sexta-feira, 29 de maio de 2015

JARTURICE 148

                                                                          
                   PROBLEMAS POLICIAIS – 151 - # 148
              (Diário Popular # 5166 – 23.02.1957)                           
                                                                                   
«Parece que o velho andou a lutar», observou o inspector Kelley, ao contemplar o corpo de Clarence Bender, de 72 anos de idade, que jazia morto num leito enorme e de estilo antiquado. Tinha sido apunhalado com um estilete de partir gelo.
«Estes óculos devem ser do assassino», continuou Kelley, apanhando do chão, um par de óculos de aros de tartaruga quase completamente esmagados. «Porque há outro par em cima da cómoda», disse ainda.
O professor Fordney fez um sinal de assentimento com a cabeça. Saíram do quarto.
Bradford Bender, um dos quatro irmãos solteirões que viviam juntos, explicou, em estado de grande excitação: «Roubaram o meu par de óculos sobresselente!».
«E que é que isso tem?», interrogou, com dureza, o inspector Kelley. «De quantos pares precisa o senhor?».
O inspector Kelley tivera uma inspiração súbita e comunicou-a ao professor Fordney: «Aquele que quebrou os óculos no quarto de Clarence é o assassino… Sabemos que os quatro irmãos usam óculos de aros idênticos. Ora bem, um velho sem óculos não é capaz de escrever duas linhas a direito. Por isso…
Kelley entregou umas folhas de papel pautado a Russel, Leslie e Bradford, os quais usavam todos óculos de aros idênticos. Disse-lhes para escreverem esta frase: «Não matei Clarence, mas foi um de nós quem o matou».
Quando Bradford deixou cair os óculos, que imediatamente se quebraram, Kelley explodiu, ordenando de novo, ao velho: «Escreva!».
Embora queixando-se de que não podia ver sem os óculos, Bradford obedeceu.
A sua caligrafia e a de Russell, miudinhas e vacilantes, eram irregulares e saíam fora das linhas. A caligrafia ainda vigorosa de Leslie era direita e legível.
Com que então roubaram-lhe os óculos sobresselentes, Bradford?», perguntou Kelley, com ar de poucos amigos.
O inspector, enraivecido, sentia-se logrado, mas o professor tinha agora a certeza absoluta de quem era o assassino.

De quem suspeitou Fordney e porquê?    

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)



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Solução do problema # 147
 (Diário Popular # 5159 – 16.02.1957)

John Ardmore disse que o seu sobrinho saíra para o lago logo depois do almoço. O cofre não fora roubado antes do almoço, mas quando Fordney perguntou a Ted onde se encontrava à hora de o cofre ter sido roubado, ele respondeu que se achava a cinco milhas de distância, a pescar. Se estivesse inocente, Ted não podia saber «quando» o cofre tinha sido roubado. Foi por isso que Fordney suspeitou dele.


 Jarturice-148 (Divulgada em 29.Maio.2015)









APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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