Caríssimos Amigos:
Certamente, na pressa de ver chegar, quanto antes, o dia do
XI Convívio da TLP, em Almeirim, 17 deste mês, a Jarturice
que ontem vos enviei, levou, na última linha, como data de divulgação,
07 de Maio. Por favor desculpem, e corrijam o erro.
Ontem, fui à cata, no "Mundo de Aventuras", do primeiro problema policial
que escrevi, e que ali foi publicado no n.º 348, em 12 de Abril de 1956.
Ali nascia o meu "filho literário" Marcos, em problemas futuros Marcos Dias,
como alguns de vocês já sabiam. Vem isto a propósito, ou fora de propósito,
por ler no último problema do "Paulo", publicado no Público Policiário, que o
seu inspector (pura e absoluta coincidência) dá pelo nome de Marco Dias.
E outra coincidência, só isso, é que: "Leonardo Sá estava morto"...
Ainda bem que esse, não é o meu amigo Leonarde de Sá, para quem também
vão as minhas Jarturices, e que continua a escrever os seus interessantes
estudos e as suas investigações históricas sobre literatura e ilustração.
Abraços para todos do
Jartur
(Diário Popular # 5009 – 15.09.1956)
Quando o
inspector Fauvel chegou à linda vivenda que o célebre banqueiro Lenormand
possuía nas proximidades do Bosque de Bolonha, em Paris, já lá se encontravam
vários agentes de uma brigada da Polícia Judiciária.
«Desta vez,
batemos o grande detective» - disse o inspector Rulard, com um sorriso, quando
viu aproximar-se Fauvel. – Realmente, fomos ajudados pela força das
circunstâncias. O assassino, aproveitando-se do facto do senhor Lenormand
dormir de janela aberta, durante a noite, introduziu-se no quarto, depois de
ter escalado a parede. Só assim se explica que todas as portas que dão para o
quarto estivessem fechadas pelo lado de dentro. E se o meu caro Fauvel quiser
examinar estas pegadas, verá que elas vão ter a um ponto da parede que passa
justamente por baixo da janela do quarto».
Visivelmente
satisfeito, o inspector Rulard mostrou ainda ao seu colega a hera que cobria
uma parte da fachada. Muitas folhas e hastes estavam arrancadas, amassadas ou
partidas, a partir da altura de um metro e meio do chão até à janela do
primeiro andar, onde se encontrava precisamente o quarto da vítima.
«O assassino
deixou a assinatura nesta parede…» - concluiu Rulard que ia de braço dado com
Fauvel. – Mas já agora, venha dar uma vista de olhos pelo interior da casa».
O aspecto do
quarto não era nada reconfortante. Lenormand estava deitado sobre a cama, com a
garganta cortada. À volta do corpo, muito sangue. Um dos braços pendia para o
chão. O candeeiro da mesa-de-cabeceira estava ainda aceso. Aproximando-se da
janela, Rulard fez notar ao seu colega que o mármore do parapeito tinha
evidentes sinais de ter sido utilizado para a escalada.
«Cá está! –
exclamou Rulard. – Ora a única pessoa que tinha alguma coisa a ganhar com o
crime era o sobrinho do banqueiro. Mas não creio que ele tenha tido coragem de
se meter nesta cena de sangue…»
Com um
imperceptível sorriso nos lábios, Fauvel tinha escutado tudo com atenção. No
final, tirou um cigarro do maço que trazia no bolso e, lentamente, acendeu-o.
«As aparências
são, por vezes, enganosas, meu caro Rulard». – disse ele, por fim, atirando
para o ar uma baforada de fumo azulado. - «Você não tem razão. O assassino
estava cá em casa. Não veio da rua».
Rulard olhou-o,
espantado.
Como
podia Fauvel pensar daquela maneira?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema
# 124
(Diário
Popular # 5002 – 08.09.1956)
O inspector sabia que era
impossível a Pavel distinguir sequer se o ladrão era um homem ou uma mulher,
espreitando-o pelo buraco da fechadura quando – segundo declarou – a trinta
centímetros de distância… mesmo com a luz do escritório acesa.
Jarturice-125
(Divulgada em 06.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
Sem comentários:
Enviar um comentário