PROBLEMAS
POLICIAIS – 135 - # 132
(Diário Popular # 5057 – 03.11.1956)
- Senhor, senhor venha depressa! –
Gritou José, o criado do senhor e da senhora Debincours. E correu para a casa
de banho.
- A senhora morreu!
O senhor
Debincours, que acabara de entrar, depois de, à meia-noite, ter saído para
passar uns momentos no Casino, que ficava a dois passos de casa, parou junto da
porta e perguntou, com uma voz estrangulada:
- Que disse?
Você está doido?
Precipitou-se
então para o quarto da mulher e viu o seu corpo na cama. O almofadão estava
vermelho de sangue. Uma bala de revólver (a arma estava sobre a coberta)
havia-lhe atravessado a cabeça de um lado ao outro.
- Não mexa em
nada, senhor! Vou chamar a polícia!
Alguns instantes
depois, o inspector Fauvel chegava, indo encontrar o senhor Debincours ajoelhado
junto da cama da mulher, a soluçar.
O polícia
respeitou, por momentos, o seu desgosto e deixou-se ficar imóvel à porta.
Depois, aproximou-se suavemente. O senhor Debincours ouviu-o chegar e
levantou-se.
- Quem foi a
primeira pessoa a chegar a este quarto? – perguntou o inspector.
- Fui eu. –
respondeu o criado.
- Não tocou em
coisa alguma?
- Em nada. Vi
logo que a senhora estava morta.
- Não sei como
ela descobriu o esconderijo, no qual eu tinha o revolver! – queixava-se o
senhor Debincours, enquanto o inspector, com as maiores precauções, pegava na
arma.
Fauvel olhou à
sua volta e viu, sobre uma cadeira, uma camisa de noite e um par de meias.
Depois, examinou o cadáver. Descobrindo o corpo, que estava completamente
coberto pela colcha, viu que a senhora Debincours se tinha deitado com uma
combinação, depois de ter despido o vestido e tirado as meias e os sapatos.
Estava estendida sobre um dos lados do corpo. As suas mãos, finas e bem
tratadas, estavam abertas uma sobre a outra em cima do peito. No corpo não se
notava qualquer ferimento, qualquer sinal de violência. A morte fora
instantânea.
- Calculou muito
mal a coisa! – disse então o inspector, com uma voz grave e pausada,
voltando-se para o marido da morta. - A sua mulher não se suicidou e o senhor
sabe-o bem… porque foi o senhor mesmo que a matou!
Como o soube Fauvel?
(Divulgaremos amanhã, a solução
oficial deste caso)
* * *
* *
Solução do problema
# 131
(Diário
Popular # 5050 – 27.10.1956)
O revólver não tinha
impressões digitais. Como a actriz não podia ter-se matado e limpado, depois as
manchas da arma, é claro que alguém o deve ter feito por si… E talvez tivesse
sido a mesma pessoa que o disparara. Ora, na véspera, à noite, Jean estivera a
conversar com ela…
Jarturice-132 (Divulgada em 13.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E
DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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