A H P P P
ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA
É verdade, Amigos!
Que bom se fosse verdade, o Inspector Fidalgo ir hoje a um "CONVÍVIO POLICIÁRIO".Lá estaríamos todos a trocar abraços!
Que saudades do "Johnny Hazard", do "Detective Misterioso", da "Pal", do "Sete", do "Dic Roland", do "Repórter Mistério", do "Inspector Varatojo", que não era habitual como os OUTROS, mas que abracei em alguns.
Só quis relembrar alguns (dos que me lembrei) dos que já nos deixaram, mas deixo espaço para que vocês se juntem à Homenagem, relembrando-me os que não me ocorreram. Eles estão ainda conosco,
e estarão juntos, em convívio eterno... esperando por nós. Que seja longa a Vossa espera, saudosos AMIGOS.
Abraços do Jartur
Problema # 47
O INSPECTOR FIDALGO VAI
A UM CONVÍVIO POLICIÁRIO
Original
de: Luís Pessoa
Publicado na
secção POLICIÁRIO em: 25.Agosto.1992
Como acontecia todos os meses num passado mais ou
menos recente, os convívios policiários faziam parte da vida de qualquer
policiarista. E o inspector Fidalgo, sempre que podia, lá ia, estrada fora,
para o Porto, Famalicão, Aveiro, Figueira da Foz, Coimbra, Viseu, Torres
Vedras, Santarém, Lisboa, Almada, Évora, Portimão, etc… E em todos revia amigos
e conhecidos novos.
O inspector Fidalgo interrogava-se como tinha sido
possível perder o rumo de todos esses convívios, tendo muitos desaparecido e
outros… lá iam subsistindo à custa de muita carolice.
- Não será verdade que o PÚBLICO Policiário pode dar
uma boa ajuda, promovendo esses mesmos convívios?
O inspector Fidalgo imaginava-se no centro de um
convívio, algures neste país, promovido e publicitado pelo PÚBLICO Policiário,
onde compareciam dezenas de confrades, da velha e nova guarda, em são convívio,
antes, durante e depois de um bom almoço. Falava-se de policiário, de
projectos, de torneios, desta ou daquela questão que levantou dúvidas, todos
falavam com todos…
E chegava o momento dos digestivos, testes e problemas
policiários para todos em conjunto, mas cada um por si, claro está, resolverem.
E o problema policiário rezava assim:
“Um qualquer tipo estava sentado a uma secretária, com
as costas voltadas para a porta, quando ouviu um ruído atrás de si. A princípio
não ligou, tal a atenção com que estava no seu trabalho, mas, perante a
insistência, voltou a cabeça, dando de caras com um índio, impecavelmente
vestido, a que não faltava sequer uma fita na cabeça onde se prendiam duas
penas…
Foi um choque terrível… Seria possível que aquela personagem
tivesse saído da história que estava a escrever? Foi então que se ouviu um
grito… a que se seguiu um imenso silêncio…
Só no dia seguinte se descobriu o corpo do pobre
escritor, com uma faca espetada em pleno peito… Havia pegadas no chão, (porque lá
fora chovia) até à porta… Sim, eram sapatos índios, vulgo “mocassins”. A
certeza da sua pontaria não determinou que tivesse de se ir certificar da morte
da sua vítima… Não havia dúvidas, atirara a faca com pontaria certeira…”
O “Sete de Espadas”, o “Jartur”, “O Gráfico”, o
“Detective Invisível” e o “Detective Misterioso” (infelizmente já falecido,
quando se preparava para se deslocar para um convívio – a nossa homenagem!)
riram-se de imediato, perante a perplexidade de alguns, sendo acompanhados por
muitos outros, “Mycroft Holmes”, “Mota Curto”, “Henry”, “Ric Hochet”, “Donald
Lam”, “Livau”, “Becas”, “Ubro Homet”, “Delgas”, “Pal”, “M. Lima”, “Xek-Brit” e
tantos outros que a memória atraiçoa… É que havia um erro terrível no problema.
A – Um índio nunca podia aparecer assim, nem que se
tratasse de um sonho.
B – Nenhum índio atira a sua faca, antes a iria espetar
directamente no corpo da vítima.
C – Os sapatos de um índio nunca deixariam marcas no
chão, porque os índios têm truques para nunca deixar pegadas, mesmo que passem
por cima de lama ou chuva.
D – Uma faca atirada daquela maneira nunca poderia
provocar a morte da forma que o fez.
Este problema constitui uma singela homenagem a uma
instituição que teremos de reconstruir e pôr em marcha, desta vez sob os
auspícios do PÚBLICO: os convívios policiários! Vamos estudar o assunto.
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Solução do autor:
Publicada na secção POLICIÁRIO em: 29.Agosto.1992
Publicada na secção POLICIÁRIO em: 29.Agosto.1992
D – Uma faca atirada daquela maneira
nunca poderia provocar a morte da forma que o fez.
A
vítima apenas voltou a cabeça, como se diz claramente no texto, portanto não
podia ser atingido em pleno peito por uma faca atirada pelo índio. Repare-se
que nos é dito que não houve aproximação ao corpo…
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