sexta-feira, 18 de setembro de 2015

JARTURICE 260

       PROBLEMAS POLICIAIS – 263 - # 260
               (Diário Popular # 6066 – 29.08.1959)
                                                                            
Puxando o trinco da porta que conduzia às águas-furtadas, o inspector Fauvel abriu-a e depois, seguido de Teresa e de Robert Hanson, subiu os velhos degraus de madeira. Nessas águas-furtadas, muito bem arranjadas por André Ramoin, o pai de Teresa, notava-se por todo o lado a presença do astrónomo amador. O inspector Fauvel entreteve-se por momentos com um óculo astronómico que encontrou sobre uma mesa, num estojo de couro ruivo que apresentava uma grande esfoladura, pela qual o detective pareceu interessar-se vivamente.
            Segurando nas mãos o óculo e o estojo, o inspector subiu em seguida a escada que, por uma abertura, conduzia ao telhado. Era ali que Ramon se entregava ao seu trabalho mais sério. O inspector notou imediatamente que a potente lâmpada instalada sobre o pequeno telescópio tinha sido quebrada.
            O telhado era rodeado dum parapeito cujo rebordo, e exactamente no eixo da janela da sala de jantar situada dois andares mais abaixo, Fauvel descobriu uma folha de papel com notas redigidas por André Ramoin, provavelmente alguns instantes antes da sua morte.
            Debruçando-se ligeiramente sobre o parapeito, o inspector viu, dois andares mais abaixo, o corpo inanimado de André Ramoin, estendido sobre o cimento do passadiço e sobre o qual se debruçava o doutor Ader.
            - Que sabem deste terrível acidente? – perguntou o inspector a Teresa Hanson e a seu marido. Foi este quem respondeu:
            - Teresa e eu viemos visitar o meu sogro por volta das 21 horas. – disse ele. – Meu sogro recebeu-nos na sala de jantar. Passados alguns momentos pediu licença para se ausentar por alguns minutos, pretextando uma importante observação que ficara de concluir. Ele deixou-nos e…
            - Não subiram com ele às águas-furtadas? – interrompeu o inspector visivelmente impacientado.
            - Oh! Não. – Respondeu Robert, acrescentando que os trabalhos astronómicos do sogro não lhe interessavam absolutamente nada.
            - Sabem se não se encontrava mais ninguém em casa? – perguntou o inspector?
            - Não. Tínhamos ficado sós, havia uma dezena de minutos, minha mulher e eu, quando ouvimos um baque surdo e débil vindo da janela. Por curiosidade, fui ver de que se tratava e descobri o corpo de meu sogro que deixara de existir. Possivelmente teve alguma vertigem e…
            O inspector Fauvel não lhe deu tempo para prosseguir. Tinha já feito um sinal ao seu ajudante que, num abrir e fechar de olhos, tirou as algemas do bolso, aplicando-as aos pulsos do assassino.

         Mas como é que o inspector Fauvel descobriu este?    

 (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *


 





Solução do problema # 259
(Diário Popular # 6052 – 15.08.1959)

As duas encomendas continham vários pombos-correios.

Jarturice-260 (Divulgada em 18.Setembro.2015)

APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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