PROBLEMAS POLICIAIS – 121 - # 118
(Diário Popular # 4953 – 21.07.1956)
- As coisas passaram-se assim: a jovem em
questão desligou este telefone precisamente à meia-noite e dois minutos, depois
de ter falado com o Comissariado a dizer que estava em dificuldade. Dois
guardas saíram de lá num dos carros da Polícia um minuto depois. Entrámos no
Teatro à meia-noite e sete minutos. Entretanto, três minutos antes, o guarda da
noite fora ao camarim da bailarina e encontrara-a morta com uma bala no
coração. O homem diz não ter ouvido a detonação, o que demonstra que a arma
utilizada pelo criminoso era silenciosa. A porta do teatro que dá para o
camarim estava aberta. Mas isso não será uma maneira de nos induzir em erro?
O
inspector debruçou-se então sobre o corpo da linda bailarina Giséle Lermont,
que estava tapado com um pano.
-
Ora vejamos. – disse ele, depois de se ter levantado. - Sabemos já pelo
proprietário do teatro – que parece fora de causa – que o empresário Warson e a
sua secretária «Miss» Bryand, começaram a fazer as contas às 23 e 45 e que
Warson reparou que, por se ter esquecido de lhe dar corda, o relógio parara às
23 e 52. Também sabemos que, em geral, Warson leva meia hora a fazer as contas
e que, quando é a secretária sòzinha que as faz, leva uma hora. Mas foram os
dois que as fizeram esta noite e sabemos que trabalharam rapidamente, pois
ambos tinham que fazer. Ora, eles só se despediram do proprietário do teatro
depois das contas feitas. E ele nunca deixou de os ver até essa altura.
Sabemos
também que a bailarina foi assassinada entre a meia-noite e dois minutos – hora
a que telefonou à polícia – e a meia-noite e cinco minutos, o mais tardar, pois
também já sabemos que o guarda da noite tinha o relógio atrasado 25 segundos em
relação ao dos agentes.
Se acharmos que bastaram dois minutos a
Warson e à sua secretária para irem ao camarim da bailarina, para a matarem e
para fugirem, a primeira questão que se põe é esta: O empresário e a secretária
podem ser responsáveis por este crime?
O que teria o leitor respondido a esta
pergunta do inspector Fauvel?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 117
(Diário
Popular # 4946 – 14.07.1956)
O inspector Fauvel concluiu logo que
havia sido um suicídio. Com efeito, quando chegou junto do «Pirata», ele pôde
verificar que a escada de corda pela qual se subia estava guardada na ponte.
Ora, se Rinassisos tivesse sido assassinado, o criminoso só teria podido sair
do barco pela escada de corda – e então esta deveria estar estendida ao longo
do costado. Não era nada provável que ele pudesse saltar da ponte do iate para
o mar e, durante a noite, chegar à costa a nado. De qualquer modo, um homem tão
embriagado, como estava Lucien Le Normand, à uma e meia da manhã, nunca o poderia
ter feito.
Jarturice-118
(Divulgada em 29.Abril.2015)
APRESENTAÇÃO E DUVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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