quarta-feira, 1 de julho de 2015

JARTURICE 181

Caríssimos "Sherlocks".
Numa operação de "limpeza", no saneamento de coisas, agora já sem interesse, que ainda abundam nas estantes que rodeiam esta minha superlotada cela, encontrei ontem o jornal «O POLICIAL», SEMANÁRIO DE INFORMAÇÃO GERAL
É uma publicação sem grande qualidade nem interesse, que reportava as notícias, nacionais e internacionais, que tinham algo a ver com os polícias e os criminosos, fossem eles assassinos, ladrões, vigaristas ou burlões. Antes de mandar para a reciclagem aquelas 24 páginas já algo amarelecidas, folheei-as, por "descargo de consciência". E em boa hora o fiz, porque encontrei, ali, mais uma rubrica, com relativo interesse, para a história do policiário em Portugal. O seu título é «Tenente Stone, F.B.I.». Trata-se de um problema proposto em pequena "prancha" de banda desenhada, com a acção figurativamente narrada em oito "vinhetas", revelando a solução em legenda vertical.
Como forma de assinalar, festivamente, o aniversário que hoje se regista, da minha filha Maria Clotilde, para os amigos, a  "CLÔ",depois desta Jarturice  - 181, envio-vos o ficheiro de «O POLICIAL», que preparei para o ARQUIVO HISTÓRICO DA PROBLEMÍSTICA POLICIÁRIA PORTUGUESA. 
Abraços do Jartur.


   PROBLEMAS POLICIAIS – 184 - # 181



                (Diário Popular # 5421 – 09.11.1957)
Quando o inspector Fauvel chegou ao bonito pavilhão que o célebre banqueiro Lenormand possuía numa orla do Bosque de Bolonha, encontrou-se logo em presença de uma brigada da Polícia Criminal, que chegara ao local do crime momentos antes.
- Desta vez batemo-lo, inspector! – disse o inspector Rulard quando viu Favel. – É verdade que fomos ajudados pelas circunstâncias…
- O criminoso aproveitou-se do facto de Mr. Lenormand dormir de janela aberta para se introduzir no seu quarto, depois de escalar a parede. Todas as portas que dão para o quarto estavam fechadas por dentro. Repare: vêem-se nitidamente patinhadas na álea, mesmo por baixo da janela.
         Visivelmente satisfeito consigo mesmo, o inspector Rulard mostra ainda ao inspector Fauvel a hera que recobria uma parte da fachada. As folhas e os caules estavam arrancados e esmagados a partir de metro e meio do solo até quase à janela do primeiro andar, onde ficava precisamente o quarto da vítima.

         - O assassino assinou o seu crime – disse ainda Rulard, que, tomando o inspector Fauvel pelo braço foi acrescentando: - Mas venha deitar uma vista de olhos lá por dentro…
         O espectáculo no quarto não era reconfortante. Lenormand jazia no quarto, de garganta aberta, num mar de sangue, deixando pender um dos braços. A luz da mesa-de-cabeceira brilhava ainda. Aproximando-se da janela, o inspector Rulard fez notar a Fauvel as arranhaduras no bordo do mármore.
         - E é tudo! – exclamou ele. – A única pessoa que tinha alguma coisa a ganhar com este crime era o sobrinho do banqueiro, mas não acredito que ele tivesse a coragem de cometer uma sangueira destas…
Com um imperceptível sorriso nos lábios, o inspector fauvel tinha escutado este implacável raciocínio policial. Lentamente, Fauvel puxou de um cigarro e acendeu-o.
- As aparências são por vezes enganadoras – disse ele, com calma, ao mesmo tempo que o fumo do seu cigarro desaparecia no tecto. – O seu raciocínio não tem consistência. O assassino estava dentro e bem dentro de casa!
O inspector Rulard arregalou os olhos.

Como é que o inspector Fauvel podia chegar a semelhante conclusão?

       (Divulgaremos amanhã, a solução oficial deste caso)


  *     *     *     *     *








Solução do problema # 180
(Diário Popular # 5414 – 02.11.1957)

Foi o botânico Paul Durand quem escreveu a mensagem. O missionário teria sabido rezar. O médico conheceria algum remédio. O milionário não escreveria que nada possuía e o coronel Ramon teria escrito não em françês, mas em português.

Jarturice-181 (Divulgada em 01.Julho.2015)






APRESENTAÇÃO E DIVULGAÇÃO
DE: J A R T U R
jarturmamede@aeiou.pt


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