quarta-feira, 13 de maio de 2015

JARTURICE 132



                     PROBLEMAS POLICIAIS – 135 - # 132
                   (Diário Popular # 5057 – 03.11.1956)
- Senhor, senhor venha depressa! – Gritou José, o criado do senhor e da senhora Debincours. E correu para a casa de banho.
- A senhora morreu!
O senhor Debincours, que acabara de entrar, depois de, à meia-noite, ter saído para passar uns momentos no Casino, que ficava a dois passos de casa, parou junto da porta e perguntou, com uma voz estrangulada:

- Que disse? Você está doido?
Precipitou-se então para o quarto da mulher e viu o seu corpo na cama. O almofadão estava vermelho de sangue. Uma bala de revólver (a arma estava sobre a coberta) havia-lhe atravessado a cabeça de um lado ao outro.
- Não mexa em nada, senhor! Vou chamar a polícia!
Alguns instantes depois, o inspector Fauvel chegava, indo encontrar o senhor Debincours ajoelhado junto da cama da mulher, a soluçar.
O polícia respeitou, por momentos, o seu desgosto e deixou-se ficar imóvel à porta. Depois, aproximou-se suavemente. O senhor Debincours ouviu-o chegar e levantou-se.
- Quem foi a primeira pessoa a chegar a este quarto? – perguntou o inspector.
- Fui eu. – respondeu o criado.
- Não tocou em coisa alguma?
- Em nada. Vi logo que a senhora estava morta.
- Não sei como ela descobriu o esconderijo, no qual eu tinha o revolver! – queixava-se o senhor Debincours, enquanto o inspector, com as maiores precauções, pegava na arma.
Fauvel olhou à sua volta e viu, sobre uma cadeira, uma camisa de noite e um par de meias. Depois, examinou o cadáver. Descobrindo o corpo, que estava completamente coberto pela colcha, viu que a senhora Debincours se tinha deitado com uma combinação, depois de ter despido o vestido e tirado as meias e os sapatos. Estava estendida sobre um dos lados do corpo. As suas mãos, finas e bem tratadas, estavam abertas uma sobre a outra em cima do peito. No corpo não se notava qualquer ferimento, qualquer sinal de violência. A morte fora instantânea.
- Calculou muito mal a coisa! – disse então o inspector, com uma voz grave e pausada, voltando-se para o marido da morta. - A sua mulher não se suicidou e o senhor sabe-o bem… porque foi o senhor mesmo que a matou!

         Como o soube Fauvel?  
    
   (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


*     *     *     *     *







Solução do problema # 131
(Diário Popular # 5050 – 27.10.1956)

O revólver não tinha impressões digitais. Como a actriz não podia ter-se matado e limpado, depois as manchas da arma, é claro que alguém o deve ter feito por si… E talvez tivesse sido a mesma pessoa que o disparara. Ora, na véspera, à noite, Jean estivera a conversar com ela…


                                                                                                                                                                 
 Jarturice-132 (Divulgada em 13.Maio.2015)





APRESENTAÇÃO E 
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt

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