PROBLEMAS
POLICIAIS – 123 - # 120
-
Não, obrigado – respondeu Jean Pierre Delard, dando uma gorjeta ao «groom».
-
Muito obrigado. Vou chamar a criada para lhe abrir a cama.
*
-
Estava a substituir as toalhas da casa de banho, enquanto o senhor Delard
tirava a roupa da sua mala, quando um homem mascarado penetrou no quarto, sem
fazer barulho. – explicou mais tarde, a criada ao inspector Fauvel, que fora
chamado para investigar mais aquele crime.
«A
porta ficara entreaberta e eu vi, espantada… Vi as mãos do tal homem tremendo,
tremendo… Mas não tremiam de medo porque durante todo o tempo em que ele ali
esteve e em que praticou o crime, mostrou ser pessoa de extraordinário sangue
frio. Tenho a impressão de que ele tremia por ser epiléptico ou ter qualquer
outra doença parecida. Ele dirigiu-se para o pobre senhor Delard e disse-lhe:
«Eu tinha-te avisado, Pierre!»
«Antes
que o senhor Delard pudesse defender-se, o outro espetou-lhe um punhal, por
três vezes, no peito. O nosso cliente caiu no chão. Eu estava tão apavorada que
nem tive forças para gritar. Mas o homem viu-me. Avançou para o sítio onde eu
me encontrava, deitou-me ao chão, tapou-me a boca com uma toalha que apertou
atrás, na nuca, e ligou-me as mãos e os pés com uma corda. Depois, ele foi-se
embora. Ao fim de certo tempo, consegui arrastar-me até à porta do quarto e dar
o alarme».
Depois
de um inquérito minucioso, o inspector Fauvel tinha a certeza de que o
assassino só podia ser um dos sete homens seguintes: Louis Rillet, desenhador;
Henry Dent, mecânico de máquinas de escrever; Óscar Duboint, relojoeiro; Ernest
Franchit, dono de uma agência de venda de propriedades; Antoine Discotte,
dentista; Leo Varre, que trabalhava em instrumentos de precisão; e Maurice
Evine, tipógrafo.
Todos
eles conheciam o assassinado e tinham um motivo para o matar. Mas o inspector
não levou muito tempo a perceber qual deles era o único que poderia ter
praticado o crime.
Quem era?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 119
(Diário Popular #
4960 – 28.07.1956)
Robert Duval havia-se
suicidado. A porta da sala estava, realmente, fechada à chave, do lado de fora,
mas, interiormente, a calafetagem era tão perfeita que só podia ter sido feita
do lado de dentro e só depois da porta bem fechada. Duval, no desejo mórbido de
atirar as culpas da sua morte para cima do seu rival, saíra da sala, fechara a
porta à chave por fora e entrara depois pela janela (onde haviam ficado marcas
dos seus sapatos…). Preparara, então, o cenário da sua morte…
Jarturice-120
(Divulgada em 01.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário