domingo, 19 de abril de 2015

POLICIÁRIO 1237

RESPOSTAS À PROVA N.º 2


Conhecidos os confrontos para a segunda eliminatória da Taça de Portugal, que publicámos na passada semana e terminado o prazo para envio das propostas de soluções da prova n.º 2, chegou o momento de ficarmos a saber as soluções oficiais dos dois problemas, para que cada “detective” vá fazendo as suas contas…

Foram inúmeras as missivas que recebemos a propósito do problema de autoria de Sete de Espadas, principalmente por podermos fazer mais uma singela homenagem ao nosso confrade que foi – e é! – uma das mais fortes referências do nosso passatempo, pelo que representou na captação e mobilização de imensos “detectives”, que ainda hoje amam e cultivam o Policial, em todas as suas vertentes.
Falar do Sete de Espadas é falar do Policiário, tal é a relação inquebrantável que os une, ou não fosse o confrade da Chamusca, quase podemos afirmá-lo, o seu verdadeiro criador. Como tal, vamos revisitá-lo sempre que houver oportunidade.

De salientar que o problema do confrade Sete de Espadas nunca teve uma solução que lhe fosse dada pelo seu autor, que sempre o considerou como um desafio “aberto”, capaz de suscitar múltiplas abordagens e permitir tantos desenvolvimentos quantas as cabeças que sobre ele se debruçarem.
Optámos por publicar a proposta que viu a luz do dia na secção policiária do jornal regional “O Almeirinense”, “Mundo dos Passatempos”, no dia 15 de Janeiro de 2008.
  
Uma referência, também, para o confrade autor do outro desafio, que neste nosso espaço usou dois pseudónimos: Faraó e Africano.
O primeiro foi utilizado como produtor, embora apenas lhe seja conhecido o problema que publicámos e o segundo como decifrador, que utilizou na nossa secção durante vários anos.
O confrade viu a sua participação interrompida pela inexorável lei que regula e decide a vida e a morte, sendo merecedor de uma justa homenagem do Policiário, que jamais esquece quem com ele trilha caminhos comuns.



CAMPEONATO NACIONAL E TAÇA DE PORTUGAL – 2015


SOLUÇÕES DA PROVA N.º 2

PARTE I – “A MORTE DE ANÍBAL CALDEIRA – O BANQUEIRO”

Autor: SETE DE ESPADAS

O nosso amigo Sete de Espadas organizou esta “Morte de Aníbal Caldeira – o Banqueiro” como um problema aberto e, por isso, não fez a solução oficial, dado que, com aqueles elementos, era possível optar, com suporte textual, por mais de uma hipótese de criminoso!
Criminoso (a, os), sim, pois de crime de tratava. E os elementos estão todos lá, sendo esses pormenores de ordem técnica (objectivos) os responsáveis pela perda de pontos de bastantes concorrentes.
O facto de não ter sido encontrada, no local do crime, a cápsula que a Star ejectou (pormenor que escapou a alguns – mesmo totalistas, já que acertaram nos outros todos), o aspecto do buraco de entrada da bala, a quase total “limpeza” da sala, a posição do corpo, a arma na mão (para mais com silenciador), a presença de um silenciador, a porta não fechada por dentro, o local de entrada do tiro, o aspecto da cara e da cabeça da vítima, um caco (apenas) de vidro (não pertencente ao relógio do morto)… tudo isto (pelo menos) indiciava e provava que não tinha sido suicídio (não nos é referido se a arma continha – ou não – impressões digitais).
Quanto ao criminoso, a maioria optou pelo Secretário, dado ele ter, aparentemente, mostrado que sabia demasiado, ao precipitar-se para chamar a polícia, sem se certificar de que o patrão estava (mesmo) morto e sem que, pelo texto, alguém lhe tivesse dito a causa da morte!
O Criado também recolheu uma boa dose de suspeição, por ter sido a última pessoa a vê-lo e o corpo ter sido descoberto com o sangue já coagulado, numa época do ano em que costuma estar frio. Esta dedução é feita com as reservas de não podermos saber quem fornece esse elemento (as pessoas que viviam em casa ou a polícia; logo, a que horas foi constatada a coagulação).
O facto de a cozinheira estar no seu posto à 1 hora e à espera da sobrinha da vítima, pareceu, também, muito suspeito. Daí, o cenário de uma cumplicidade (até total) ter sido sugerido…
Como muitos disseram, com tais declarações, todos tinham de ser, cuidadosamente, interrogados de novo, pois, como alguém disse, com tais elementos nenhum tribunal condenaria ninguém!
Numa coisa estamos todos de acordo – o móbil do crime: alguém quis fechar a torneira antes que a água acabasse (ou seja, antes que a ruína do banqueiro fizesse desaparecer o dinheiro que ele tinha legado)!
{ publicado na secção “Mundo dos passatempos” do jornal “O Almeirinense” em 15 de Janeiro de 2008 }

PARTE II – “AS RIQUEZAS DESAPARECIDAS”, DE FARAÓ

A alínea correcta é a B – Jack.
Na história há um pormenor que não joga e esse tem a ver com a descrição que Jack faz do seu passeio até ao lixo. Afirma ele que o seu cão ladrou para algum eventual intruso que andasse por ali, potencialmente o ladrão das riquezas. O pormenor que não encaixa na história é o facto da raça do cão, que aparece nos túmulos egípcios que os arqueólogos estudam, ser a Basenji, uma espécie de origem africana que tem a particularidade de não conseguir ladrar, mas apenas emitir uma espécie de gemido, semelhante aos grunhidos de porcos de pequeno porte. A conclusão será óbvia: o lixo que Jack afirma ter levado para o contentor, não era bem lixo, mas sim as riquezas desviadas de casa e a invenção do intruso não foi nada feliz. Está encontrado o larápio!


O BAÚ POLICIÁRIO

É conhecido o termo BAÚ, que é usado de muitas formas:

Para os Pessoanos, o Baú é algo que está associado a algo sem fundo, de onde vão saindo inéditos atrás de inéditos…
Para os políticos, o conceito é o mesmo, sem fundo, para onde atiram as promessas que fazem em campanha, para nunca poderem chegar ao cimo…
Para uma “juventude” mais entradote nos anos, o baú ainda está associado aos piratas das Caraíbas e às suas lutas, com veleiros e mosquetes…

Para nós, no Policiário, é uma espécie de local onde vamos “arquivando” as inúmeras promessas, que acabam por não ser cumpridas, de novos problemas e produtores policiais!

O nosso baú, que supostamente deveria conter problemas policiais para publicarmos, continua a só ter promessas! 

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