(Diário Popular # 5159 – 16.02.1957)
«Foi preciso ter audácia para
abrir e roubar este cofre a meio da tarde», observou o professor Fordney –
Estava fechado à chave, é claro?».
«Para falar com
franqueza, não». Respondeu John Ardmore.
«Saí daqui
tencionando demorar-me apenas alguns minutos, mas o meu assistente, Elmer Judd,
chamou-me ao laboratório. Só sei porque tinha passado lá uma hora quando voltei
e encontrei o cofre aberto e roubado. Graças a Deus o ladrão só levou o
dinheiro e não fez caso das minhas fórmulas. O meu sobrinho Ted, que tinha ido
dar um passeio pelo lago, logo depois do almoço, já me dissera que eu não devia
ser tão descuidado. Felizmente que o senhor, professor Fordney, estava a passar
o fim-de-semana aqui perto».
Fordney olhou,
através da janela, o laboratório, que estava para lá do belo relvado da
residência de Verão de Ardmore.
«Judd esteve
sempre consigo, durante o tempo em que permaneceu no laboratório?».
«Não. Foi buscar
umas coisas ao barracão dos apetrechos de pesca. Demorou-se cerca de quinze
minutos».
*
Às 16 e 40,
Fordney observou que o jardineiro tapava um buraco no canteiro das flores. Da
janela do escritório também Judd observava o jardineiro.
Meia hora
depois, Fordney e Judd encontravam-se no barracão, precisamente no momento em que Tedd saltava do seu
gasolina.
«O cofre do seu
tio foi roubado» - disse Judd.
«Roubado?»
Fordney
confirmou. «Onde estava você a essa hora?».
«Estava a pescar
a cinco milhas daqui» - respondeu Tedd, acrescentando: «Olhe estes cinco
peixes!».
O professor
voltou-se. A 50 jardas
o jardineiro pegou numa enxada e começou a cavar. Judd tossiu.
«Muito bem» -
comentou, a sorrir, o criminologista, que tinha já uma opinião formada sobre o
caso.
De
quem suspeitou Fordney? Porquê?
(Divulgaremos amanhã, a
solução oficial deste caso)
* *
* * *
Solução do problema # 146
(Diário Popular #
5152 – 09.02.1957)
Ao
justificar a existência de sangue no estofo do automóvel, Disse Neely que ao
virar o carro rapidamente para a direita, o seu cotovelo batera no nariz de
Lulu, que começara a sangrar. Mas se Neely tivesse virado o carro para a
direita (como Fordney, pois não havia outra alternativa ao pé de Elk Mound
Hill) não poderia ter batido no nariz de Lulu, nem com um cotovelo nem com o
outro!
Embora fosse esta a mentira
que revelou a sua culpabilidade a Fordney, Neely também se traiu ao explicar a
razão porque havia sangue na pá. O inspector encontrara-a absolutamente limpa,
o que não teria acontecido se Neely, segundo afirmou, tivesse simplesmente
raspado a lama depois de transplantar as árvores.
Neely
deu essa explicação dominado pelo terror de que, apesar dos seus esforços em
tirar o sangue da pá com que matara Lulu, tivesse deixado alguns
vestígios.
Jarturice-147
(Divulgada em 28.Maio.2015)
APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt
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