PROBLEMAS
POLICIAIS – 134 - # 131
(Diário Popular # 5050 – 27.10.1956)
Claudine Mazon, a popular e encantadora artista de
teatro, parecia dormir, enterrada num dos maples da sua confortável casa. Só um
pequeno buraco na testa e uma leve mancha de sangue mostravam que qualquer
coisa de anormal havia se tinha passado. Estava morta. Tinha-se suicidado,
segundo todas as probabilidades, na véspera, à noite.
Próximo do seu braço direito,
pendente do maple, estava o revolver em que o adjunto do inspector Fauvel pegou
com todas as precauções.
«Este não nos dirá grande coisa» - disse
ele ao seu chefe que, de pé, no meio da casa, examinava tudo em silêncio. «Não
tem impressões digitais. Também com aquelas mãozinhas…».
«Chame a criada, a Marie» -
ordenou-lhe Fauvel que não tirava os olhos da fotografia dum rapaz ainda novo,
em cima da mesa e junto da qual estava um bilhete em que podia ler-se:
«Querido
Jean:
Perdoa-me, mas eu só faço loucuras. Vendi tudo para tentar pagar as
minhas dívidas. Mas não chegou e os credores ameaçam levar-me aos tribunais.
Prefiro isto. Claudine»
«É muito estranho que raparigas
deste género se matem só por terem dívidas» - murmurou o adjunto do inspector,
saindo da sala para ir chamar a criada.
Alguns minutos depois, Marie
apareceu, muito nervosa.
«Quem é este Jean?» - perguntou-lhe
Fauvel.
«É o novo galã da companhia».
«Por que não lhe mandou este
bilhete?»
«Nem pensei nisso quando vi a
senhora morta…»
«Foi você que descobriu o corpo?»
«Sim, quando vinha trazer-lhe o
pequeno almoço… Como fazia todas as manhãs…»
«Esse Jean não esteve cá em casa
ontem, à noite?»
«Esteve. Vinha frequentemente. Ele
mora no andar de baixo. Passava aqui uma ou duas horas a conversar com ela.
Deve ter-se ido embora quando eu já estava deitada».
O inspector não precisou de falar. O
seu adjunto tinha ido ao andar de baixo e aparecia daí a bocado com Jean.
O
actor parecia não compreender o que se passara. Depois, subitamente,
precipitou-se para o cadáver, visivelmente desesperado.
«Claudine! Claaudine! – gritou ele. –
Por que fizeste isto?»
«Eu no seu lugar, diria: «Por que
fiz eu isto?» - disse-lhe Fauvel. – Até que você explique tudo, considere-se
preso…»
Por que resolveu o inspector acusá-lo?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* * *
* *
Solução do problema
# 130
(Diário
Popular # 5043 – 20.10.1956)
A ausência de provas neste
caso era, precisamente, uma prova… Farioli não teria qualquer motivo (se não o
de esconder um crime) para limpar com tanto cuidado todos os objectos de que se
servira.
Jarturice-131
(Divulgada em 12.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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