Continuo a "escavar" na secção "QUEM FOI?, do "Mundo de Aventuras".
Mas para isso nem precisaria de sair de casa. Antes de me desfazer da
colecção desse "jornal", fotocopiei todas as páginas da secção, que já
estão protegidas na pasta 037, do Arquivo Histórico da Problemística
Policiária Portuguesa. Qualquer dia, tudo isso estará ao vosso dispor.
E a partir de agora, se quiserem aparecer cá por casa. Basta combinar!
Abraço do Jartur
PROBLEMAS POLICIAIS – 130 - # 127
(Diário Popular #
5023 – 29.09.1956)
O inspector Fauvel debruçou-se
sobre o cadáver e tirou-lhe do cinto o punhal que se encontrava metido na sua
bainha. Voltou-se depois para Pierre Grand, deitando, ao mesmo tempo, uma vista de olhos pelo quarto onde vivia Oliver Fernaud. Tudo estava numa desordem
indescritível. A mulher de Pierre explicava, entretanto, como as coisas se
haviam passado:
- Cármen, a mulher de Oliver entrou no
meu quarto, quando eu estava só e, estupidamente. Fez-me uma cena de ciúmes por
causa dele… Chegou mesmo a querer agredir-me. Claro que era tudo mentira. Sou
uma mulher honesta e ele nunca me dirigira sequer um galanteio…
Nesta altura,
Pierre interrompeu:
- A partir de aí
é melhor eu explicar…
O inspector,
entretanto, observava. O vestido de Jacqueline Grand estava pouco limpo. Tinha
duas nódoas de gordura à frente, De repente viu uma mancha de sangue numa
cadeira. E observou que Jacqueline, julgando-o distraído, lançara para a
chaminé, onde crepitava um fogo vivo, qualquer coisa que ele não pudera
identificar.
Pierre
continuava a falar:
- Eu e o Olivier
voltávamos da caçada quando a mulher dele foi ao nosso encontro. Discutiu com
ele, insultou-o e depois fugiu para o parque. Oliver pareceu não ligar grande
importância ao caso. Entrámos na casa de jantar e ele deu-me uma bebida. Foi
então que ele, de punhal na mão, me quis agredir. A coisa foi tão repentina que
nem percebi porquê. Ainda me atingiu com dois golpes, mas só conseguiu
rasgar-me o casaco. Foi então que eu, em legítima defesa, o feri com o meu
punhal de caça. Ele caiu. Nunca julguei que estivesse morto…
O inspector
parecia distraído. Jacqueline voltou ao quarto, desta vez com um vestido
lavado. Fauvel observou-a durante uns momentos e declarou depois:
- Olivier foi
morto quando combatia consigo, Pierre…
Como
o adivinhou o inspector?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
Solução do problema
# 126
(Diário
Popular # 5016 – 22.09.1956)
Se a «vedeta» se tivesse
suicidado – o que poderia supor-se pela presença de uma bala no chão da casa de
banho – não deveria haver pingos de sangue na parte exterior da porta do mesmo
compartimento. O crime fora mascarado de suicídio.
NOTA: Atenção à incongruência que se encontra no texto do problema a que se refere esta solução.
Uma bala de revólver havia-lhe atravessado a cabeça.
Mas ... ela tinha uma arma automática... que não é, de forma alguma, um revólver. Jartur
Jarturice-127
(Divulgada em 08.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO, DIVULGAÇÃO
E COMENTÁRIOS
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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