domingo, 1 de fevereiro de 2015

JARTURICE 031

  
                                         PROBLEMAS POLICIAIS – 34 - # 031

                                         (Diário Popular # 4211 – 26.06.1954)
        
  
       O sargento Cargo apanhou a garrafa do chão, no estúdio de Homer Hudera, tirou a rolha, cheirou o conteúdo e entregou-a a Fordney.
         O professor pegou-lhe distraidamente, continuando a observar a posição do cadáver de Eve Yardley, a linda modelo, que jazia no chão. Os lábios da rapariga estavam ligeiramente entreabertos. Eve parecia vestida como se acabasse de chegar da rua e ficara deitada de lado, com o joelho direito dobrado quase até ao queixo e a mão direita fechada, apenas com o indicador estendido. Junto dela, estava a malinha de mão, contendo a habitual miscelânea… Faltava, contudo, o «baton», apesar dos lábios da rapariga estarem pintados.
         Fordney cheirou a garrafa e reconheceu o cheiro característico de um dos mais poderosos venenos conhecidos, de acção rapidíssima.
         - Teve morte instantânea. – declarou ele, continuando a fazer o inventário da malinha de mão. – Como foi isto, Hudera?
         O jovem artista, de belo perfil, mas com um arzinho cínico, tirou o cigarro da boca:
         - Dei uma festa, esta tarde, no estúdio. Eve não tinha sido convidada, mas isso não a impediu de vir. Ela costumava posar para mim, mas eu já estava farto dos seus ataques histéricos. Os outros convidados saíram às oito horas. Eve recusou-se a partir. Fez-me a pergunta habitual e eu respondi-lhe, sem rodeios, que não casaria com ela. De súbito, tirou essa garrafa da malinha, e bebeu o conteúdo antes que eu pudesse detê-la. Caiu no chão, como que fulminada. Eu…
         O senhor mexeu na malinha de mão?
         - Não, não mexi em coisa alguma…
         Era evidente que ela estava morta.
         O professor fechou a malinha com um estalido e fez um gesto rápido na direcção de Cargo, ordenando-lhe:
         - Meta este assassino descarado no lugar que lhe compete: na cadeia.

         Qual foi o indício que levou o professor a tomar esta decisão? 

 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

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Solução do problema # 030
(Diário Popular # 4204 – 19.06.1954)

A história era, evidentemente, mentirosa. Em tais condições, a tinta contida na caneta de tinta permanente teria congelado. Logo, o testamento não podia ter sido escrito.

 Jarturice-031 (Divulgada em 01.Fevereiro.2015)








APRESENTA E DIVULGA:

MR. AHPPP: JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt

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