PROBLEMAS POLICIAIS – 263 - # 260
(Diário Popular # 6066
– 29.08.1959)
Puxando o trinco da porta que conduzia às águas-furtadas, o inspector
Fauvel abriu-a e depois, seguido de Teresa e de Robert Hanson, subiu os velhos
degraus de madeira. Nessas águas-furtadas, muito bem arranjadas por André
Ramoin, o pai de Teresa, notava-se por todo o lado a presença do astrónomo
amador. O inspector Fauvel entreteve-se por momentos com um óculo astronómico
que encontrou sobre uma mesa, num estojo de couro ruivo que apresentava uma
grande esfoladura, pela qual o detective pareceu interessar-se vivamente.
Segurando nas mãos o óculo e o
estojo, o inspector subiu em seguida a escada que, por uma abertura, conduzia
ao telhado. Era ali que Ramon se entregava ao seu trabalho mais sério. O
inspector notou imediatamente que a potente lâmpada instalada sobre o pequeno
telescópio tinha sido quebrada.
O telhado era rodeado dum parapeito
cujo rebordo, e exactamente no eixo da janela da sala de jantar situada dois
andares mais abaixo, Fauvel descobriu uma folha de papel com notas redigidas
por André Ramoin, provavelmente alguns instantes antes da sua morte.
Debruçando-se ligeiramente sobre o
parapeito, o inspector viu, dois andares mais abaixo, o corpo inanimado de
André Ramoin, estendido sobre o cimento do passadiço e sobre o qual se
debruçava o doutor Ader.
- Que sabem deste terrível acidente?
– perguntou o inspector a Teresa Hanson e a seu marido. Foi este quem
respondeu:
- Teresa e eu viemos visitar o meu
sogro por volta das 21 horas. – disse ele. – Meu sogro recebeu-nos na sala de
jantar. Passados alguns momentos pediu licença para se ausentar por alguns
minutos, pretextando uma importante observação que ficara de concluir. Ele deixou-nos
e…
- Não subiram com ele às
águas-furtadas? – interrompeu o inspector visivelmente impacientado.
- Oh! Não. – Respondeu Robert,
acrescentando que os trabalhos astronómicos do sogro não lhe interessavam
absolutamente nada.
- Sabem se não se encontrava mais
ninguém em casa? – perguntou o inspector?
- Não. Tínhamos ficado sós, havia
uma dezena de minutos, minha mulher e eu, quando ouvimos um baque surdo e débil
vindo da janela. Por curiosidade, fui ver de que se tratava e descobri o corpo
de meu sogro que deixara de existir. Possivelmente teve alguma vertigem e…
O inspector Fauvel não lhe deu tempo
para prosseguir. Tinha já feito um sinal ao seu ajudante que, num abrir e
fechar de olhos, tirou as algemas do bolso, aplicando-as aos pulsos do assassino.
Mas como é que o inspector Fauvel descobriu este?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 259
(Diário
Popular # 6052 – 15.08.1959)
As duas encomendas continham vários pombos-correios.
Jarturice-260 (Divulgada em 18.Setembro.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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