(Diário Popular # 4891 – 19.05.1956)
Burke bateu na areia com a enxada.
«Pronto!» - exclamou ele. – «Não se fala mais nisso. Aquele Dyer há tempos que
andava a pedir isto».
«Pois sim» - concordou Clara Miller -
«mas não te esqueças de que eu te vi cometer o crime».
*
O sargento Reynolds tirou
cuidadosamente o revólver da cova, sacudiu-lhe a areia, voltou à esquadra e
colocou-o sobre a secretária do capitão Wiley. O professor Fordney acendera um
charuto e examinava a arma.
«O Burke vai parar à cadeira eléctrica
se esta arma for a que disparou a bala que encontrámos no corpo de Dyer.» -
disse o capitão.
«Foi, com certeza.» - assegurou Clara
Miller.
«E você também fica em maus lençóis,
Clara.»
«Por quê? Ele disse-me que matara Dyer,
contou-me o sítio onde enterrara o revólver na praia e eu resolvi
denunciá-lo»...
«Mas por que o fez só quatro meses
depois do crime?»
«Porque ele tem andado a enganar-me. E
só o descobri agora. Não gosto que me enganem».
Fordney estendera a mão, sacudira uns
grãos de areia do cano brilhante do revólver e abrira-o. Havia quatro balas na
câmara. Dyer só apanhara um tiro.
«E você te álibi?» - perguntou o
professor.
«Tenho. Estava com Jimmy O’Leary».
«O Burke deu-lhe um mapa ou disse-lhe só
o sítio onde enterrara a arma?»
«Só me disse o sítio».
«É melhor prendê-la também, capitão. –
aconselhou Fordney. – Não sei qual é o jogo dela, mas o que sei é que está a
mentir».
Por que desconfiou dela o professor?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
*
* * *
*
Solução do
problema # 108
(Diário
Popular # 4884 – 12.05.1956)
A única explicação é muito
simples: sendo a janela de guilhotina, o tiro atravessou-a quando o caixilho
superior estava baixado ou o inferior levantado. Depois do tiro, alguém fechara
a janela, deixando os dois buracos de coincidir.
Jarturice-109
(Divulgada em 20.Abril.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário