A propósito da passagem do nosso
XX Aniversário, deixámos aqui a notícia da iniciativa do confrade Jartur, que
fez a recuperação daquilo que foram os primeiros tempos deste nosso espaço e
está a enviar a quem lho solicitar para o seu endereço jarturmamede@aeiou.pt, o exacto teor
dessas secções, no dia da respectiva publicação, mas 20 anos depois!
Esta iniciativa do Jartur não surpreende,
uma vez conhecido o imenso trabalho que tem vindo a desenvolver ao serviço do
Policiário, na recolha e compilação de todos os documentos que se relacionem
com o nosso passatempo, no Arquivo Histórico da Problemística Policiária
Portuguesa (AHPPP), uma realidade já bem presente.
Tratando-se de um confrade com
mais de cinco décadas de Policiário, de que se assumiu divulgador de
excelência, quer na orientação de múltiplos espaços em jornais e revistas de
expressão nacional, quer como decifrador de enigmas, com variados torneios e
prémios conquistados, quer ainda como produtor de excelentes problemas
policiais, torna-se difícil definir os pontos mais altos de uma vida dedicada
ao nosso passatempo.
Talvez por isso mesmo, este nosso
confrade nascido em Aveiro e residente na cidade do Porto, tem marcado sucessivas
gerações de policiaristas, mercê do seu estilo desprovido de qualquer
conflitualidade ou arrogância, apesar de possuir um currículo absolutamente
impressionante.
Após muitas décadas de orientação
de secções e de participação activa nos torneios que proliferavam, respondendo
aos desafios e elaborando intricados problemas, que faziam as delícias dos
“detectives”, Jartur abraçou um projecto notável quando, sem quaisquer meios,
se lançou na recolha de todos os indícios da presença de policiário em Portugal,
para organizar o AHPPP, não perdendo nunca de vista o que se vai fazendo em
termos da problemística policiária, fazendo parte da Tertúlia Policiária do
Norte e sendo o patrocinador do troféu “Lupa de Honra”, com que tem distinguido
os mais ilustres vultos do nosso passatempo.
O Jartur é hoje uma das figuras
maiores e mais respeitadas do nosso “pelotão” policiário, mercê de uma postura
que sempre se manifestou equilibrada e simples. Nunca negou a sua ajuda quando
solicitado para produzir um problema policiário e por isso vamos publicar hoje
um dos seus desafios, que viu a luz do dia no semanário regional “O
Almeirinense”, no dia 15 de Julho de 2007, na secção Mundo dos Passatempos,
superiormente orientada pelos “Três Zés”, o Zé propriamente dito (o de Viseu),
o Zé dos Anzóis (o Inspector Aranha, de Santareém) e o Zé da Vila (o M.
Constantino, de Almeirim).
VAMPIROS DE PRATA
Um problema de JARTUR
“Vampiros de
Prata” era o nome da heróica esquadrilha que se exibia naquelas manobras
militares, efectuadas numa extensa região montanhosa…
Durante a manhã, no decurso dos exercícios, os
aparelhos supersónicos sulcaram o céu em todas as direcções, desenhando, a
velocidades incríveis, as mais arriscadas acrobacias.
Incapazes de dar valor às suas próprias vidas, os
pilotos lamentaram sinceramente a morte do sargento Barradas, cuja causa foi
atribuída à temeridade dos jovens aviadores.
O corpo caíra da alta pedreira, quase
verticalmente, parcialmente despedaçado, junto à base da elevação de onde se
despenhara.
Como é costume fazer-se nestes casos, foi aberto um
inquérito para tentar apurar as causas do sucedido. Com os depoimentos das
testemunhas oculares, elaborou-se o respectivo processo, de modo a encontrar-se
a quem (ou a que) atribuir as responsabilidades do acidente.
O cabo Félix, única pessoa que no momento do desastre se
encontrava próximo do sargento Barradas, afirmara aos inquiridores:
– Nós estávamos a planear o itinerário para o exercício
da tarde, quando ouvi o ruído dos jactos. Voltei-me imediatamente e, ao
aperceber-me de que eles vinham na nossa direcção, no máximo da velocidade e a
pequena altura, atirei-me ao solo, gritando ao sargento que fizesse o mesmo.
Ele, porém, não deve ter ouvido a minha advertência e… foi projectado no abismo...
Por sua vez, o major J. Ramos, comandante da esquadrilha,
declarara:
– Efectivamente, nós picámos várias vezes, na velocidade
máxima, sobre o sítio da pedreira, mas retomávamos altura sempre no momento
conveniente, de modo a não fazer perigar a nossa própria vida ou a de qualquer
pessoa que se encontrasse no solo. É muito estranho, pois, que o militar possa
ter sido projectado pelo sopro de algum dos nossos aparelhos…
Quinze dias depois, em Tribunal Militar, foi o caso dado
por encerrado, tendo-se concluído que…
Pois é, o confrade Jartur interrompeu a sua narrativa
neste ponto e lançou o desafio a todos os leitores. É também o que vamos fazer,
neste tempo de férias para alguns confrades e prenúncio das mesmas para outros,
convidando todos os nossos leitores a desafiarem-se a si próprios e darem uma
solução a este problema.
Na próxima semana, aqui teremos o confrade Jartur a dar a
solução…
1 comentário:
Justíssima homenagem a uma das figuras maiores do nosso passatempo!
Parabéns
Zé
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