Bom dia, Amigos:
Mais um degrau, na história da problemística policiária publicada em Portugal.
Reparem, que o problema que hoje vos envio, foi publicado no «Diário Popular»,
precisamente neste dia... mas há 60 anos atrás. Pura coincidência. Isto não estava
previsto nem programado.
Programados, prometidos e cumpridos, estão sempre os habituais abraços do
Jartur
PROBLEMAS POLICIAIS – 59 - #056
(Diário Popular # 4451 – 26.02.1955)
- Quase toda a
gente aprecia uma parada – disse Fordney para os seus alunos, na Universidade –
e eu não sou excepção à regra. Nada há tão colorido como a parada militar que
comemora o aniversário de Sua Majestade Britânica. Há anos, antes da guerra,
tive a sorte de contemplar esse soberbo espectáculo, quando estava de visita a
Shepart, da Scotland Yard.
Conseguimos
um lugar mesmo junto à tribuna da Família Real. Eu estava fascinado com o
desfile das tropas. O meu velho amigo coronel Lawton, à frente das «Coldstream
Guards», era o perfeito exemplo do soldado britânico ao passar, segurando com a
sua forte mão direita as rédeas do cavalo negro, nervoso e ágil. Quando chegou
em frente da tribuna, o Rei Jorge teve um sorriso de aprovação e, no mesmo
instante, a Rainha, voltando ligeiramente a cabeça, reconheceu-me e sorriu. «É
caso para se sentir orgulhoso – sussurrou-me Shepart. – Foi há dois anos que
você conheceu Sua Majestade, não foi?».
Fiz
um gesto de assentimento e assegurei-lhe que, se não fosse a sua presença a meu
lado, Sua Majestade provavelmente não me teria reconhecido. Quando eu tivera a
honra de lhe ser apresentado, Shepart acabava de executar uma tarefa delicada
para Sua Majestade. Ao deixarmos a tribuna, terminada a parada, um funcionário
dirigiu-se a mim, dizendo: «Professor Fordney, Sua Majestade gostaria…».
-
É evidente, professor, que o senhor causou forte impressão à Rainha – interrompeu
um dos alunos. Jim Barry, com um sorriso. – Mas acho que está de novo a pôr à
prova o nosso espírito de observação.
Fordney
soltou uma risada.
-
Você está a fazer progressos, meu rapaz. Vamos, diga lá diante de todos qual
foi o erro grosseiro que eu introduzi na minha narração…
Depressa, leitor, diga lá qual foi o erro! Então? Não sabe?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
* *
*
Solução do problema
# 055
(Diário
Popular # 4445 – 19.02.1955)
O cheque passado pelo
proprietário do carro, em nome de Cedric Agar, indica que o dito proprietário
era Leonard Ball ou Alfred Huntley. Como sabemos pela alínea 4) que Leonard
Ball não era o dono do carro, este teria que ser Alfred Huntley.
Pelas alíneas 1) e 2) sabemos
que o sobrevivente e Ball eram casados, enquanto as alíneas 3) e 4) indicam que
o proprietário do carro era solteiro.
Por conseguinte, Alfred
Huntley (o solteiro) não era o sobrevivente e, como Leonard Ball não podia ser
o sobrevivente, como se prova na alínea 4), este só poderia ser Cedric Agar.
Jarturice-056
(Divulgada em 26.Fevereiro.2015)
DIVULGAÇÃO E APRESENTAÇÃO
DE_ MR. AHPPP: JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt