TIRO
DE PARTIDA PARA A ÉPOCA 2016
Damos hoje início a
mais uma época de competições, que vai culminar em pleno mês de Dezembro com a
divulgação dos grandes vencedores das diversas classificações. Tratando-se de
uma época muito longa, a exigência requerida aos confrades e “detectives” é,
igualmente, muito grande.
Não há grandes
recomendações a fazer, para além de chamarmos a atenção para que haja sempre o
máximo de atenção com a leitura dos textos e sua interpretação, antes da passagem
para a elaboração dos relatórios. Cada “detective” deve procurar responder
àquilo que o autor do problema pede, apresentando argumentos e provas.
Chamamos ainda a
atenção para o facto de as soluções a este problema serem determinantes para o
apuramento dos 512 confrades que passarão à segunda eliminatória da Taça de
Portugal, ao contrário do que acontecerá a partir daqui, em que as
eliminatórias serão sempre decididas em confrontos de um contra um.
CAMPEONATO
NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2016
PROVA
N.º 1 – PARTE I
O
ASSALTO – ORIGINAL DE INSPECTOR JAGODES
De mãos nos bolsos
das calças, andar gingão, assobiando as melodias da moda, o João ia percorrendo
as centenas de metros que mediavam entre o Café Estrela e casa onde morava a
sua tia Eulália e a prima Catarina, debaixo da chuva diluviana que se abateu no
seguimento de trovoada que andava no ar.
Já se aproximava da
casa quando ouviu um estrondo, semelhante ao do bater de uma pesada porta, logo
seguido do ruído insistente de um tropel pelas escadas abaixo. Logo depois, um
vulto dobrou a esquina da porta da rua, na sua direcção, mas logo inverteu o
sentido da marcha, correndo rua acima. Pareceu-lhe reconhecer o Toneca, um tipo
que achava ser fixe e que andava embeiçado pela sua prima Catarina, de quem se
considerava namorado.
- Olha, olha, mais
uma zanga. Este gajo ainda não percebeu que a prima é uma fera…
Deteve-se um pouco a
vê-lo desaparecer no cimo da rua, numa correria louca, para ele, sem qualquer
sentido. Mas enfim, cada qual foge do que quer, mas o mais certo era no dia seguinte lá estar com falinhas mansas e melosas para a priminha. Arrufos…
Subiu as escadas,
continuando a treinar as melodias com o assobio, quando se apercebeu de gemidos
que vinham de um recanto do corredor do primeiro andar. Subiu mais
apressadamente, a dois e dois, os restantes degraus e deparou com a prima
deitada no chão, sangrando do nariz ou dos lábios, respirando ofegantemente…
- A tia… A tia…
Correu para dentro de
casa e viu a senhora idosa deitada no chão, a carteira aberta a seu lado,
revolvida, armários com gavetas abertas. Tinha passado por ali um autêntico
tufão, obra de quem andava à procura de bens.
A senhora já não
respirava, embora não houvesse sinais de violência física. Certamente o coração
não resistiu a tamanha confusão, como veio a ser provado mais tarde na
autópsia.
O João perguntou à
prima se estava bem e perante o seu sinal positivo, disse-lhe para chamar o
112, não mexer em nada, nem deixar ninguém mexer e logo se pôs a caminho,
descendo as escadas e seguindo o rumo que o vulto tomara, até ao salão de jogos
do Pelintra, onde quase tinha a certeza de encontrar o Toneca. O sol já
brilhava e o calor fazia-se sentir.
Lá estava ele, como
sempre a jogar a dinheiro, quase sempre com paradas bem altas, muito superiores
ao que seria a sua disponibilidade monetária, sem que houvesse uma explicação
plausível. Para ele, eram sempre uns “dinheiritos que ganhou”, não revelava era
onde.
João acercou-se do
balcão e perguntou dissimuladamente ao Pixote há quanto tempo durava aquele
jogo.
- Há cerca de dez
minutos. O Toneca só chegou nessa altura, mas o jogo já vinha de trás e foi
retomado. O gajo disse que teve de ir lá acima porque estava mal disposto…
- Lá acima, onde?
- Aqui ao primeiro
andar onde tem um quarto alugado...
O João aproximou-se
do Toneca e disse-lhe que o acompanhasse de imediato porque a Catarina fora
assaltada.
De um salto, Toneca
largou tudo e, pegando no casaco, correu para a porta, descendo a rua em grande
velocidade. Da porta dos bilhares, João seguiu-o com o olhar, até o ver entrar
no prédio onde morava a sua namorada.
A polícia já tinha
chegado e o Toneca foi detido para interrogatório, ao qual respondeu dizendo
que não tinha conhecimento de nada, até o João lhe ter dito que Catarina fora
assaltada.
Por sugestão de João,
a polícia vistoriou a impecável e cara roupa de Toneca, procurando nos bolsos
do casaco qualquer indício comprometedor e foi ao quarto dele, por cima da casa
dos bilhares, mas nada encontrou de significativo.
O João, com os seus dotes detectivescos,
começava a perceber que talvez as suas suspeitas iniciais não fossem correctas,
ou havia mais alguma coisa que lhe escapava.
Pergunta-se: Terá
sido o Toneca a cometer os crimes?
Em caso afirmativo ou
negativo, justifique todas as suas conclusões.
E pronto!
Resta aos
“detectives” lerem correctamente o problema, analisando todos os detalhes e
depois de retirarem as suas conclusões, elaborarem os respectivos relatórios
para serem enviados, impreterivelmente até ao dia 29 de Fevereiro, para o que
poderão usar um dos seguintes meios:
- Pelos Correios:
Luis Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail: pessoa_luis@hotmail.com; luispessoa@sapo.pt; lumagopessoa@gmail.com.
- Por entrega em mão
ao orientador, onde quer que o encontrem.
Boas deduções!
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