(Diário Popular #
4981 – 18.08.1956)
«Ainda não morreu há muito tempo»
- murmurou em voz baixa o inspector Fauvel, ao largar o braço do homem estendido
na cama.
«Foi
certamente uma forte doze de heroína» - sugeriu o inspector da Polícia Suiça
que estava junto dele e havia chegado ao local – um pequeno hotel de Genebra –
quase ao mesmo tempo que Fauvel.
«Em
todo o caso, é uma curiosa maneira de se suicidar» - acrescentou o polícia
suíço, apontando para o homem vestido de pijama, que haviam encontrado morto,
no leito. «E pensar a Gente que isto aconteceu a dois passos do palácio onde
está a realizar-se uma importante conferência internacional sobre a luta contra
o tráfico de estupefacientes…».
O
inspector Fauvel dava uma vista de olhos pelo quarto do hotel. Pouco havia que
revistar: os móveis eram apenas o estritamente necessário. Depois de ter aberto
as gavetas, o inspector deitou uma vista de olhos à mala do morto, ao seu
conteúdo.
Cigarros,
peúgas, camisolas, lenços, camisas, gravatas… Sobre a mesa-de-cabeceira, uma
caneta de tinta permanente e um relógio. Tudo o que era natural encontrar num
quarto de hotel. Mas num bolso interior do casaco, encontrou, finalmente, o que
procurava; uma ampola de líquido incolor, intacta… E, além disso, mais nada.
Entretanto,
o médico da Polícia havia chegado, pedindo desculpa pelo atraso. Debruçou-se
sobre a cama para examinar o falecido. Após alguns instantes, disse:
-
Está morto há uma hora o máximo. Tem todos os sintomas de se ter envenenado com
um estupefaciente qualquer. A dose que o matou foi injectada no pulso esquerdo.
Farei a autópsia quando o corpo for removido para o meu laboratório…
O
inspector suíço interveio:
-
Estes suicidas não gostam muito de sangue. Mas onde teria ele obtido tal dose
de heroína, se a sua venda está proibida em todos os países?
Foi
então a vez de Fauvel declarar:
-
Suicídio não é bem… Eu diria antes crime, mesmo que tenha sido um homicídio por
imprudência…
Por que pensava assim o inspector
Fauvel?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 121
(Diário Popular #
4974 – 11.08.1956)
Se Geo Demers afirmava ter
visto o gatuno, graças ao seu espelho retrovisor, tentar fechar à chave a porta
do camião. Ora a verdade é que a fechadura era central e o espelho se permite
ver «para trás»,
Deixa ver «precisamente por
de trás» do veículo. O motorista mentia, portanto, afirmava ter visto o gatuno
naquela posição.
Jarturice-122
(Divulgada em 03.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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