sábado, 7 de julho de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA - 7



[ATENÇÃO QUE APENAS PODERÃO RECEBER OS TEXTOS DIARIA E GRATUITAMENTE NO VOSSO MAIL, SE OS SOLICITAREM AO AUTOR PARA jarturmamede@aeiou.pt]
E MUITA ATENÇÃO AO TRABALHO DO CONFRADE JARTUR NO AHPPP (ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA)
Não tem curiosidade em saber mais?... Quer saber mais? Então pergunte-lhe TUDO! (jarturmamede@aeiou.pt) PERGUNTE JÁ!

BOM DIA AMIGOS, BOM DIA "SETE"!:
NO ENVIO DO # 7, APROVEITAMOS PARA RECORDAR 
O NOSSO SAUDOSO "SETE", QUE TANTO TRABALHOU
PARA O DESENVOLVIMENTO DO «POLICIÁRIO PORTUGUÊS».
ABRAÇOS PARA TODOS, DO JARTUR

Problema # 0007
O INSPECTOR FIDALGO PROCURA O CRIME
Original de: Luís Pessoa
                                                                                                               Publicado na secção POLICIÁRIO em: 7.Julho.1992
               
O Lobão é um mentiroso de todo o tamanho e ninguém lhe dá ouvidos, excepção feita ao inspector Fidalgo. Com alguma paciência, lá vai ouvindo as histórias do Lobão e, a pouco e pouco, desmonta-as, acabando por lhe demonstrar que é mentiroso. Enfim, o inspector chama a cada sessão o seu exercício dedutivo.

Naquele dia, como era mais ou menos habitual, o Lobão entra pela sala, gritando e gesticulando como se tivesse visto o diabo. Todos fugiram na sua frente e apenas o inspector o aguardou, serenamente.
- O que temos hoje?
- Inspector, hoje é certo! Assisti a um crime e venho participá-lo…
- Muito bem, vamos a isso!
- Hoje de manhã, entrei no comboio para Lisboa e, como sempre, sentei-me no último banco, virado para a frente, do lado esquerdo e lá me aninhei para a minha soneca, com a cabeça encostada ao vidro… Sabe que há obras na linha e, por isso, os comboios param muitas vezes no seu percurso. Foi o que aconteceu hoje. Estava a dormitar numa dessas paragens forçadas, num descampado desgraçado, quando um outro comboio, que ia para lá, parou mesmo ao lado do nosso. Meio a dormir, meio acordado, olhei para o outro comboio e vi um crime!
- Que crime?
- Ora, um gajo a matar uma gaja, dentro de um compartimento, ali mesmo ao pé de mim, só com duas janelas pelo meio…
- E como foi?
- O gajo pegou numa faca, grande como tudo, e espetou a mulher toda… Uma desgraça.
- E tu, o que fizeste?
- Eu? Nada! Encolhi-me todo para o gajo não me ver, não fosse vir procurar-me se pensasse que eu vi o crime dele.
- Onde foi isso? Nalgum desvio?
- Não, não, como andam em obras, os comboios abrandam quando se cruzam e, muitas vezes param, como desta vez.
- Sabes que ainda não temos nenhuma queixa, ninguém deve ter encontrado corpo nenhum…
- Isso não sei, mas que vi, vi!

O inspector olhou o tecto… Como havia de desmontar esta mentira? Ou teria falado verdade? Antes de investigar o que quer que fosse, era melhor pensar um bocado, que o Lobão era muito falso…
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A – O Lobão mentiu porque não podia ver o outro comboio parado, olhando pela janela do seu lado.

B – O Lobão mentiu porque se fosse verdade, àquela hora já toda a gente sabia.

C – O Lobão mentiu porque, àquela hora, as cortinas estão corridas e ele não podia ver nada no comboio ao lado.

D – O Lobão disse a verdade, ou pelo menos contou uma história perfeita, que o inspector Fidalgo não consegue desmontar.

Amigo leitor, imagine-se num comboio, procure a situação, reproduza-a, introduza-se na personagem e depois, só depois, escolha a resposta que lhe parece apropriada.        
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Solução do autor:                                                        Publicado na secção POLICIÁRIO em: 11.Julho.1992

A – O Lobão mentiu porque não podia ver o outro comboio parado, olhando pela janela do seu lado.

Em Portugal os comboios circulam à esquerda; portanto, se o Lobão se sentou do lado esquerdo, junto à janela, não poderia ver nada olhando pela janela daquele lado, uma vez que o comboio em sentido contrário circulava do lado direito.





                                                                                                                 

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