INVESTIGAÇÃO
PERFEITA
Regressa
ao nosso convívio, enquanto produtora de desafios policiários, a famosa dupla
que tantos e tão bons momentos nos tem proporcionado: A. Raposo & Lena.
O
desafio de hoje é mais um caso do famoso detective Olho Vivo e Pé Ligeiro que,
apesar de reformado, continua a fazer jus ao nome.
Chamamos
igualmente a atenção para as classificações e outras informações relevantes,
tais como os confrontos para cada eliminatória da taça de Portugal, que vão
sendo publicadas no blogue CRIME PÚBLICO, em http://blogs.publico.pt/policiario.
O blogue funciona como uma extensão deste nosso espaço, onde é publicado tudo
aquilo que, por razões de espaço, não é possível termos aqui.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA
N.º 3 – PARTE II
UMA
INVESTIGAÇÃO DO OLHO VIVO E PÉ LIGEIRO
Original de A. RAPOSO & LENA
Caía
uma chuvinha teimosa na calçada e os candeeiros da rua mal conseguiam romper o
breu da noite que descia sobre a cidade.
Um
vulto elegante de mulher seguia apressada.
“Olho
vivo e pé ligeiro” na sua gabardina e chapéu mole seguia a passo estugado, para
fugir ao vento e ao mau tempo anunciado.
De
repente. É sempre de repente que as coisas mais estranhas acontecem.
Do
fundo da noite alguém surgiu com um objeto brilhante e quiçá cortante meio
escondido do interior do casaco.
Um
grito. Um corpo, no chão, ferido. Uma correria de um homem que levava na mão a
mala da senhora ferida.
“Olho
vivo e pé ligeiro”, um antigo inspetor da PJ reformado tentou a corrida atrás
do fugitivo mas logo refreou. A sua idade, o reumático, não davam chance.
Ligou
ao 112 a pedir um médico e foi inspecionar a senhora caída. Uma ferida na
omoplata esquerda, eventualmente profunda pois o sangue corria abundante.
A
senhora balbuciou em tom queixoso:” O malvado atacou-me por detrás, nem dei
pela aproximação. Deu-ma a facada e levou-me a mala. Eu tinha vindo do
multibanco e lá se foram os duzentos euros, mais outro tanto que lá tinha para
pagar a renda de casa. Nem lhe vi a cara, nem nada.
Passadas
umas horas a senhora ferida e já tratada e recuperada do susto, estava na
esquadra a tentar observar quatro potenciais assaltantes.
Eis
a descrição, completa dos mesmos que constava do álbum de suspeitos que a
vítima observou atentamente antes de os ver alinhados na parede de uma cela.
Zé
fininho – Homem do interior norte, rude e especialista no furto por esticão.
Costumava usar uma motoreta e um pendura e percorria a estrada junto ao passeio
até encontrar uma vítima. Ultimamente atuava a solo. O seu parceiro fora
“dentro”.
Era canhoto
e gostava de vestir bem.
Arturzinho
portuense – Conhecido no meio pelo “ bota alta”. Falava-se de problemas sexuais
que tinham-se cruzado com ele e a instituição que o criara, visto que fora
abandonado à nascença. Praticava o esticão e até em situações de aperto andava
a “fazer” os transportes públicos. Carteiras e assim. Era ambidextro. Exímio a
trabalhar com as mãos.
Xico
“dois dedos” – Um acidente levara-lhe os três últimos dedos da mão esquerda.
Porém, no meio da desgraça sabia valorizar o “handicap” e era um ás a
introduzir os dois dedinhos restantes nos bolsos dos parolos roubados.
Especialidade principal: carteirista.
Tó Liru
– Fadista amador, em jovem a “pólio” atacara-lhe as pernas e ficou coxo.
No
fado vadio era o Tó Coxelas. No gamanço era o “sexta e sábado” pelo movimento
que dava às pernas. Tivera uma infância terrível e passara a juventude na Casa
Pia.
Só
roubava quando a fominha apertava e os rendimentos não caíam do céu.
Atacava
nos autocarros. Na hora dos apertões. Mas não em exclusivo.
Na
esquadra de Campolide lá estavam todos alinhados à parede. A vítima estava com
muita dificuldade em chegar a qualquer conclusão pois o que vira fora um vulto
e nada mais, a correr, levando a sua mala.
Os
suspeitos alinhados aos olhos da vítima não davam a entender qual deles seria o
autor do delito.
Da
esquerda para a direita o Arturzinho portuense, nas suas botas altas, parecia
um cavaleiro que perdera o cavalo.
O
Xico dois dedos coçava-se com a mão boa e parecia que andava por ali pulguinha
a viajar de borla.
O Zé
fininho olhava embevecido as suas sapatilhas Nike. Não dispensava a marca nem
que tivesse que trabalhar fora de horas.
O Tó
Liru cantarolava o “ Ó tempo volta p´ra trás”.
A
vítima sem saber o que responder voltou-se para o polícia reformado “Olho vivo
e pé ligeiro” e limitou-se a um encolher de ombros.
E
estava assim a coisa sem grande saída quando alguém se lembrou, lá na esquadra,
creio que foi o cabo Jeremias (um verdadeiro cabo de esquadra!) que havia no
jornal Publico um grupo de gente do mais alto gabarito em descobrir casos
policiais. Até se dizia que se a Agatha Christie cá voltasse ficaria admirada
por ver gente com tanta pespibesbilhocácia.
E
assim sendo se põe o problema:
A- Foi o Tó Liru.
B- Foi o Zé Fininho.
C- Foi o Xico dois dedos.
D- Foi o Arturzinho portuense.
E
pronto.
Sendo
já sabido que é obrigatória a indicação da letra correspondente à opção tomada,
sem o que não será assegurada a pontuação máxima, independentemente de depois
poderem justificar as suas opções, ficaremos à espera das respostas, que
deverão chegar impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Abril.
As
opções para envio são:
- Pelo Correio: Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail: lumagopessoa@gmail.com; pessoa_luis@hotmail.com
e luispessoa@sapo.pt;
- Por entrega em mão ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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