(Diário Popular # 4479 – 26.03.1955)
- Eu não sou
médico, Tom Naby, mas posso dizer-lhe que você sofreu comoção cerebral e talvez
mesmo uma pequena fractura do crânio. Seja como for, você precisa de ser
observado e tratado cuidadosamente, o que não é possível aqui, em Loorestown. Tenho
estado a pensar numa coisa. O comboio rápido parte dentro de duas horas e nunca
leva mais de duas ou três pessoas. Você pode aguentar-se até lá. Se o meu plano
resultar, você será internado num belo hospital, será tratado inteiramente de
graça e ainda conseguirá uma boa indemnização que, como bons amigos, repartiremos
entre ambos. Vamos lá a combinar a coisa!
*
O
professor Fordney foi quase arremessado do seu lugar no momento em que o
comboio fez uma travagem rápida quando ia a ganhar velocidade. Que grande
esticão! Instintivamente, olhou para trás para ver se o seu único companheiro
de viagem, que ocupava um lugar atrás do seu, sofrera alguma coisa com a brusca
travagem. Assim era, infelizmente. O passageiro estava estendido, no meio da
carruagem, de costas e inanimado.
-
Está muito ferido? – perguntou o condutor, momentos depois.
-
Não sei bem – respondeu Fordney. – No entanto, precisa de ser internado o mais
urgentemente possível. Que aconteceu?
-
Foi um touro que se atravessou no meio da linha. Já é costume! Ao anoitecer
acontecem sempre destas! É o nosso terceiro acidente no espaço de dois meses. A
companhia tem de mandar vedar a linha. Entretanto, nem Deus os salva de pagarem
uma boa indemnização a este pobre homem!
-
Ah! Isso de maneira nenhuma! – exclamou Fordney. – Se ele tiver um pouco de bom
senso não ousará fazer reclamação alguma. Ele caiu porque quis. É evidente!
Como chegou Fordney a tal conclusão?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
* * *
Solução do problema
# 059
(Diário
Popular # 4472 – 19.03.1955)
O caso era, evidentemente, de
suicídio. A porta, embora calafetada pela parte de dentro, estava fechada à
chave por fora. As janelas, também calafetadas, estavam igualmente fechadas.
Por conseguinte, era evidente que ninguém saíra daquela sala. Duval, que odiava
Olson, fechara a porta do lado de fora, contornara a casa e entrara pela janela
que calafetou depois, bem como a porta. Em seguida, escreveu o bilhete acusando
Olson e suicidou-se.
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: MR. AHPPP: JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt
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