domingo, 5 de abril de 2015

POLICIÁRIO 1235



“MÚSICA DE ÁGUA FURTADA”

PARA COMEÇAR ABRIL

Chegados ao mês de Abril, temos o regresso às competições com a publicação do desafio que integra a prova n.º 3, de autoria de uma das duplas de “detectives” mais activas do nosso passatempo: A. Raposo & Lena.

Quem se der ao trabalho de fazer uma busca pelo passado do Policiário, encontrará o nome de A. Raposo sempre associado a todos os movimentos que nos fizeram progredir e às secções policiárias mais importantes, quer como decifrador de bons recursos, quer como produtor de enigmas, onde consegue colocar sempre uma nota de bom humor na escrita escorreita. A partir de certa altura, A. Raposo acrescenta a sua “cara-metade” ao nome, passando a traduzir uma realidade que de todos era já conhecida, a de que sempre funcionaram como uma dupla perfeita!

A. Raposo & Lena desafiam-nos uma vez mais, colocando o inevitável e incontornável Tempicos numas águas furtadas bem no coração de Lisboa, com vista para o rio, mas nunca apenas a “ver navios”!


CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2015

PROVA N.º 3 – PARTE I
“TEMPICOS E A MÚSICA DE ÁGUA FURTADA” – Original de
A. RAPOSO & LENA

Se quiserem saber onde actualmente mora Tempicos, tomem nota: Rua do Norte, Bairro Alto, Lisboa, numas águas furtadas, com vista para o rio. Uma casa às vossas ordens.


É para lá que leva de quando em vez, as suas amigas do peito, para lhes servir uma amarguinha ou se preferirem observarem, da janela, o movimento dos navios.

Para embalar o tempo ouve-se uma misteriosa música de fundo de um infindável disco de jazz. Música de água furtada. Afirma Tempicos. Musica que usa para criar um clima romântico susceptível de derrubar corações indecisos. Tempicos continua um indesmentível pinga-amor.

Nos dias de verão o sol entra pela janela e aquece o quarto, iluminando a velha colcha de patchwork na cama de ferro.
A suster a parede de fundo um velho psiché - fin de siècle - o qual tem em cima uma estranha moldura dourada, composta por um pano bordado a ponto cruz com umas letras sem nexo. Um enigma que nenhuma senhora, até hoje, das que lá tem ido a casa, decifrou. Nem mesmo a arguta dona da pensão Kumbala, uma velha amiga e personagem de outras histórias, a Fatinha.

São umas misteriosas15 letras: RAECMOMSIEIOOPT.

A malta da Judiciaria tinha-lhe oferecido o quadro quando se reformou. Um enigma. Ele achou piada.

Aos pés da cama uma estante com a colecção completa dos policiais Vampiro, para as noites de insónias. Encimando a estante um óleo de Egon Schiele, um dos seus pintores preferidos. Comprara-o em Paris. Uma pechincha, num antiquário falido, em Montmartre, no meio de outras velharias. A tela era uma obra, datada (1913) e assinada, conhecida como “declined female nude with legs spread apart”.

Não seria de admirar se lhe oferecessem um milhão de euros, se a pusesse à venda. Comprara-a por 100 ou 200 francos, quando da sua passagem última pela cidade luz.

Tempicos vive sozinho – é solteiro e bom rapaz - mas acontece que anda sempre bem acompanhado. Ao seu lado na cama, está a sua mais recente amiga. Conheceu-a debaixo de um toldo na praia da Rocha, este verão e acabou vindo com ela no seu velho “studebaker” descapotável, dos anos 50. Um carro antigo, recuperado e muito bem tratado. Amarelo gema de ovo. Lindo de morrer. Ela veio todo o caminho de cabelos louros ao vento. De nome indizível – rapariga do leste - mas que traduzido será Carla Vanessa.
Um nome que lhe fazia lembrar outros Carnavais.
A pequena era estudante Erasmus, na área das “ letras”. Tudo a ver com Tempicos. Interesse pelos clássicos e pelos copos. Fifty-fifty.

Na mesa-de-cabeceira um cartucho com pastéis de Belém. Os originais. Sempre dão jeito quando a noite é longa e a fome aperta. Um entretém de boca.

A conversa entre eles era a mais elevada. Discutiam o sexo dos anjos, um tema sempre quente e actual.

E enquanto a conversa se alonga pela noite dentro e a música de fundo os embala, a nossa história se esfuma, apetece perguntar aos amigos leitores:

- Será que Tempicos virá a ser um homem rico se puser o quadro do Schiele à venda na Christie´s?
- Qual a frase enigmática que está bordada a ponto cruz no quadro sobre o psiché?


E pronto.
Agora é a vez de todos os nossos “detectives” se debruçarem sobre este problema que é proposto e elaborarem os seus relatórios, impreterivelmente até ao próximo dia 30 de Abril, podendo escolher um dos seguintes meios para envio:

- Pelos Correios para Luís Pessoa, Estrada Militar, 23, 2125-109 MARINHAIS;
- Por e-mail para um dos endereços:
- Por entrega em mão ao orientador da secção, onde quer que o encontrem.

Boas deduções!



PROVA N.º 2

Decorre ainda o novo prazo para envio das propostas de solução da prova n.º 2, até ao próximo dia 10.
A justificação é simples e deriva da enorme afluência de soluções à prova n.º 1, o que atrasou o processo de selecção das 512 melhores propostas para passarem à eliminatória seguinte da Taça de Portugal e saberem quem defronta quem. Por isso, como o “um contra um” ainda não é conhecido, o prazo da prova n.º 2 foi alargado.
Chamamos a atenção de que após a publicação dos confrontos para a 2.ª eliminatória, todos os “detectives” podem alterar ou aprofundar as soluções já enviadas da prova n.º 2, tendo apenas de mencionar que a solução enviada substitui a anteriormente enviada.
De qualquer das formas, logo que estejam disponíveis os elementos classificativos da prova n.º 1 e, principalmente, os confrontos para a 2.ª eliminatória da Taça de Portugal, serão de imediato publicados no nosso blogue “Crime Público”, que pode ser acedido em http://blogs.publico.pt/policiario.


PROBLEMA MINI

Chamavam-no ORGANAMINO e à beira do rio, parou.
Precisava de atravessar mas era fundo e a barcaça não estava.
Espetada no chão, uma tabuleta rodeada de roupa, indicava: XPTO.
Conseguiu chegar a tempo ao seu destino! Porquê?



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