quinta-feira, 23 de abril de 2015

JARTURICE 112

                                                

                        PROBLEMAS POLICIAIS – 115 - # 112
             (Diário Popular # 4912 – 09.06.1956)
«Como vê, senhor Comissário, se há coisas que, por vezes, nos podem induzir em erro, uma delas é a prova aparentemente indiscutível!» - dizia o inspector Fauvel ao seu amigo Comissário Blaise, enquanto conversavam sob o alpendre da casa de campo junto da qual Philippe Martin acabara de ser encontrado assassinado.
A vítima havia sido descoberta já sem vida, à porta de casa. Uma bala no coração havia abatido o pobre homem. A ausência de sangue no solo indicava bem que Martin não tinha sido morto no local onde agora se encontrava o corpo. De resto, os cabelos enlameados da vítima eram outra prova concludente – pois já não chovia há muitos dias.
«Eu sei onde há água perto daqui – disse o Comissário Blaise. A cerca de 300 metros, encontra-se um lago cujas margens são pantanosas. Talvez fosse bom irmos lá».

Efectivamente, numa das margens do lago, os dois homens descobriram pègadas muito nítidas e provas evidentes de que, no local, se havia travado luta. Mas também ali não havia quaisquer manchas de sangue; aliás, segundo o inspector Fauvel, essas manchas teriam desaparecido rapidamente na lama do pântano.
«Comparemos agora – disse o investigador – as botas de Philippe Martin com as pègadas deixadas no solo húmido.
Fauvel pôs-se a trabalhar. E a certa altura, explicou: «As marcas são as mesmas mas não foram feitas por essas botas».
«Tenho a impressão de ter outro par de botas, lá em casa – disse então o Comissário. O inspector ordenou logo a um dos auxiliares: «Traga-me essas botas rapidamente».
Quando se fez a verificação com elas, o Comissário exclamou:
«Como vê, meu caro Fauvel, não me enganei. Essas botas correspondem exactamente às pegadas. Parece, pois, não haver dúvidas de que Philippe foi assassinado aqui».
«Não estou de acordo consigo, meu caro Comissário» - respondeu o inspector Fauvel». Martin não foi morto nem lá ao pé de casa, nem aqui».

Que motivo levou Fauvel a mostrar-se tão seguro nas suas afirmações acerca da morte do homem?

        (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

                        *     *     *     *     *









Solução do problema # 111
(Diário Popular # 4905 – 02.06.1956)

Segundo disse Hubert, só um metro, pouco mais ou menos, o separava de sua mulher quando ela se afundou num barco na ribeira e ele lhe estendeu a mão que ela tentou, em vão, agarrar. Ora o inspector não acreditou que Hubert não se tivesse lembrado, durante o tempo que durou o drama, de estender, a sua mulher uma das duas canas de pesca que se encontravam a seus pés e graças à qual ela poderia ter-se salvo. Tudo levava a crer que ele não tinha lá muita vontade de evitar que ela morresse… 

    
 Jarturice-112 (Divulgada em 23.Abril.2015)





APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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