sábado, 16 de maio de 2015

JARTURICE 135



                        PROBLEMAS POLICIAIS – 138 - # 135
   (Diário Popular # 5078 – 24.11.1956)

Tito, o palhaço, estava morto. Ele, que alegrara os corações de milhões de crianças e dissipara, repetidas vezes, as preocupações de tantos pais, jazia agora no chão da sua tenda, com uma bala na têmpora direita. Um revólver de calibre 38, do qual fora disparado um tiro, estava caído perto da mão direita do cadáver. O cano da arma era novo – reparou o professor Fordney – ao passo que o cabo parecia velho. O criminologista voltou-se para o empresário, Bruno Holtz.
- Quando vi que o Tito não aparecia para entrar em cena – disse Holtz – vim à tenda dele e encontrei-o caído no chão. Não toquei em nada e não deixei entrar ninguém até à chegada da polícia.
- Ninguém? O circo não tem um médico?
- Tem. Mas o doutor Block não estava aqui. Aliás, eu pude ver que Tito estava morto.
- Mas não imediatamente ao entrar, pois não? A tenda não estava às escuras quando entrou?
- Sim, estava. Como sabe? – perguntou Holtz, surpreendido.
- Mesmo com toda a barulheira que havia, acho estranho que ninguém tenha ouvido o tiro. – observou Fordney, fingindo ignorar a pergunta de Holtz.
Os seus olhos circunvagaram pela tenda. Depois, ajoelhou-se junto do corpo. Passou os dedos pelas enormes e bem enchumaçadas luvas que Tito tinha calçadas, examinou os seus grandes sapatos cambados e a sua familiar e grotesca maquilhagem. Ergueu-se, finalmente, e limpou o pó dos dedos, com o lenço de assoar.
O sargento apontou para Holtz.
- Ainda não, sargento. – disse Fordney. – Tudo quanto sabemos, por enquanto, é que Tito não se suicidou, mas foi assassinado.     

         Como o soube Fordney?
    
   (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)

  *     *     *     *     *











Solução do problema # 134 
(Diário Popular # 5071 – 17.11.1956)

Quando Mac Clark respondeu «Sim» à pergunta de Fordney «Leonora fez ontem uma ondulação?», o criminologista soube logo que a rapariga morta, de cabelos lisos, não era Leonora Duval. Fordney soube, também, que quando a companheira de quarto da vítima, Adele, identificou o corpo como sendo o de Leonora, estava deliberadamente a mentir, e que, decerto, estaria implicada nalgum caso duvidoso.
As investigações levadas depois a cabo desvendaram as maquinações de uma quadrilha que se dedicava a ludibriar companhias de seguros e para a qual o crime era um pormenor de somenos importância. E a rapariga morta era, quanto ao físico, muito parecida com Leonora, com a diferença de que não ondulara os cabelos na véspera.

Jarturice-135 (Divulgada em 16.Maio.2015)







APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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