sexta-feira, 1 de maio de 2015

JARTURICE 120

                                               
PROBLEMAS POLICIAIS – 123 - # 120                          
                     (Diário Popular # 4967 – 04.08.1956)
- O senhor não deseja mais nada?
- Não, obrigado – respondeu Jean Pierre Delard, dando uma gorjeta ao «groom».
- Muito obrigado. Vou chamar a criada para lhe abrir a cama.

                                      *    
- Estava a substituir as toalhas da casa de banho, enquanto o senhor Delard tirava a roupa da sua mala, quando um homem mascarado penetrou no quarto, sem fazer barulho. – explicou mais tarde, a criada ao inspector Fauvel, que fora chamado para investigar mais aquele crime.
«A porta ficara entreaberta e eu vi, espantada… Vi as mãos do tal homem tremendo, tremendo… Mas não tremiam de medo porque durante todo o tempo em que ele ali esteve e em que praticou o crime, mostrou ser pessoa de extraordinário sangue frio. Tenho a impressão de que ele tremia por ser epiléptico ou ter qualquer outra doença parecida. Ele dirigiu-se para o pobre senhor Delard e disse-lhe: «Eu tinha-te avisado, Pierre!»
«Antes que o senhor Delard pudesse defender-se, o outro espetou-lhe um punhal, por três vezes, no peito. O nosso cliente caiu no chão. Eu estava tão apavorada que nem tive forças para gritar. Mas o homem viu-me. Avançou para o sítio onde eu me encontrava, deitou-me ao chão, tapou-me a boca com uma toalha que apertou atrás, na nuca, e ligou-me as mãos e os pés com uma corda. Depois, ele foi-se embora. Ao fim de certo tempo, consegui arrastar-me até à porta do quarto e dar o alarme».
Depois de um inquérito minucioso, o inspector Fauvel tinha a certeza de que o assassino só podia ser um dos sete homens seguintes: Louis Rillet, desenhador; Henry Dent, mecânico de máquinas de escrever; Óscar Duboint, relojoeiro; Ernest Franchit, dono de uma agência de venda de propriedades; Antoine Discotte, dentista; Leo Varre, que trabalhava em instrumentos de precisão; e Maurice Evine, tipógrafo.
Todos eles conheciam o assassinado e tinham um motivo para o matar. Mas o inspector não levou muito tempo a perceber qual deles era o único que poderia ter praticado o crime.

Quem era?

         (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)
                      
  *     *     *     *     *










Solução do problema # 119
(Diário Popular # 4960 – 28.07.1956)
                      
Robert Duval havia-se suicidado. A porta da sala estava, realmente, fechada à chave, do lado de fora, mas, interiormente, a calafetagem era tão perfeita que só podia ter sido feita do lado de dentro e só depois da porta bem fechada. Duval, no desejo mórbido de atirar as culpas da sua morte para cima do seu rival, saíra da sala, fechara a porta à chave por fora e entrara depois pela janela (onde haviam ficado marcas dos seus sapatos…). Preparara, então, o cenário da sua morte… 


       Jarturice-120 (Divulgada em 01.Maio.2015)







APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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