quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

JARTURICE 034

        
                                       PROBLEMAS POLICIAIS – 37 - # 034
                                          (Diário Popular # 4232 – 17.07.1954)

    
               Duas detonações ecoaram pela sala. Os oito convidados abandonaram as mesas de «bridge» e correram para a biblioteca.
         A senhora Sybil Morton soltou um grito e desmaiou ao ver a filha, Alyne, estendida no chão. O sangue que escorria da fronte da jovem manchava-lhe o vestido branco. Ajoelhando junto de Alyne, o dr. Karl Orman contemplou a ferida fatal e apertou contra si o corpo inerte da rapariga. O seu corpo forte era sacudido pelos soluços.
Pendente da janela, com a cabeça e os braços do lado de fora, via-se o corpo inanimado de um homem mal vestido.
         - Quando entrávamos na biblioteca – explicou o dr. Orman ao professor Fordney - Alyne gritou. Antes que eu tivesse compreendido o que se passava, o gatuno tinha-me atirado ao chão, alvejado Alyne a tiro e procurava fugir pela janela. Ainda estonteado, consegui voltar-me de lado, puxar da pistola e atirar sobre ele.
         - E não errou o alvo – comentou Fordney. – A bala penetrou nas costas do gatuno, algumas polegadas acima do coração, e foi alojar-se nesse órgão. A morte foi praticamente instantânea. Esteve no Exército, doutor?
         - Estive. O meu noivado com Alyne começou em Londres. Ela pertencia ao Corpo Auxiliar Feminino do Exército.
         - Mas parece-me que o motivo determinante da vossa vinda à biblioteca foi o facto de Alyne lhe querer devolver o anel de noivado que guardava no cofre – observou o professor.
         - Oh, isso foi um impulso momentâneo. Era já a terceira vez que ela o fazia. Pergunte aos nossos amigos. Todos sabem disso.
         - Costuma andar armado?
         - Sim, frequentemente. O meu trabalho nos bairros pobres leva-me, por vezes, a lugares bem sinistros.
         - Pois bem: em breve estará a dar consulta aos presos de Sing-Sing. Por algum tempo, apenas, está claro. É só enquanto não chega o dia de se sentar na cadeira eléctrica.

         Por que suspeitou Fordney do dr. Ortman?   
 
 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 033
(Diário Popular # 4225 – 10.07.1954)

Como as únicas impressões digitais encontradas na faca de caça de Thompson, eram as de Orville Hodge, a inocência deste estava provada. Era evidente que o assassino limpara o cabo da faca, após tê-la enterrado no coração de Thompson, e antes que Hodge lhe tivesse mexido. Se Thompson se tivesse suicidado, teria deixado as suas impressões digitais no cabo da faca. Não era de crer que fosse Hodge o assassino, pois não fazia sentido que tivesse limpo o cabo da arma e depois se comprometesse, deixando nele as suas impressões digitais. Fordney compreendeu, portanto, que, como os três homens se encontravam isolados naquela zona, fora Jim Alnay que assassinara Thompson, limpando, em seguida, o cabo da faca. Ao ver Hodge mexer nela, não pudera esconder uma exclamação de prematura alegria.

                                                                                  
 Jarturice-034 (Divulgada em 04.Fevereiro.2015)







APRESENTAÇÃO E
DIVULGAÇÃO DE
MR. AHPPP : JARTUR

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