PROBLEMAS POLICIAIS – 115 - # 112
(Diário Popular #
4912 – 09.06.1956)
«Como vê, senhor Comissário, se
há coisas que, por vezes, nos podem induzir em erro, uma delas é a prova
aparentemente indiscutível!» - dizia o inspector Fauvel ao seu amigo Comissário
Blaise, enquanto conversavam sob o alpendre da casa de campo junto da qual
Philippe Martin acabara de ser encontrado assassinado.
A
vítima havia sido descoberta já sem vida, à porta de casa. Uma bala no coração
havia abatido o pobre homem. A ausência de sangue no solo indicava bem que Martin
não tinha sido morto no local onde agora se encontrava o corpo. De resto, os
cabelos enlameados da vítima eram outra prova concludente – pois já não chovia
há muitos dias.
«Eu
sei onde há água perto daqui – disse o Comissário Blaise. A cerca de 300 metros , encontra-se
um lago cujas margens são pantanosas. Talvez fosse bom irmos lá».
Efectivamente,
numa das margens do lago, os dois homens descobriram pègadas muito nítidas e
provas evidentes de que, no local, se havia travado luta. Mas também ali não
havia quaisquer manchas de sangue; aliás, segundo o inspector Fauvel, essas
manchas teriam desaparecido rapidamente na lama do pântano.
«Comparemos
agora – disse o investigador – as botas de Philippe Martin com as pègadas
deixadas no solo húmido.
Fauvel
pôs-se a trabalhar. E a certa altura, explicou: «As marcas são as mesmas mas
não foram feitas por essas botas».
«Tenho
a impressão de ter outro par de botas, lá em casa – disse então o Comissário. O
inspector ordenou logo a um dos auxiliares: «Traga-me essas botas rapidamente».
Quando
se fez a verificação com elas, o Comissário exclamou:
«Como
vê, meu caro Fauvel, não me enganei. Essas botas correspondem exactamente às
pegadas. Parece, pois, não haver dúvidas de que Philippe foi assassinado aqui».
«Não
estou de acordo consigo, meu caro Comissário» - respondeu o inspector Fauvel».
Martin não foi morto nem lá ao pé de casa, nem aqui».
Que
motivo levou Fauvel a mostrar-se tão seguro nas suas afirmações acerca da morte
do homem?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 111
(Diário
Popular # 4905 – 02.06.1956)
Segundo disse Hubert, só um
metro, pouco mais ou menos, o separava de sua mulher quando ela se afundou num
barco na ribeira e ele lhe estendeu a mão que ela tentou, em vão, agarrar. Ora
o inspector não acreditou que Hubert não se tivesse lembrado, durante o tempo
que durou o drama, de estender, a sua mulher uma das duas canas de pesca que se
encontravam a seus pés e graças à qual ela poderia ter-se salvo. Tudo levava a
crer que ele não tinha lá muita vontade de evitar que ela morresse…
Jarturice-112
(Divulgada em 23.Abril.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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