Estimados Amigos:
Desejo-vos um bom fim de semana. Cá por mim, fico-me a passar os problemas de "O Benfica", do «TORNEIO 1959», mas amanhã, depois de vos meter na caixa a Jarturice -269, apanho o transporte para VENEZA... (de Portugal), visito a feira de antiguidades (eu já faço parte), sento-me uns minutos a apreciar as "gôndolas" moliceiras e as turistas estrangeiras, e depois devoro o tradicional almoço n' "O Garfo", com a companhia do "construtor naval mais artista de Portugal". Não me canso de apreciar o "Titanic", "D. Fernando e Glória", "Sagres", "Crioula", "Caravelas", "Naus", "Galeões" e imensas vitrinas, mesas e prateleiras carregadas das mais diversas embarcações, automóveis, comboios, motos e aviões. E, entretanto Saul, o anfitrião, vai servindo "moscatel" prá ocasião.
Quem gostar que apareça...
Abraços do Jartur
PROBLEMAS POLICIAIS – 271 - # 268
(Diário Popular #
6128 – 31.10.1959)
-
A sua promessa? - Perguntou o inspector.
-
Sim. Há dois anos, pouco antes do seu acidente, Henry Lecointre havia casado
com uma jovem que tinha menos vinte anos do que ele. Depois do acidente que o
deixou paralítico, Henry, que eu conhecia muito bem, mudara completamente.
Falava frequentemente na sua morte. Há cerca de um ano pedira-me que, na qualidade
seu amigo, fosse testemunha da redacção do seu testamento. Isso
surpreendera-me, porque em dois anos ele já redigira dois testamentos que
depois anulara. Queixava-se amargamente do comportamento do filho de sua
mulher. Por outro lado, não podia aceitar a ideia de ser um doente para o resto
dos seus dias... Esse suicídio podia prever-se.
Examinando
o horrível ferimento, o inspector Fauvel observou que a descarga penetrara sob
o maxilar inferior, rasgara o rosto e rebentara a caixa craniana. A morte devia
ter sido fulminante.
Apanhando
um lenço que estava caído no chão, perto do sofá, o inspector Fauvel perguntou
ao comissário.
-
A mulher de Henry e seu filho, sabiam algo a respeito desse novo testamento?
-
Henry dissera-me que eles ignoravam tudo.
-
Ah! – limitou-se a dizer Fauvel.
Jacques
Lepéroux explicou depois como descobrira o seu padrasto.
-
Minha mãe e eu tínhamos ido ao cinema e foi no regresso que conta do drama. Não
tocámos em nada e chamámos imediatamente a Polícia.
O
comissário disse então, depois de um momento de silêncio:
-Vê-se
muito bem como as coisas se passaram. Henry deve ter tido muito trabalho para
aproximar o sofá, onde habitualmente estava, desta mesa. Depois, colocou a
espingarda contra a parede, bem apoiada. Inclinou-se e apoiou no gatilho…
Era
verosímil, porque Henry Lecointre tinha os braços compridos. Na mesa, uma
pequena lâmpada estava ainda acesa…
Porém,
com uma voz grave, o inspector disse ao comissário:
-
Tenho muita pena, mas o seu amigo não se suicidou…
Por que é que Fauvel falava assim?
(Divulgaremos
amanhã, a solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 267
(Diário
Popular # 6121 – 24.10.1959)
Jean-Paul Ravin declarara que Christiane estava morta havia, pelo
menos, duas horas quando ele a descobrira. Como tivera de gastar perto de uma
hora para se dirigir com o cadáver para as margens do lago, situado a uns
quarenta quilómetros da vivenda, chegara ali pelo menos três horas depois da
morte de Christiane. Ora a verdade é que esta não estava morta havia tanto
tempo quando o seu corpo fora depositado na margem do lago, porque o corpo
tinha derretido o gelo sob ele. E isso não teria sucedido se o corpo estivesse
privado de vida havia já três horas.
Jarturice-268 (Divulgada
em 26.Setembro.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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