sábado, 19 de setembro de 2015

JARTURICE 261

Prezados "sherlocks"... ou lá o que quer que seja...
Está a amanhecer um dia bonito, e como hoje é sábado, lá mais abaixo 40 metros,
no pavimento da Avenida Fernão de Magalhães, o matraquear das "tampas" não é tão
intenso como durante os dias úteis. Já há dias me referi às tampas. As tampas da "cáca", ou seja, das caixas de saneamento, do esgoto, vá lá que não vá, são relativamente sólidas, maciças, e bem encaixadas nas bocas das cloacas. Não se queixam com a passagem veloz dos veículos.
Mas as tampas das caixas de alta tecnologia, telefones, electricidade e sinalização de trânsito, não merecem o entusiasmo dos técnicos, não são calculadas em conformidade, e com o peso dos autocarros e dos camiões, já não falando dos veículos ligeiros, contorcem-se com a violência, deformam-se, não se ajustam aos encaixes e passam dia e noite a lamentar-se, para desespero dos meus vizinhos que residem lá mais para o nível do arruamento.
Como é que as câmaras municipais do país, não tem gente à altura duma engenharia tão baixa? 
Pum... catrapum...  Pum... catrapum... Pum... catrapum...  
Oh! Peter Pan! Inspira-te e compõe uma melodia a condizer.
Bom dia Amigos. Recebam um grande abraço, e...
Mandem isto prá sanita.
Jartur

       PROBLEMAS POLICIAIS – 264 - # 261
                 (Diário Popular # 6073 – 05.09.1959)
        
O homem gordo fez um trejeito e estendeu a mão para recolher os dados espalhados no meio da mesa. Um silêncio eléctrico reinava na sala. De súbito, ouviu-se um tiro. O homem gordo estava morto.
         - Sei que prendeu já o assassino desta famosa partida de Poker, Robert. Belo trabalho – cumprimentou Fauvel, três dias mais tarde. Quem foi o assassino?
         - Jogo de crianças – comentou sorrindo o inspector Mondet. O assassino? Pois bem, tudo o que eu sei é o seguinte:
         «Os quatro jogadores eram Fred Blatet, Pierre Adam, Edmond Muret e Jules Sylvestre. Um de entre eles foi surpreendido a fazer batota e foi abatido.
         O inspector Mondet forneceu a Fauvel mais os seguintes elementos:
        
1.º - O assassino é primo de Blatet.
         2.º - Sylvestre voltara à cidade na manhã da tragédia, após dez dias de ausência.
         3.º - Blatet e Muret – um semi-inválido – tomaram um táxi para a sala do jogo, no apartamento de Adam; e este fazia-se passar por um «boxeur» amador, da categoria dos pesados.
         4.º - Sylvestre e Adam encontraram-se pela primeira vez nessa noite.
         5.º - Não obstante viver há anos num prédio separado apenas dois números da irmã de Blatet, ele nunca a havia encontrado.
         6.º - O dono da casa procurou descobrir o assassino mas não teve coragem.
         7.º - Duas noites, antes do crime, a vítima tinha jantado com um dos homens que nunca boxeara com Adam.
        
- É tudo – concluiu Mondet acendendo um cigarro. Nada mais.
        
Quem foi o assassino?  

(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso) 

  *     *     *     *     *







Solução do problema # 260
(Diário Popular # 6066 – 29.08.1959)

         Robert Hanson havia declarado que nem ele nem sua mulher tinham saído da sala de jantar. No entanto o inspector Fauvel à sua chegada encontrara fechado o trinco da porta que conduzia às águas-furtadas. Foi este reflexo absurdo dum assassino emocionado pelo crime, ao ponto de cometer este erro, que perdeu o genro do astrónomo amador.

 Jarturice-261 (Divulgada em 19.Setembro.2015)


APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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