domingo, 1 de julho de 2012

JARTURICE OU... JARTURADA - 1


{Proposta do confrade JARTUR em homenagem ao 20.º Aniversário da secção POLICIÁRIO no jornal PÚBLICO. Uma ideia excelente, que vai permitir aos confrades mais novos tomarem contacto com os desafios que foram publicados nos primórdios da secção. Ao confrade Jartur, os nossos agradecimentos pela ideia e pelo trabalho no âmbito do AHPPP.  ATENÇÃO QUE APENAS PODERÃO RECEBER OS TEXTOS DIARIA E GRATUITAMENTE, SE OS SOLICITAREM AO AUTOR PARA jarturmamede@aeiou.pt A não perder. luis pessoa}

ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA
JARTURICE – POLICIÁRIO #0001

AOS ADMIRADORES E PRATICANTES
DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA… e não só!


Tenho vindo a lançar, de quando em vez, algumas “Jarturices” ou “Jarturadas”, que não são mais do que tentativas de difundir, experimentalmente, algum material ou informações sobre a actividade do AHPPP, que já conta com milhares de páginas, que um dia serão preservadas, para a posteridade, num MUSEU que se digne chamar a si esse espólio.

E agora, vamos ensaiar um novo processo.

Como sabem, festeja-se hoje, o 20.º aniversário da secção POLICIÁRIO, que semanalmente aparece no jornal PÚBLICO.
Nesta efeméride, o “AHPPP”, associa-se à festa, e vai enviar, para já, felicitando o INSPECTOR FIDALGO, cada um dos problemas publicados nos dois primeiros meses da secção, no seu lançamento, na fase em que se inseria no suplemento “FÉRIAS”.

Este primeiro e o segundo número, que será expedido amanhã, serão enviados a todos os amigos “sherlocks”, dos quais disponho do respectivo endereço informático.

A partir do problema 0003, para não molestar os desinteressados, apenas despacharei o expediente para os amigos que entretanto me acusem a recepção destes, e declarem o interesse em receber os que se irão seguir, sempre vinte anos depois da publicação original.

É evidente que este serviço é inteiramente voluntário e franco, e nele se podem inscrever novos aderentes, dentre os inúmeros utentes da secção do Luís Pessoa.
Para todos, saudações cordiais do

                                    Jartur
                        (João Artur Mamede)
                                          01.07.2012

ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA

Problema # 0001                        Publicado na secção POLICIÁRIO em: 1.Julho.1992
MORTE EM LISBOA
Original de: Luís Pessoa
                                              
O sol estava radioso e penetrava por entre o casario, fazendo assomar às janelas rostos alegres. Por uma dessas janelas saiu um grito estridente que atraiu imediatamente uma série de pessoas em busca de um espectáculo esperado. Sangue! Com a chegada da polícia, ainda mais se agitou o público, discutindo e fazendo conjecturas sobre o sucedido.
O inspector Fidalgo entrou no quarto atafulhado de roupas, móveis, numa desarrumação incrível, e olhou a vítima, uma jovem loira, bonita, de uns olhos azuis intensos mas imóveis.
Depois de algumas fotografias, foram-lhe apresentados três suspeitos, homens com quem a moça privara nos últimos tempos.
Interrogados, fizeram as declarações que se seguem.
Inácio: “Não vira nada. Vinha buscá-la às 18 horas, como tinha sido combinado. Quando ia a subir as escadas, ouvi um grito, corri pelas escadas acima, mas quando lá cheguei não vi ninguém e ela estava morta. Não toquei em nada, claro!”
 Afonso: “Estive com ela até às 17 horas, mais ou menos. Trouxe-a a casa e não me apercebi de nada de extraordinário. O que sei é que a deixei viva e de boa saúde. Fui-me embora e não sei de mais nada.”
Américo: “Já não a via há meses. Vinha hoje visitá-la e, de certa forma, fazer as pazes com ela. Não sei de nada e, se quer que lhe diga, acho muito estranho que a matassem com uma faca daquele tamanho. Estou chocado, espero que compreenda…”
A morta ia ser transportada do compartimento ao lado para a morgue. Aquela casa fatídica, com apenas uma porta de acesso, uma janela e dois compartimentos, fora abalada pela morte da sua única ocupante.
Já na rua, Américo pediu para ver a moça pela última vez, porque já não a via há vários meses, e a cena foi comovente.
Mais tarde, na Judiciária, o inspector Fidalgo examinava os resultados da autópsia, olhando nostalgicamente as fotografias onde aparece um corpo bonito, cara arredondada e olhos azuis fitando o tecto.
O resultado da autópsia indicava que a morte ocorrera por via de uma incisão nas costas provocada por uma faca de cabo preto, que atingiu o coração.
O inspector Fidalgo já sabia quem era o culpado…
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A – O culpado foi Inácio, porque já tinha subido as escadas e ninguém o acompanhou ao entrar no quarto.
B – O culpado foi o Afonso que a foi levar a casa e a matou quando soube que o Inácio a vinha buscar, por ciúmes.
C – O culpado é o Américo, porque apareceu sem avisar e viu a moça a despedir-se do Afonso e à espera do Inácio.
D – O culpado é o Américo, porque não podia saber como a jovem tinha sido morta.

Amigo leitor, analise bem o problema, leia com toda a atenção, escolha a solução que lhe parece correcta…
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Solução do autor:                                                  Publicada na secção POLICIÁRIO em: 11.Julho.1992

D – O culpado é o Américo, porque não podia saber como a jovem tinha sido morta.
Naturalmente que se o Américo não via a moça há muito tempo, como afirmou e ela estava de costas para o chão, como se revela, ele não poderia saber como fora morta, a menos que… 

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