UM DESAFIO PARA AS FÉRIAS DOS NOSSOS "DETECTIVES"
Com muitos dos nossos
leitores a gozarem os últimos dias de férias e com outros a prepararem ao
pormenor as que se vão seguir, o Policiário resolve lançar um desafio para ser
resolvido sem necessidade de buscas ou estudos aprofundados. Para os primeiros,
é um teste às células cinzentas torradas pelo sol e temperadas pela água
salgada do mar ou doce do rio ou da piscina; para os segundos, é uma preparação
para o tempo de lazer que se vai seguir.
De qualquer maneira, com
férias ou sem elas, um desafio policiário é sempre bem-vindo, estamos certos e
bem relaxante.
Vamos saber notícias de um
namoro atribulado…
NAMORO
ATRIBULADO
Autor:
Inspector Fidalgo
O João chegou à escola naquela segunda-feira, em grande
alvoroço. Não conseguia entender o motivo que levara um dos seus amigos a
fazer-lhe aquela desfeita!
Em poucas palavras, conta-se a história: o João andava
apaixonado pela Teresa, mas a sua timidez impedia-o de fazer uma abordagem
directa, até que, depois de muito andar às voltas, acabou por se apetrechar com
a dose indispensável de coragem e esperou por ela à porta da sua casa, logo
pela manhã, à hora de ir para as aulas e acabou pedindo-lhe namoro. Qual não
foi o seu espanto ao ouvir da boca dela que já sabia, porque um dos amigos do
João a tinha alertado, na véspera, no café, dizendo-lhe que ele era muito
tímido mas que gostava dela.
O João convocou os seus amigos, determinado a saber qual
deles se tinha metido onde não era chamado:
– Senti-me muito envergonhado pela figura que um de vocês
me obrigou a fazer perante a Teresa e quero saber qual de vocês provocou isto
tudo. Portanto, Carlos, Tó, Zeca e Nico, toca a dizer o que fizeram ontem…
E ouviu um de cada vez e em privado.
O Carlos justificou-se, dizendo que estivera a estudar na
véspera e não tivera tempo para mais nada. Os exames estavam à porta e ele
tinha andado a cabular uma grande parte do ano e não podia continuar assim, ou
acabava com um valente chumbo! Nem sequer saíra de casa e muito menos fora ao
café.
O Tó foi dizendo que não sabia de nada do que se passara,
aproveitara a véspera para ir até à praia porque tinha sido o primeiro dia do
ano capaz de se fazer praia e bronzear um bocado. As ondas estavam boas e deu
mesmo algumas mergulhaças, passando lá todo o dia. Não esteve com a Teresa, nem
a viu sequer.
O Zeca disse que andou por aí, que até estava no café e
viu a Teresa entrar, com umas amigas, mas não lhe falou sequer. Depois foi à
casa de banho e quando regressou ia a Teresa a sair e ele ainda lá ficou.
Pensou ir até à praia, mas acabou por se ficar pelo café, foi ao cinema ver uma
comédia, onde encontrou o Nico e depois foram para casa dele jogar no
computador.
O Nico revelou que tivera um dia muito aborrecido, sem
nada para fazer. Só à tardinha é que encontrou o Zeca no cinema e foram jogar
para sua casa. Não viu a Teresa durante todo o dia.
O João juntou os amigos e olhou cada um deles nos olhos.
Notou que o Carlos estava divertidíssimo, fazendo das tripas coração para não
desatar às gargalhadas; que o Tó estava pálido, quase a desmaiar, se calhar com
as mentiras que disse; que o Zeca sorria e ia dizendo que não tinha nada com a
coisa; que o Nico brincava com umas chaves e sorria de gozo.
Foi então que o João disse, alto e bom som:
– A Teresa aceitou! Vamos beber um copo!
E todos mandaram vivas e foram alegremente comemorar…
Mas quem terá avisado a Teresa? O João já sabia, ou não?
1-
Foi o Carlos?
2-
O Tó?
3-
O Zeca?
4-
O Nico?
E como o prometido, é devido, vamos apresentar a solução
do desafio da passada semana, de autoria do nosso homenageado, o confrade
JARTUR, vista por ele próprio.
Jartur é um produtor de grande qualidade, que
infelizmente tem andado um pouco arredado deste nosso espaço, envolvido nas
andanças do Arquivo Histórico da Problemística Policiária Portuguesa, um
empreendimento bem importante e trabalhoso. Daqui lançamos o repto para que nos
brinde com um problema original, se possível, ainda para a competição deste
ano.
Poderá ser?
VAMPIROS DE PRATA
Solução do autor: JARTUR
Os “Vampiros
de Prata”, não tiveram quaisquer culpas na tragédia ocorrida, e só o Cabo Félix
é responsável por aquilo que aconteceu.
Ele mentiu, nas suas declarações, pois se os aparelhos eram
supersónicos, e vinham na velocidade máxima - por conseguinte superior à do som
- o Cabo não poderia ter ouvido o ruído dos jactos a tempo de se atirar para o
solo e avisar o Sargento, pois o som só chegaria depois dos aparelhos.
Além disso, se o avião tivesse tocado no militar, este não cairia quase
verticalmente da alta pedreira, mas seria projectado a grande distância, não se
imobilizando, portanto, junto à base da elevação. Além disso, se as coisas se
tivessem passado assim, o Cabo também teria sofrido consequências.
E,
como é óbvio, seria demasiado arriscado para os pilotos, voarem, ainda que
momentaneamente, a tão curta distância do solo.
Assim,
considere-se que não houve, realmente, culpabilidade da parte dos aviadores.
Em virtude
das mentiras formuladas pelo depoente, o mais provável é ter o Cabo assassinado
o seu superior, após a passagem dos jactos, lançando-o então para o abismo.
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