(Diário Popular #
6176 – 19.12.1959)
Eis um caso bem flagrante de
estupidez criminal! – disse com voz grave o juiz de instrução que, voltando-se
para o inspector Fauvel, acrescentou:
-
O senhor tem certamente razão, inspector… Os criminosos acabam sempre por
cometer um erro. Eis como as coisas se passaram, na minha opinião. Dir-me-á se
está de acordo.
E o juiz expôs a
sua teoria:
- Balançond
recebia desde há tempos cartas com ameaças e aquele que lhas enviava e que
tentava fazê-lo largar dinheiro, estava só com ele ontem à noite, na sua casa.
Embora Balançond conhecesse bem esse indivíduo, devia ignorar que era ele o
autor das ameaças que recebia. O chantagista, não sendo atendido, aproximou-se
da mesa e, enquanto Balançond pegava no telefone, disparou-lhe um tiro, à
queima-roupa, na cabeça. Depois, teve medo e tentou simular uma luta violenta
que fizesse pensar num roubo. Atirou os papéis pela sala, rasgou os cortinados,
bateu com uma cadeira nos móveis e disparou mesmo uma bala contra o pequeno
cofre de aço. Já se preparava para partir quando se lembrou do revólver. E foi
então que ele cometeu o seu grande erro: apagou todas as outras impressões, mas
esqueceu-se desta marca perfeita que o seu polegar deixou no cano da arma,
quando ele disparava.
Outro erro: o
telefone. Se tivesse havido luta, o aparelho ficaria, pelo menos, desligado. Ora
isso não se verificou. O nosso homem não era muito inteligente.
- O senhor juiz
tem razão. – disse Fauvel. – Quando
identificarmos as impressões deixadas por esse polegar, ficaremos a saber mais
alguma coisa sobre esta história. Mas sou de opinião de que o criminoso é mais
inteligente do que lhe parece. Forçou mesmo a dose, num certo caso, pelo menos…
É impossível que o senhor não o tenha visto…
A que
aludia Fauvel?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial
deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 271
(Diário
Popular # 6156 – 28.11.1959
O inspector sabia bem que Claire não poderia, sòzinha, passar sobre
a grade, que era alta, como se lê na descrição. Repare-se mesmo que se diz que
ela repousara a cabeça sobre o seu braço que estava apoiado sobre a grade…
Jarturice-272
(Divulgada em 30.Setembro.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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