Caros Amigos:
Estou prestes a concluir a história da secção do jornal "O BENFICA".
A seguir, virá a do "BENFICA ILUSTRADO", que também foi dirigida pelo Álvaro Trigo.
E a "Tertúlia" vai fornecendo informações, pequenos mosaicos que servirão para compor o painel. O Domingos Cabral, preveniu-me que o n.º 45 da "Célula Cinzenta", tinha um problema do Professor Fordney. Fui ver, já o capturei, e é, com algumas alterações do texto, o mesmo que divulguei na Jarturice - 107, em 18 de Abril.
E siga a rusga.
Abraços do Jartur
PROBLEMAS POLICIAIS – 267 - # 264
(Diário Popular #
6101 – 03.10.1959)
Claudine Mazon,
a encantadora e popular artista de teatro parecia dormir, mergulhada num dos
cadeirões do seu confortável apartamento. Só um buraquinho na têmpora, que mal
havia sangrado, permitia ver que havia algo de anormal. Na verdade, ela estava
morta. Parecia evidente que se suicidara.
Perto
do braço direito da morta, o adjunto do inspector Fauvel recolhia com as
maiores precauções o revólver de que ela se servira.
-
Ainda não é isto que nos poderá dizer nada, patrão – disse ele, dirigindo-se ao
inspector Fauvel, que, de pé à entrada da sala, examinava silenciosamente o
local, fumando o seu cigarro. – Não tem qualquer impressão. É verdade que com
tão pequeninas mãos…
-
Chame a criada; creio que o nome dela é Maria… - interrompeu o inspector Fauvel
que não tirava os olhos de uma fotografia de um atraente rapaz, assinada com o
nome de Jean e junto à qual se encontrava uma pequena nota, em que se lia o
seguinte:
«Querido Jean.
Perdoa-me,
mas eu cometi loucuras. Vendi tudo para pagar a esses fornecedores que me ameaçavam
de me levar ao tribunal. Mas isso não, basta. Prefiro a morte… Claudine».
- É bem raro ver
raparigas deste género, matarem-se por que tem dívidas – murmurou o adjunto de
Fauvel, saindo da sala para ir chamar Maria.
Esta
chegou pouco depois, horrivelmente perturbada.
-
Quem é esse Jean? – perguntou Fauvel.
- É a vedeta
masculina do espectáculo em que entrava a minha patroa.
- Porque é que
não lhe enviou este bilhete que lhe era dirigido?
- Com tudo isto,
não fui capaz de pensar em fazer nada…
- Foi você quem
descobriu o corpo da sua patroa?
- Sim. Eu tinha
vindo trazer-lhe o pequeno-almoço, como era costume.
- Jean não
esteve aqui com ela, ontem à noite?
-
Sim. Mas isso acontecia com frequência. Depois de ter estado aqui uma hora ou
duas, deve ter ido para casa dele quando eu já estava deitada.
O
inspector Fauvel não teve necessidade de falar: o seu adjunto já se tinha
precipitado para o andar inferior e trouxera Jean.
Este,
primeiro, pareceu não compreender. Depois precipitou-se e, ajoelhando junto de
Claudine, falou, visivelmente desesperado:
-
Claudine! Claudine! Por que fizeste isto?
-
No seu lugar eu diria antes «Porque fiz eu isto?» - disse com voz ameaçadora o
inspector Fauvel. – Por que você não é estranho a este caso e enquanto não me
explicar o seu papel, ficara preso.
Porque é que o inspector Fauvel tomava esta atitude?
(Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste
caso)
* *
* * *
Solução do problema # 263
(Diário Popular # 6087 – 19.09.1959)
Fauvel
procurou por todo o quarto um indício que o pudesse esclarecer acerca daquele
drama. Ele procurava especialmente a seringa que servira para dar a injecção.
Não a encontrara. O assassino levara-a com ele….
Jarturice-264
(Divulgada em 22.Setembro.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário