terça-feira, 29 de setembro de 2015

JARTURICE 271

   
              PROBLEMAS POLICIAIS – 274 - # 271
       (Diário Popular # 6156 – 28.11.1959)                                                    
             
     - Não posso ficar aqui nem mais um minuto… Sabe bem que é impossível. Fui louca! Deveria ter pensado nisso…
         - Tinha-lhe dito que velaria por si e lhe arranjaria um bom emprego em que ganharia dinheiro…
         - Dinheiro! – exclamou Claire Bassières, a dama de companhia da rica senhora de Vaison. Para quê…
         Com ar profundamente desencorajado, Claire afastou-se do seu interlocutor, e repousou a cabeça sobre o seu braço apoiado na parte superior da alta grade que rodeava o terraço que dava para a falésia abrupta e deixou escapar um soluço. Enquanto, através da grade se viam muito bem as vagas cintilando à luz do luar, Christian sentiu-se comovido. Eles estavam sós…                                             
         - Na verdade, senhor inspector, eu não chego a compreender a razão deste inquérito. Meu filho já lhe explicou que Claire se desequilibrou. Ela não andava bem nestes últimos tempos e eu própria a vi desfalecer duas ou três vezes. Meu filho disse-me que entrou ontem tarde e que esteve a falar algum tempo com Claire no jardim. Quando ele a deixou para entrar em casa, ela estava, ao que lhe pareceu, muito deprimida. Ao subir as escadas, ele voltou-se e viu Claire cair no abismo. Trata-se de um infeliz acidente que nos comove, mas nada mais do que um acidente… 
         O Inspector Fauvel, que escutara atentamente, disse:
         - Posso ter uma amostra da letra de seu filho?
         - Claro que sim. Mas que estranha ideia…
         - Que se passa, mamã? – perguntou Christian, que voltara do jardim.
         - O inspector Fauvel quer fazer-te algumas perguntas.
         - Pode dizer com exactidão a que horas, é que ontem, abandonou o terraço? – perguntou o inspector ao rapagão que tinha diante dele.
         - Vinte e duas horas e vinte… ontem à noite… a lua…
         O inspector Fauvel parecia estar a contar a si próprio uma história que o interessava. E quando falou, foi para aterrar Christian e a mãe.
         - Você lançou-se numa aventura suja! – disse o inspector com voz grave. – Trata-se de um crime! E de um crime estúpido!

         Porque é que o inspector Fauvel, adoptava de súbito essa atitude?

  (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


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Solução do problema # 270
(Diário Popular # 6149 – 21.11.1959)           

No momento em que o inspector lhe perguntou o que é que ele fazia na ocasião do roubo, Georges limitou-se a falar da dificuldade que tivera nessa ocasião, em pescar o peixe que trazia. Ora, a verdade é que, a menos que estivesse perfeitamente ao corrente da operação, ele nada deveria saber a respeito desse roubo nem do momento em que fora praticado.

 Jarturice-271 (Divulgada em 29.Setembro.2015)



APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt





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