(Diário Popular #
4486 – 02.04.1955)
O quarto estava
desarrumado pela luta. Com uma bala na cabeça, o famoso índio Haroun Bey jazia
estendido no chão. Ao pé dele, tinha caído um vulgar casaco de «sport», o do
assassino. Na mão direita do cadáver, estava um botão que Bey lhe arrancara
enquanto lutava com ele pela posse da arma. Ao arrancar o botão, ficara um
rasgão no lado esquerdo do casaco. Depois de matar o índio, o assassino
começara a passar uma busca no quarto, mas fora interrompido, talvez
surpreendido, e fugira apressadamente. Tais foram as deduções do professor
Fordney quando chegou ao local.
Teria
o assassino encontrado aquilo que procurava? Se assim fora, o que seria?
*
Três
pessoas tinham ido, nessa tarde, ao hotel em que estava Bey para falar ao
conhecido e rico índio americano.
Às
19 e 30, visitara-o uma senhora, Ida Petrinelli. Fordney soube que Bey revelara
ao marido dela (a troco de elevada quantia) um segredo que ela pedira que
guardasse cuidadosamente.
Às 20 e 45, fora
ao hotel o advogado James Ross, que estava indicado para um alto cargo. Dias
antes, porém, o índio ameaçara-o de tornar público um incidente que lhe
arruinaria a carreira.
Às 21 e 10, John
Hogan visitara-o também. Por conselho de Bey, tinha empregado todo o seu
dinheiro num negócio duvidoso – e perdera tudo. Pobre, abatido, doente, Hogan
jurara vingança.
O Professor
Fordney estabeleceu, sem possibilidade de engano, que o índio ainda estava vivo
às 19 e 30. Só havia, portanto, três suspeitos, mas todos eles se recusaram a
falar e todos negaram qualquer conhecimento do crime.
Depois de muito
pensar, Fordney mandou prender um dos suspeitos para averiguações.
De
quem suspeitou Fordney?
E
porquê?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
Solução do problema
# 060
(Diário
Popular # 4479 – 26.03.1955)
Fordney concluiu que o homem
não fora projectado, mas que se atirara para o chão voluntariamente, pelo facto
de ele ter ficado deitado se costas. Ora, quando um comboio para de repente, no
meio da marcha, os passageiros são empurrados para a frente e caem de bruços,
naturalmente.
Tom pagou a conta do hospital
– e o seu esperto amigo perdeu um toiro.
Jarturice-061
(Divulgada em 03.Março.2015)
DE: MR. AHPPP - JARTUR
jarturmamede@aeiou.pt
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