sábado, 2 de maio de 2015

JARTURICE 121

                                                                     
                 

                          PROBLEMAS POLICIAIS – 124 - # 121
                     (Diário Popular # 4974 – 11.08.1956)
- Eu seguia pela estrada a cerca de setenta quilómetros à hora quando vi pelo espelho retrovisor que ia um homem agarrado à parte de trás do camião tentado fechar à chave a pesada porta da retaguarda. Para o fazer, era obrigado a um verdadeiro prodígio de equilíbrio! Parei o veículo o mais depressa que pude. Saltei do lugar e precipitei-me para as traseiras do camião. Infelizmente, o gatuno fora mais rápido do que eu. Quando lá cheguei, já ele tinha saltado para o chão e fugido. Um carro pequeno, que, certamente, seguia o camião, há muito tempo, sem eu dar por isso, esperava-o alguns metros atrás».
«E depois?»
«O homem deitou para dentro do carro os valiosos casacos que tinha roubado, sentou-se ao lado do motorista e partiu em grande velocidade. Era impossível alcançá-lo, com o meu camião. Vi depois que ele só podia ter aberto a porta do meu veículo com chave falsa…»
Perante o inspector Fauvel, Geo Demers contou nestes termos o aventuroso roubo de que ele tinha acabado de ser, ao mesmo tempo, testemunha e vítima.
«O ladrão devia ser grande conhecedor de peles» - observou o inspector. «Ele só roubou os casacos que valiam mais dinheiro».
     «Não é nada de extraordinário» - respondeu Demers. - «Esses tipos conhecem bem a mercadoria…»
     «Mas por que foi você para o armazém do seu patrão em vez de ir logo avisar o posto de polícia mais próximo?»
     «Bem… O patrão não gosta nada que se saiba que os casacos escolhids pelas melhores clientes podem ser roubados ou sofrer qualquer dano. Isso já tem acontecido algumas vezes… Eu já sei como é… A notícia de um roubo ou de um desastre com um casaco de peles faz mau efeito. O cliente pode julgar depois que o que lhe apresentam a substituir o roubado ou estragado não é tão perfeito como aquele que ele tinha escolhido…»
     «E o seu ajudante, por que não o acompanhava?
     «Estava muito cansado depois de ter feito a distribuição e pediu-me que o deixasse ficar em casa. Como não era muito longe, fui lá pô-lo…»
     «O que não percebo é como você ia com tamanha velocidade com um veículo tão pesado» - comentou Fauvel, enquanto examinava a fechadura das pesadas portas blindadas do camião, precisamente a meio do veículo.
     Geo não respondeu, envergonhado.
     «Você traz sempre luvas para conduzir?» - perguntou-lhe depois o inspector.
     «Sempre. É raro que a gente não suje as mãos e assim já não há o perigo de estragar as peles quando tem de se lhes pegar. Tiram-se então, as luvas e as mãos estão limpas…»
     «É claro». – concordou Fauvel, desta vez com um ar um pouco preocupado. Depois, voltando-se para Geo, disse-lhe:
     «Isto não joga bem…»
     E, empurrando o motorista à sua frente, acrescentou:
     «Vamos lá para o meu gabinete. Você tem que me dizer toda a verdade. Não tem vantagem nenhuma em estar a mentir…»

             Como é que o inspector Fauvel podia ser tão preciso nestas frases?
Por que tinha mentido Geo?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


                 *     *     *     *     *
 







Solução do problema # 120
(Diário Popular # 4967 – 04.08.1956)

Ernst Franchit, o dono da agência de venda de propriedades. Só ele exercia uma profissão em que uma doença que dava tremuras das mãos não o impedia de trabalhar.

                                                                                    
Jarturice-121 (Divulgada em 02.Maio.2015)







DIVULGAÇÃO E APRESENTAÇÃO
DE: J A R T U R

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