeremias (um verdadeiro cabo de esquadra!) que havia no jornal Publico um grupo de gente do mais alto gabarito em descobrir casos policiais. Até se dizia que se a Agatha Christie cá voltasse ficaria admirada por ver gente com tanta pespibesbilhocácia.
E assim sendo se põe o problema:

A-    Foi o Tó Liru.
B-    Foi o Zé Fininho.
C-    Foi o Xico dois dedos.
D-    Foi o Arturzinho portuense.

E pronto.
Sendo já sabido que é obrigatória a indicação da letra correspondente à opção tomada, sem o que não será assegurada a pontuação máxima, independentemente de depois poderem justificar as suas opções, ficaremos à espera das respostas, que deverão chegar impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Abril.
As opções para envio são:

- Pelo Correio: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!





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