Efectivamente, nos anos sessenta do século vinte, de que muito bem nos lembramos, era realmente muito frequente ouvirem-se os “discos pedidos” dedicados aos nossos militares que cumpriam serviço no então Ultramar, as nossas ex-colónias. Esses pedidos constavam de autêntico relambório de nomes e faziam-se ouvir durante quase todo o dia e diariamente. Também é facto que muitos dos militares, quando regressavam dessa missão ingrata, continuavam a ouvir, nas suas casas, as músicas que mais os marcaram nesse longo exílio. Dessas músicas, sem dúvida que as que Almerindo Cabral ouvia eram também das mais escutadas e preferidas por outros militares e seus familiares.
Almerindo Cabral, beirão, com 69 anos bastante gastos, embarcara para Angola nos fins de 1961, poucos meses depois da guerra eclodir, tendo voltado dois anos depois. Não se sabe concretamente as dificuldades que lá passara, mas chegara muito abalado e mutilado com perda da totalidade dos dedos da mão direita, devido a um aacidente. Já na Metrópole, efectuou tratamentos variados e sentindo-se melhor abalou rumo ao Brasil, perante o apelo de um tio abastado que lá tinha. Este seu tio acabaria por falecer alguns anos mais tarde, e como não tinha herdeiros mais próximos, decidiu deixar todos os seus bens ao sobrinho Almerindo. Este ficou então na posse de uma avultada fortuna. Apesar de tudo continuou a trabalhar, até que, celibatário, sentindo-se só e bastante alquebrado, sem qualquer familiar por perto, decidiu regressar à sua terra natal. Assim, regressou a Portugal, numa tarde ensolarada de 1995. Construiu uma casa luxuosa e convidou para morarem consigo dois irmãos e três sobrinhos.
Adelino Cabral era o seu irmão mais velho, já com 71 anos, e passava a vida a queixar-se da sua sorte. Entendia mesmo que deveria ter sido ele o herdeiro da fortuna que Almerindo recebera, pois era o mais velho dos irmãos. A sua mulher já o havia abandonado poucos meses depois de casados. Enfim, achava-se mesmo uma vítima do destino. Quanto ao seu irmão Antero, o outro que acolhera em casa, tratava-se do mais novo e estudara num seminário. Era muito fechado e isolava-se muito a ler e escrever.
António Cabral era um dos três sobrinhos que viviam com o tio. Tinha 30 anos e era filho de Adelino. Era engenheiro, mas preferia viver um pouco à sombra do tio, pois dava menos trabalho.
Alberto Pereira, outro sobrinho, de 29 anos, era filho duma irmã de Almerindo, já falecida. Era médico e trabalhava num hospital em Lisboa.
Isabel Cabral, com 26 anos, economista a trabalhar num banco do Porto, era a filha de Antero Cabral.
Todos eles tinham aposentos na casa de Almerindo, embora Alberto e Isabel tivessem as suas residências nas cidades em que trabalhavam. Estes dois eram visitas frequentes da casa de Almerindo, enquanto António raramente lá ia e, quando aparecia, era para cravar o tio.
Nascido em dia de S. Martinho, 11 de Novembro, Almerindo gostava de festejar o seu aniversário e, nesse dia, muito prezava ter a família reunida em sua casa, o que fazia matando sempre um borrego, tarefa que partilhava com o seu irmão mais velho. Depois da matança do borrego, manhã cedo, Isabel chegava pelas oito horas e encarregava-se de assar o “bicho”, no forno, com muitas batatas. Alberto chegava um pouco mais tarde que a prima, enquanto António chegava sempre pelas 12,00 horas, já praticamente no início do almoço. No final do repasto costumavam ficar em volta da mesa, conversando, até que, pelas 17,00 horas vinham as castanhas assadas e as garrafas de água-pé. Normalmente, este ritual era o habitual.
Todavia, neste seu sexagésimo nono aniversário, as coisas não pareciam estar a decorrer como habitualmente. A comemoração do aniversário foi seriamente alterada.
Até perto do meio-dia tudo correu como de costume e na sala de jantar, todos, menos o António e seu pai Adelino, se encontravam a aguardar a chegada do anfitrião e aniversariante que fora ao seu quarto preparar-se para presidir à mesa. Estavam estes três na sala de jantar, quando às 11,40 horas, marcadas no relógio da sala, se começa a ouvir o som do Tango dos Barbudos, vindo do quarto de Almerindo. Acabada esta música, segue-se o Fado das Trincheiras, cantado por Fernando Farinha. Ouvia-se este fado havia já três minutos quando entrou na sala de jantar, vindo da cozinha, António Cabral. Foi censurado pelos presentes, devido ao seu atraso, mas logo referiu que aquele relógio se encontrava quinze (15) minutos adiantado. Não foi contrariado e o seu primo Alberto foi ao relógio e atrasou-o os tais quinze (15) minutos. Passaram-se mais cinco (5) minutos e entrou o pai de António, Adelino Cabral que depois da matança do borrego saiu e não mais fora visto até então.
Ora bem, aqui será importante verificar a temporização dos factos sucedidos. Primeiro, já estavam na sala de jantar três convivas quando o relógio da sala onde se encontravam marcava 11,40 horas e se iniciou a música no quarto do anfitrião. Essa música, muito conhecida, O Tango dos Barbudos, tem uma durabilidade de cerca de 3,27 minutos. Como o disco seria de vinil teria de ser substituído pelo seguinte, o “Fado das Trincheiras” que, ao seu terceiro minuto, marca a chegada de António à sala de jantar. Somando os cerca de 3 minutos e meio aos três minutos, mais 30 segundos para mudança dos discos de vinil, teremos que o António entrou, mais ou menos, ao sétimo (7º) minuto pós 11,40 horas. Tudo somado teremos que a entrada de António se verifica às, mais ou menos, 11,47 horas, mas...o mesmo António diz ao familiares ali presentes que aquele relógio está adiantado 15 minutos (?!). Ninguém contraria a afirmação e o seu primo Alberto atrasa 15 minutos ao relógio. Este ficaria então a marcar 11,32 horas.
Ora isto altera tudo o que antes se temporizou, ou seja, o “Tango dos Barbudos” começou a tocar, não às 11,40 horas, mas às 11, 25 horas. Só assim se justifica que António chegou às 11,32 e o seu pai, Adelino, cinco minutos depois, ou seja, às 11,37 horas (pela hora anterior seriam 11,52 horas). Tal quer dizer que afinal todos se reuniram na sala de jantar antes das 11,40 horas, altura em que, pressupostamente se iniciou a música no quarto de Almerindo. Para o caso, de momento apenas interessa referir que pela “hora de António” todos estavam na sala de jantar às 11,37 horas.
Quando acabou o “Fado das Trincheiras” que demora cerca de 3,58 minutos, ainda não tinha chegado Adelino, pai de António. Todavia, uma coisa curiosa sucedeu. Não foi mudado o disco para a música que tocaria habitualmente de seguida, ou seja “O Imigrante” tocado pelo conjunto Maria Albertina. O disco de Fernando Farinha continuou a tocar as músicas seguintes até ao final, acabando por ficar sem som. Espantosamente, só quando o relógio marcava 12,30 horas (hora com atraso de 15 minutos, pois contrariamente marcaria 12,45 horas) e perante a grande demora de Almerindo, Isabel decidiu ir ver o que se passava para tamanho atraso. Bateu à porta do quarto do tio, mas não obteve resposta. Bateu com mais força, mas a resposta continuava sem resposta. Ganhando alguma coragem entreabriu a porta e espreitou para dentro do quarto. Empurrou então a porta com mais força e entrou no quarto. O tio estava estendido no chão, com os braços abertos em cruz, com um ferimento de mau aspecto no temporal direito, chamuscado e com resíduos de pólvora. Tinha sobre a mão direita uma pistola.
Analisando estes factos deveremos debruçar-nos sobre mais alguns pormenores importantes. O “Fado das Trincheiras” demorou cerca de quatro minutos a tocar. Ao terceiro (3º) minuto deste fado entrou o António que até originou um atraso do relógio de 15 minutos, efectuado pelo Alberto, como sabemos. Quando acabou este fado, outra música de Fernando Farinha começou a tocar, mas tal não era hábito, pois sabemos que Almerindo colocaria “O Imigrante” do conjunto de Maria Albertina. Ora isto parece estranho, pois as pessoas poderiam, na sala de jantar, ter-se apercebido desta alteração ao que era usual nos anos anteriores. Acredito que o barulho e entusiasmo das conversas poderiam nem sequer permitir a percepção musical e quiçá um desinteresse pelas mesmas, o que serviria de desculpa para ninguém ter dado pela alteração, até porque decerto mais músicas de Fernando Farinha terão tocado até acabar o disco de vinil. Contudo há uma coisa que me parece também estranha. Quando Adelino entra, já tocaria outra música de Fernando Farinha, que não o “Fado das Trincheiras”. Porque não se apercebeu duma música que não era habitual nestes almoços de S. Martinho? Distracção? Talvez por pensar que já vinha atrasado, mas se pensasse tal, também poderia reparar que o relógio talvez pudesse estar com hora alterada em relação à sua, mas nada disse nem comentou. Porque demoraram tanto tempo a ir verificar se Almerindo estaria bem, uma vez que a música já tinha acabado havia algum tempo. O disco de Fernando Farinha começou a tocar cerca das 11,44 horas (antes do atraso) ou seja, pelas 11,29 horas face ao atraso sofrido. E Isabel só uma hora depois do início do “Fado das Trincheiras” é que foi verificar o que se passaria para que o tio demorasse tanto tempo a vir almoçar. Foi demasiado tempo, na verdade, já que se estava a verificar uma verdadeira alteração de tudo aquilo que era habitual naquela data festiva. O que interessa é que Isabel foi e deparou com o inesperado. O seu tio estava caído no chão, estendido com os braços abertos em cruz e com o ferimento já descrito atrás que revela um disparo no temporal direito, com arma praticamente encostada à pele, pois deixou a mesma chamuscada e com resíduos de pólvora. Tal só poderia ter sido feito ou pelo próprio ou por alguém que tivesse permissão de se aproximar muito da vítima, alguém familiar. Como já sabemos Almerindo perdeu os dedos da mão direita num acidente, precisamente em Angola. Ora ninguém com perda de todos os dedos da mão direita consguirá, com essa mão disparar um tiro no temporal do mesmo lado (direito) e se o fizesse com a outra mão era também praticamente impossível disparar com a pistola encostada à têmpora direita (experimente-se o movimento). Também caindo no chão o suicida nunca ficaria com a arma sobre a mão. Daqui se conclui que ali houve um assassinato e cometido por alguém muito próximo da vítima. Mas há outro problema que se levanta, que é o ruído feito pelo disparo da arma. Como é que ninguém ouviu esse estampido do disparo? Tem uma explicação, mas adiante se dirá quando se tiverem restantes dados analisados.
Quando Isabel saíu do quarto do tio fechou a porta à chave e correu para a sala de jantar, comunicando o que aconteceu. Em seguida foi à sala de entrada de onde telefonou para a polícia. Entretanto todos correram em direcção ao quarto da vítima, excepto António que ficou para trás juntando-se aos outros pouco mais de dois minutos depois. Quando o inspector Eduardo Trindade chegou ele mesmo conferiu que eram 13,15 horas no relógio da sala de jantar e, de imediato, se dirigiu para o quarto de Almerindo, observando-o atentamente. Verificou que no quarto não havia sinais de luta. Nas suas perguntas o inspector concluiu que todos os familiares se encontravam reunidos na sala de jantar, de acordo com a hora marcada no relógio ali existente (na sala de jantar) desde as 11,30 horas, excepto o António que chegou, segundo testemunho dos seus familiares, cerca das 11,35 horas entrando pela porta da cozinha, e o seu pai (Adelino) que entrou pouco depois (cerca de cinco minutos) com trajo de equitação, pela mesma porta. António referiu que não chegou mais cedo porque esteve na cavalariça a examinar um cavalo recentemente comprado. Já o seu pai referiu que foi visitar uma propriedade, algo distante, a pedido do seu irmão.
Fazendo uma análise deste últimos factos vemos que Isabel age com alguma rapidez, avisando primeiro os familiares reunidos na sala de jantar, indo depois à sala de entrada para telefonar à polícia. Antes de sair do quarto do tio fechara a porta à chave, provavelmente para ninguém entrar e mexer. No entanto todos se dirigiram para esse quarto, excepto António que se atrasou pouco mais de dois minutos e só então se juntou aos outros. A verdade é que este atraso do António me cheira a esturro, pois provavelmente esteve a mexer no relógio da sala de jantar, por motivos que só ele saberia. Não se afirma que entraram no quarto, mas que se dirigiram para lá. Seguidamente chegou o inspector Eduardo Trindade que reparou nas horas que marcava o relógio da sala de jantar. Eram 13,15 horas. Ora, Isabel reagiu pelas 12,30 horas (pós atraso de 15 minutos por Alberto). Foi relativamente rápida nas suas atitudes até chamar a polícia que provavelmente não terá demorado muito tempo. Das 12,30 às 13,15 que marcava à chegada de Eduardo Trindade, passaram, naturalmente, quarenta e cinco minutos! Acho que será muito tempo, o que me leva a insinuar que António, naquele seu pequeno atraso rumo ao quarto do tio (pouco mais de dois minutos), deverá ter adiantado o relógio da casa repondo as verdadeiras horas, pois sabia da vinda da polícia, mas também tinha os familiares por testemunhas em como o relógio estava 15 minutos adiantado quando chegou a casa e os próprios familiares viram Alberto atrasar o relógio 15 minutos. Mas, agora, ninguém saberia que ele voltou a adiantar o relógio repondo a hora inicial, que me parece ser a que estava exacta, conforme depoimentos que virão a seguir, do empregado da cavalariça. De salientar que Eduardo Trindade verifica a hora já depois da interferência do António. Com certeza que o relógio pessoal do inspector estaria em concordância com o da sala de jantar, na hora da sua entrada e agora que colhia depoimentos. Mas os familiares de António (Antero, Isabel e Alberto) pensam que o relógio ainda estará como ficou após Alberto o ter atrasado quinze minutos. Quanto ao pai, Adelino, já entrara na sala de jantar com o relógio retocado por Alberto e até nem parece ter reparado no mesmo. Há na realidade algum interesse de António em ter reposto os quinze minutos que Alberto, por sugestão do primo, recuou, sem qualquer oposição dos outros familiares lá presentes na altura.
Dos empregados da casa apenas depôs o empregado da cavalariça pois todos os outros dizem que não viram nem ouviram nada de estranho. Assim, aquele empregado vem certificar o verdadeiro “timing” dos factos sucedidos.Viu António dirigir-se para a casa um pouco antes de se começar a ouvir o “Tango do Barbudos” e saindo, pouco depois de se iniciar o “Fado das Trincheiras”, pela porta principal e encaminhar-se para a porta da cozinha. Não referiu hora, apenas factos que servem de referência perante o sucedido. Da mesma forma disse que após a matança do borrego tinha aparelhado um cavalo para Adelino que saiu e voltou às 11,50 horas. Aliás o mesmo empregado afirmou que na véspera ouvira a vítima discutir com António e dizer-lhe que deixasse de contar com o dinheiro dele. Acrescente-se que o médico legista prognosticou a hora da morte, que foi instantânea, entre as 11,20 e as 12,45 horas.
Pois bem, aqui está desmascarado o verdadeiro autor do crime, que não resta dúvidas ter sido António, daí o seu interesse em manipular as horas para tentar baralhar os dados. Na realidade o empregado, que teria o seu relógio acertado, não tinha qualquer interesse em fornecer horas erradas. Claro que inicialmente, referindo-se à mobilidade de António, nem sequer refere horas, mas correlaciona os movimentos do mesmo de acordo coma as músicas que tocavam. Ah, e não diz que o António esteve na cavalariça a examinar um cavalo recentemente comprado, o que leva a pensar que António mentiu quando criou essa desculpa.
António, segundo o empregado da cavalariça, dirigiu-se para casa um pouco antes do início da primeira música ((11,40 horas antes do atraso de Alberto, ou 11, 25 horas pós atraso do Alberto). Diz ainda, o mesmo empregado que ele saiu pouco depois de se iniciar o “Fado das Trincheiras” ( perto das 11,44 horas antes do atraso, ou 11,29 horas após atraso). Depois António sai pela porta principal e dirige-se para a porta da cozinha. Daqui, vai direito à sala de jantar onde estão os três familiares a quem diz que o relógio estava adiantado 15 minutos. Ora, pela hora inicial entrou na sala de jantar cerca das 11,47 minutos e pelo acerto, por ele sugerido, às 11, 32 minutos.
Agora comparando a chegada do seu pai, em que o empregado da cavalariça diz que chegou às 11,50 horas, e sabendo que Adelino foi logo para a sala de jantar, indo pela porta da cozinha, só poderia ter chegado à sala de jantar depois das 11,50 horas e nunca poderia ter chegado às 11,37 horas , mas sim às 11,52 horas, porque chegou cinco minutos depois do filho. Logo, António enganou os familiares na hora em que chegou, e o relógio estava mesmo certo desde início. O golpe seria baralhar o pessoal induzindo os restantes em horas erradas nas movimentações e não timing das músicas.
Daqui também concluo que António, quando chegou foi ao quarto da vítima e o tio (mais provável) ou ele próprio (menos provável) colocaram o primeiro disco. Certo é que já estavam os dois no quarto. Logo que colocado o disco, que se inicia com ruído de disparos de armas de fogo, como se sabe, António aproveita este ruido de tiros e dispara a arma contra a têmpora direita do tio, matando-o instantaneamente. Claro que quem estivesse a ouvir a música nem se aperceberia do verdadeiro tiro da pistola, pois o mesmo se confundiria com os do “Tango dos Barbudos”. Morto o tio, colocou-o no chão deitado com braços abertos em cruz e colocou-lhe (estupidamente) a arma sobre a mão direita que não tinha dedos. Acabado o primeiro disco, retira-o e substitui-o pelo “Fado das Trincheiras” do Miúdo da Bica e sai do quarto pela porta principal, dirigindo para a sala de jantar entrando agora pela porta da cozinha. Entretanto a música de Fernando Farinha continua, porque os mortos não mudam os discos. Chegado à sala de jantar, é a história do relógio adiantado que já conhecemos.
No entanto antes da chegada do inspector da polícia, e aproveitando a saida dos familiares em direcção ao quarto do tio, António reacerta o relógio, sem que ninguém se aperceba, tentando baralhar dados e até iria dar os restantes familiares como mentirosos.
Só que o trabalho global, além de mal elaborado, acabou por ser desmascarado pelo empregado da cavalariça, como já apontado. A hora da chegada do pai e a correlação com os tempos musicais, acabaram por incriminá-lo, além de que já havia discutido de véspera com o tio, o que foi testemunhado pelo mesmo empregado da cavalariça.
E pronto, creio ser tudo de momento neste caso bem urdido pelo grande Rip Kirby.
Passo agora ao segundo problema, o de resposta múltipla, intitulado “QUE GRANDE LATA” de autoria de Lateiro.
A revista Super Jovem publicou-se nos anos noventa e alguns dos seguintes, embora nunca me tivesse passado pelos olhos qualquer dessas revistas. Por esse facto, a alínea A está fora de questão como mentira de Frederica.
Não cheguei a comprovar qualquer referência aos cromos bocas Ecológicas, mas acredito que os haveria, não sendo também uma mentira da miúda.
Quanto à alínea D não me parece também mentira pois até nem se especifica que dia 27 de Maio.
Parece-me que a mentira consiste em ela ter dito que se sentou à sombra do Oceanário, naquela tarde, a ler a revista em frente do Tejo. Tal seria impossível já que em frente ao Tejo não há local onde pudesse estar, a menos que boiasse nas águas do rio.
Logo, a alínea certa será a C- não podia sentar-se à sombra do Oceanário para ler a revista.
Dr GISMONDO
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